A manhã fria desta quarta-feira (22/3) não impediu que o Minas Brasília aplicasse uma calorosa goleada sobre o ESMAC-PA no estádio JK, no Paranoá. Em partida válida pela segunda rodada do Brasileirão Feminino Sub-20, a equipe do Distrito Federal venceu por 6 a 0, gols de Letícia (duas vezes), Bruna, Milena, Rebeca e Monse. Com o resultado, as Mini Minas assumem a liderança provisória do Grupo C com seis pontos e o clube paraense cai para a última posição do Grupo D, ainda sem pontuar e com saldo -15.
A goleada brasiliense foi construída ainda no primeiro tempo. Letícia abriu o placar, Rebeca fez o segundo, Monse aumentou a vantagem, Milena anotou o quarto e Letícia, mais uma vez, fechou a goleada na primeira etapa. O incisivo ataque brasiliense se manteve nos primeiros minutos do segundo tempo com mais um gol, desta vez marcado por Bruna, de falta. Depois do sexto gol, o ímpeto ofensivo caiu muito de produção e o Minas Brasília pouco assustou no decorrer da partida.
Minas Brasília começa goleada
Mandante, o Minas Brasília começou melhor e buscando os ataques, mas pecava nas finalizações. Aos 15′, após cruzamento na área, Lara saiu mal do gol e Stephany cabeceou por cima da meta. Dois minutos depois, o Minas Brasília abriu o placar. Milena entrou na área, cruzou rasteiro e Letícia só empurrou para o fundo do gol. Aos 23′, as Mini Minas aumentam o placar. Rebeca entrou na área, limpou a zaga, chutou para o gol e a bola desviou na defesa antes de encobrir a goleira Emilly. O terceiro do Minas Brasília veio aos 26′ com Monse. A meia recebeu na área e chutou firme no canto da arqueira paraense.
Aos 32′, Nayara deu lindo passe para Milena, a atacante avançou e bateu colocado no canto esquerdo de Emilly para fazer o quarto da equipe brasiliense. Três minutos depois, em jogada parecida, Milena tentou encobrir, mas desta vez Emilly defendeu. Na continuação da jogada, Rebeca finalizou firme de fora da área e tirou tinta do travessão da goleira paraense. Com 38′, o Minas Brasília marcou o quinto. Após escanteio, a goleira saiu mal e Letícia, de chapa, empurrou para o fundo das redes para decretar a goleada no primeiro tempo.
Foto: Julio Cesar Silva
Minas Brasília faz o sexto e decreta vitória
Aos seis minutos, o Minas Brasília marcou mais um gol. Bruna cobrou falta com perfeição e não deu chances para Emilly. Cinco minutos depois, Bruna arriscou de longe e a bola passou rente à trave de Emilly. O Minas Brasília perdeu o ímpeto ofensivo que apresentara e somente aos 23′ que o clube da capital federal finalizou novamente. Raquel chutou de longe e a bola subiu, sem sustos para Emilly. Dez minutos depois, Sulamita finalizou firme, mas a bola foi no meio do gol e Emilly defendeu com facilidade. No ataque seguinte, Luiza avançou, entrou na área e chutou fraco.
Com o resultado nas mãos, a equipe de Davih Rodrigues diminuiu o ritmo da partida. O setor ofensivo ainda tentou surpreender a goleira paraense em chutes de longe, mas sem efetividade. Já as atletas do ESMAC-PA, não conseguiam chegar ao ataque das mandantes e a goleira Lara não teve trabalho no confronto. O resultado levou o Minas Brasília à liderança provisória da competição. As comandadas de Davih Rodrigues podem ser ultrapassadas, ainda nesta quarta-feira (22/3) por Botafogo, Flamengo e Fluminense.
O que vem por aí
O Minas Brasília volta a campo na próxima quarta-feira (29/3), às 15h. As comandadas enfrentam o UDA-AL no estádio Rei Pelé, em Maceió, Alagoas. No mesmo dia e horário,o ESMAC-PA recebe o Flamengo no estádio Francisco Vasques, em Belém, Pará. Depois da terceira rodada do Brasileirão Feminino Sub-20, o campeonato sofre uma pausa de quase um mês e as Mini Minas jogam em 20 de abril contra o Fortaleza. O confronto está marcado, inicialmente, para às 15h, no estádio Defelê, na Vila Planalto.
Estrutura VAR. Foto: Jéssika Lineker/Distrito do Esporte
Com os semifinalistas do Campeonato Candango 2023 definidos, a Federação de Futebol do Distrito Federal (FFDF) anunciou que nos jogos de ida e volta da próxima fase terão VAR (árbitro assistente de vídeo, ou Video Assistant Referee, em inglês), assim como nas partidas das finais. A tecnologia foi usada pela primeira vez na disputa do título de 2022, quando Ceilândia e Brasiliense se enfrentaram.
O Distrito Federal conta com apenas cinco árbitros com formação voltada para atuarem no controle do vídeo. Nas finais do Candangão 2022, o escolhido para comandar o VAR na primeira partida foi o árbitro Leone Carvalho Rocha, do Goiás, e o AVAR foi Rafael Diniz, do DF. No segundo jogo, o comando ficou com também o goiano Elmo Resende e o AVAR José Reinaldo, árbitro assistente do DF.
VAR utilizado na final do Candangão 2022. Gol anulado do Ceilândia. Foto: arquivo pessoal
No primeiro jogo, o VAR foi usado para avaliar um gol do Ceilândia. No lance, foi identificada falta de ataque cometida na jogada que antecede o gol (APP – sigla em inglês para Attack Possession Phase). O árbitro Marcello Rudá foi até a cabine e, após avaliar o lance, anulou o gol do Gato Preto.
O presidente da FFDF Daniel Vasconcelos comentou sobre o uso da tecnologia. “No ano passado, foi super válido o VAR para os dois jogos finais. E, para 2023, estamos dando mais esse passo, para dar ainda mais credibilidade às nossas partidas que decidirão o rumo do campeonato, além de que temos, sim, que acompanhar a evolução dentro do futebol”, ressaltou o dirigente.
Paranoá e Real Brasília farão o primeiro confronto no sábado (25/3), às 15h30, no Estádio JK, com o mando da Cobra Sucuri. Capital e Brasiliense também jogam no JK, no dia seguinte, às 15h45. As duas partidas terão presença de torcida única, decisão tomada devido aos laudos de segurança.
De olho na próxima fase do Campeonato Candango 2023, o Paranoá foi ao mercado e acertou a contratação de um novo jogador. Depois de vencer o Samambaia na última e derradeira rodada da primeira fase do Candangão e carimbar uma vaga nas semifinais, a Cobra Sucuri foi atrás de uma nova peça para se juntar ao elenco que avançou de fase na competição local. Ex-Novo Hamburgo, Luiz Meneses é o nome da vez.
Volante de 26 anos, Luiz é natural de Brasília e voltará às terras candangas para o restante do Candangão. Na atual temporada, o defensor jogou o Campeonato Gaúcho, onde entrou em campo em sete oportunidades, marcou um gol e deu uma assistência. O Novo Hamburgo acabou sendo eliminado na primeira fase do certame. Em 2022, o atleta passou pelo Água Santa e Brasil de Pelotas assim que retornou para o futebol em território brasileiro.
Anteriormente, Luiz Meneses passou pela Armênia, onde defendeu o FC Van. No clube, o volante atuou em 14 oportunidades. O jogador começou a carreira nas categorias de base do PSTC e se transferiu para o Joinville, para atuar na equipe Sub-20 do Coelho catarinense. Ele ainda passou pelo Inter de Lages e Hercílio Luz, ambos times da região Sul do Brasil.
Em 2019, Luiz Meneses teve sua primeira oportunidade no futebol candango, quando jogou pelo Sobradinho. Depois de passar pelo Leão da Serra, o atleta defendeu as cores do Marcílio Dias, Fluminense do Itaum, Penapolense e Paraná. O Paranoá ainda terá uns dias para inscrever o jogador no BID da CBF antes da semifinal do Candangão. A Cobra Sucuri entra em campo no sábado (25/3), às 15h30, no Estádio JK, diante do Real Brasília.
Mais uma rodada da Série A1 do Campeonato Brasileiro foi finalizada e, com ela, muitas modificações importantes aconteceram na classificação geral. Após quatro rodadas disputas, os times vão começando a se posicionar em relação às principais brigas. Na parte de cima, o Corinthians lidera com dois pontos de diferença para o Palmeiras. Em baixo, o Real Brasília passa sufoco.
Além do time candango, Ceará, Real Ariquemes e Avaí/Kindermann estão nas posições de degola da classificação do Brasileirão Feminino. Bahia, Athletico-PR e Atlético-MG estão fora, mas com apenas um ponto de diferença em relação ao Real Brasília. Com isso, em caso de vitória do clube candango na próxima rodada, um deles pode acabar parando na zona de rebaixamento.
Com o Brasileirão no início, o Real Brasília também não está tão longe da briga por classificação para a segunda fase. O oitavo colocado Grêmio está com apenas quatro pontos de frente em relação às candangas. Corinthians, Palmeiras, Flamengo, Ferroviária, Cruzeiro, Santos e Internacional são os outros clubes na zona mais prestigiada da principal elite feminina no país.
A quinta rodada pode causar ainda mais mudanças na classificação do Brasileirão Feminino. Com as disputas se desenhando, todo o certame será disputado no próximo fim de semana. As partidas começam no sábado (25/3) e vão até segunda-feira (26/3). No domingo (26/3), o Real Brasília joga confronto direto contra o Atlético-MG, às 16h, para fugir da zona de rebaixamento.
O Minas Brasília vai transmitir mais um jogo do clube no Campeonato Brasileiro Feminino Sub-20 no YouTube. Repetindo a estratégia utilizada na estreia na competição nacional de base, o clube candango vai veicular ao vivo a segunda partida no torneio, diante do Esmac. O jogo contra a equipe está marcado para quarta-feira (22/3), às 10h, no Estádio JK, no Paranoá.
De acordo com a assessoria de comunicação do Minas Brasília, mais de cinco mil torcedores acompanharam a transmissão da primeira rodada do torneio nacional. Na ocasião, as Mini Minas bateram o Botafogo-PB, por 3 a 0, no Estádio Serejão, em Taguatinga. Os gols foram marcados por Monse, Letícia e Ana Laura. A meta, agora, é chegar a um número maior de pessoas.
O jogo tem papel estratégico para o Minas Brasília na classificação do Brasileirão Feminino Sub-20. Com três pontos, a equipe candanga aparece na terceira colocação do Grupo C do torneio nacional, atrás de Botafogo e Fluminense pelo critério de saldo de gols. Apenas os dois primeiros colocados de cada chave avançam para a etapa mata-mata da competição.
Após o jogo contra a Esmac com transmissão da Minas TV no YouTube, o Minas Brasília vai ter uma pausa de quase um mês nas atividades do futebol feminino sub-20. O próximo compromisso da equipe candanga no Brasileirão da categoria está marcado apenas para 20 de abril. Neste dia, o clube recebe o Fortaleza, às 16h. Inicialmente, a partida está marcada para o Estádio Defelê, na Vila Planalto.
Autor de dois gols que garantiu a classificação do Paranoá à segunda fase do Campeonato Candango, o atacante Lucas Victor, de 25 anos, contou à equipe de reportagem do Distrito do Esporte os detalhes da partida contra o Samambaia. O vice-artilheiro da competição falou sobre o início no banco, a conversa com Luís Carlos Carioca para entrar em campo, sobre os gols que garantiram a vitória da Cobra Sucuri e a expectativa pelas semifinais do Candangão.
Indagado sobre a sensação de estar no banco, com sua equipe sendo derrotada, Lucas Victor disse estar confiante no resultado. “O sentimento era de muita confiança mesmo saindo atrás do placar, tomamos o gol muito cedo, mas a confiança do nosso trabalho era maior”, revelou. O atacante ressaltou que a equipe não perdeu a confiança em nenhum momento. “Sabíamos a qualidade do nosso time e também a do adversário. A gente tinha a confiança que poderíamos virar a qualquer momento, como aconteceu em alguns jogos”.
O atacante contou o que seu técnico pediu para ele fazer ao entrar em campo. “A conversa com o Luís Carlos antes de entrar na partida foi muito boa. Ele me passou muita confiança, me pediu pra acelerar o ritmo do jogo e o mais importante: fazer o que eu sei”. Lucas Victor disse que as palavras do treinador foram essenciais para seu desempenho. “Acho que essa confiança é muito importante para nós atletas num momento tão decisivo da partida, onde estávamos perdendo e precisando da vitória”, confessou.
Ao entrar na partida, Lucas Victor precisou de pouco menos de 30 minutos para fazer seus gols. “A sensação de poder entrar e virar um jogo fazendo dois gols e, consequentemente, conseguir a classificação para a semifinal é uma sensação das melhores possíveis”, relatou. O camisa 11 agradeceu aos céus pela classificação. “Momento único que só tenho a agradecer a Deus por me abençoar sempre em momentos decisivos”.
Foto: Jéssika Lineker/Distrito do Esporte
Após os seus gols, o Samambaia impôs pressão pelo empate e Lucas Victor descreveu como a equipe se portou. “No momento do calor do jogo, a gente pouco consegue conversar, a gente só concentrou mais do que já estávamos pra fazer aquilo que treinamos na semana”. O jogador apontou as características do clube na parte final do confronto. “Buscamos a marcação forte e o gol para poder matar o jogo. Graças a Deus fomos felizes e conseguimos a vitória e a classificação”, festejou.
Lucas Victor quer fazer história
Classificado, Lucas Victor quer que a equipe mantenha o foco na reta final do campeonato. “Agora mais que nunca estamos focados nessa semifinal, será um confronto muito difícil”, falou. O atacante ressaltou que a Cobra Sucuri precisa trabalhar mais para chegar à final do Candangão. “Agora é esquecer o que já passou, manter os pés no chão e muito trabalho para poder buscar essa classificação para a final”.
O atacante exaltou a qualidade do Real Brasília, adversário do Paranoá nas semifinais. “Jogaremos contra uma equipe muito qualificada e que foi líder praticamente o campeonato todo”, relembrou. Colocar o clube em uma semifinal já é um marco para a história do Paranoá, mas o camisa 11 quer mais. “Quero fazer história com o Paranoá, que é um clube correto e que merece voos muitos altos”, exaltou.
Foto: Filipe Fonseca/Paranoá
Semifinais do Candangão
Na última segunda-feira (20/3), a Federação de Futebol do Distrito Federal (FFDF) definiu as datas das semifinais do Candangão 2023. O Paranoá, de Lucas Victor, recebe o líder da primeira fase, o Real Brasília no próximo sábado (25/3), às 15h30, no estádio JK. A partida de volta será no estádio Defelê, em 1º de abril, às 15h. A outra semifinal começa com o confronto entre o terceiro colocado, Capital, enfrentando o Brasiliense, segundo lugar, no domingo (26/3), às 15h45, no estádio JK. O confronto decisivo será no Serejão, em 2 de abril, às 16h.
A capital do país também será o centro da base do atletismo. Entre 20 e 23 março, Brasília recebe o Campeonato Brasileiro Escolar de Atletismo, que reunirá cerca de 324 estudantes e competidores, dos 26 estados e, claro, do Distrito Federal.
Aguardada ansiosamente pelos atletas, a competição será oficialmente inaugurada na terça-feira (21/3). A cerimônia de abertura acontecerá às 19h30, no Bay Park Resort Hotel, localizado no Setor de Hotéis e Turismo Norte.
Todas as provas do torneio acontecerão na Divisão de Educação Física do Comando Militar do Planalto, no Setor Militar Urbano. Cada atleta poderá participar, no máximo, de duas provas individuais. O objetivo do Campeonato Brasileiro Escolar de Atletismo é unir o desenvolvimento esportivo ao educativo.
Para o secretário de Esporte e Lazer do DF, Julio Cesar Ribeiro, as competições e a educação são pilares da formação de cidadãos e competidores. “São dois mecanismos essenciais, que permitem a prática dos bons valores. Vamos fazer o melhor Campeonato Escolar de Atletismo e fazer da capital federal a porta de entrada para grandes atletas”, ressaltou.
Além do cronograma de disputas, o Campeonato oferecerá programações alternativas para os jovens envolvidos. Haverá atividades complementares culturais, educacionais e de lazer, como um city tour que guiará os estudantes pelos principais pontos turísticos de Brasília, além das cerimônias de premiação aos mais bem colocados.
O Brasil confirmou, em 7 de março, o desejo de ser sede da próxima edição da Copa do Mundo Feminina, marcada para 2027. Tão logo a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e o Ministério do Esporte iniciaram os contatos com a Fifa para materializar o objetivo, diversos locais do país manifestaram o interessem de serem as sedes. E Brasília também está atenta à possibilidade.
Quem garante isso é Julio Cesar Ribeiro, atual secretário de Esporte do Distrito Federal. Em contato com a reportagem do Distrito do Esporte, o titular da pasta esportiva da capital garantiu que a cidade vai se inteirar da possibilidade de ser palco de algumas partidas. O enredo repete a Copa do Mundo masculina de 2014, quando o Estádio Nacional Mané Garrincha foi sede de sete jogos, incluindo a disputa do terceiro lugar.
O passo inicial do plano é entender as condições para colocá-lo em prática. “Com certeza, Brasília tem condições de ser uma das sedes da Copa do Mundo Feminina. Temos o estádio Mané Garrincha. Diante da fala da Ministra (do Esporte) Ana Moser, estarei a procurando para entender quais são as contrapartidas necessárias para podermos ser um dos locais com jogos”, garantiu Julio Cesar.
Ciente da concorrência de outros locais do Brasil, o secretário de Esporte do DF enumerou os trunfos a favor da capital, caso o país leve a melhor na corrida para organizar a Copa do Mundo Feminina de 2027. “Brasília vem demonstrando a capacidade física de receber grandes jogos. Além de ter uma rede hoteleira perto do estádio, tem locais de treinamentos para as seleções”, citou.
Essas qualidades, realmente, têm sido favoráveis para a capital federal em torneios recentes. Em 2016, Brasília recebeu jogos do torneio de futebol dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. Na competição feminina, por exemplo, foram três partidas. No ano passado, as valências colocaram a cidade como sede da final da Copa Sul-Americana, que acabou transferida para a Argentina, devido às eleições gerais no país.
A candidatura do Brasil para a Copa do Mundo Feminina de 2027 deve contar com, pelo menos, oito estádios ao redor do país. Rio de Janeiro e São Paulo foram as primeiras cidades brasileiras a manifestar o interesse de receber as partidas da competição. Salvador, Belém, Fortaleza, Cuiabá e Manaus também sinalizaram para a CBF a vontade de fazer parte do projeto tupiniquim para o torneio.
Jessika Lineker/Distrito do Esporte e Benfica/ Divulgação
Tem brasiliense na Seleção! Na tarde desta segunda-feira (20/3), a técnica Pia Sundhage convocou o grupo de 26 jogadoras que irão defender a amarelinha na Finalíssima Feminina diante da Inglaterra. Entre os nomes separados pela dona da prancheta, estão duas atletas representantes do quadradinho: Gabi Portilho (Corinthians) e Nycole Raysla (Benfica). A realização inédita do torneio acontecerá no dia 6 de abril, no Estádio de Wembley, em Londres.
A primeira edição da Finalíssima coloca frente a frente as campeãs da América e da Europa. O Brasil chegou até a decisão após bater a Colômbia por 1 a 0 em julho de 2022. A equipe inglesa também foi histórica. Garantiu a vaga depois de derrotar a Alemanha por 2 x 1, no Estádio Wembley, diante de um público que passava de 87 mil pessoas. No retrospecto, o time inglês leva a melhor. Foram duas vitórias contra uma das brasileiras.
Quem acompanha de perto o futebol feminino conhece a trajetória de Gabi Portilho, um dos nomes escolhidos a dedo pela treinadora Pia Sundhage. A brasiliense fez história fora do quadradinho e soma passagens por Kindermann-SC, São José-SP, Madrid CFF-ESP, Osasco-SP e 3B-AM. Além disso, desde fevereiro de 2020, a meia-campista defende a camisa alvinegra do Corinthians.
Com o time paulista, Gabi já levantou nove títulos: três Brasileiros, dois Paulistas, duas Supercopas, uma Libertadores e uma Copa Paulista. Além disso, são mais de 100 jogos pelo ‘Timão.’ Pela Seleção Brasileira, a última participação de Portilho foi justamente na campanha da Copa América 2022, quando o Brasil levantou a taça. A atleta entrou em campo no jogo contra a Colômbia substituindo Ary Borges.
De Portugal para Londres
A outra brasiliense escolhida a dedo por Pia foi Nycole Raysla, atacante do Benfica – equipe portuguesa. Natural de Sobradinho, a atleta tem se destacado na equipe atual. Nesta temporada, ela já balançou as redes 11 vezes e deu assistência em cinco oportunidades. Na estante, ela acumula duas taças da Liga Feminina de Portugal, dois canecos da Supercopa Feminina e um título do campeonato nacional do país europeu. Antes de viajar para fora do Brasil, Nycole foi campeã pernambucana com o Sport.
Nycole já está bem a vontade quando o assunto é Seleção. Na última convocação de Pia, o nome da atacante também marcou presença. A brasiliense entrou em campo nos três jogos do Brasil no torneio She Belives Cup. O amistoso preparatório para a Copa do Mundo Feminina 2023 foi realizado nos Estados Unidos. O país anfitrião foi o melhor da campanha, enquanto o Brasil terminou em terceiro lugar.
Calendário da seleção brasileira
O ano da Seleção Brasileira está bem movimentado. O foco é na Copa do Mundo, marcada para começar em 23 de julho. Após a Finalíssima Feminina, o Brasil ainda enfrentará a Alemanha, atual vice-campeã europeia. O grande duelo acontecerá em 11 de abril, no Estádio Max Morlock, em Nuremberg. Terminados os jogos preparatórios, as brasileiras estarão finalmente prontas para o Mundial. Austrália e Nova Zelândia serão os países-sede do torneio. Ao todo, 32 times estão inscritos na competição.
O primeiro passo na busca rumo a tão sonhada taça do mundo será dado diante do Panamá, em 24 de julho, no Hindmarsh Stadium. Na sequência, o elenco da amarelinha enfrentará França e Jamaica, respectivamente. Os quatro times fazem parte do grupo F do torneio.
O centroavante Nunes, de 41 anos, fez uma live em sua conta oficial no Instagram na noite do útlimo domingo (19/3) e confirmou que 2023 será seu último ano como jogador profissional. Bicampeão candango pelo Gama, em 2019 e 2020, o atleta revelou que tinha o desejo de jogar no alviverde nesta temporada, mas que não houve procura da diretoria do clube. O atleta ainda manifestou o interesse em voltar à equipe em outra função e expressou seu carinho pelo time.
Pouco depois das 20h do último domingo (19/3), o atacante iniciou a tranmissão ao vivo e conversou com seus seguidores durante quase uma hora e meia. Entre os assuntos, o Gama foi o clube mais citado pelo centroavante e também pelos fãs de Nunes. Ainda sobrou tempo para atiçar ainda mais a rivalidade com o Brasiliense. O Distrito do Esporte separou as falas mais importantes do ídolo gamense.
Retorno ao Gama
Logo no início da transmissão, Nunes foi indagado pelos torcedores sobre sua volta ao Gama em 2023. “As únicas pessoas com quem eu falei dessa possibilidade de voltar foi o Danny Pança, que me perguntou se eu tinha o interesse e eu disse que sim, e o Emerson, com quem conversei desde o começo do ano”, falou. O centroavante lamentou o não acerto. “Ele (Emerson) me falou que eu precisava voltar para ajudar ele na retomada do Gama e eu fiquei à disposição, esperando só o sinal verde para voltar, mas não aconteceu”.
O centroavante afirmou que não houve procura por parte da diretoria. “Não houve convite. Havia apenas conversa com o Emerson, ele tentou de todas as formas para eu voltar, mas não deu certo. Eles (Danny Pança e Emerson) foram as únicas pessoas que me procuraram”, confirmou. Nunes expressou seu desejo e disponibilidade. “Não faltou vontade, sempre fiquei à disposição. A vontade de voltar para o Gama era para colocar o clube em um cenário nacional”, confessou.
Foto: Lucas Bolzan/Distrito do Esporte
Aposentadoria em 2023
Nunes revelou que sonha em voltar, mas desta vez em outra função, já que decidiu pela aposentadoria neste ano. “A minha vontade grande (voltar ao Gama) era esse ano (2023), pois coloquei como o ano para me aposentar. Espero voltar um dia, não como jogador, mas para ajudar de outra forma. É um clube que ficou no meu coração, que vou guardar para sempre”, declarou.
Bicampeão candango, Nunes confirmou sua aposentadoria para 2023. “Eu vou me aposentar esse ano. Queria jogar mais, mas está complicado. Não sei onde eu me aposento, se é amanhã ou esperando algumas situações, mas deste ano não passa”, afirmou. O atleta disse que irá parar de jogar profissional e não apontou questão física como motivo. “Não que eu não esteja aguetando o ritmo. Quem acompanha minhas postagens vê o quanto eu treino, o quanto eu me dedico, me empenho, mas preciso focar em outras coisas”.
Reformulação alviverde
Perguntado sobre se o alviverde candango foi soberbo, o atacante discordou. “Não achei o Gama soberbo nesta temporada. O time vem em um processo de reformulação”. O atacante pediu paciência e assertividade da diretoria gamense. “A mudança não é do dia para noite. Tem que ter paciência, escolher as pessoas certas e trabalhar correto que o Gama vai voltar a ser o que era antes”.
Apesar de citar as dificuldades, o atacante expressou seu descontentamento com a temporada. “O Gama tinha condições de ficar entre os quatro. Na verdade não era nem condição, era obrigação, pela camisa, pela força, pela torcida, tinha que classificar jogando bem ou mal”, esbravejou. Nunes ainda se mostrou incrédulo com a eliminação do alviverde candango. “Não imaginaria que o Gama iria ficar fora, liderou o campeonato todo”.
O atacante citou que os títulos esconderam os problemas. “2019 e 2020 escondeu muita coisa por tudo o que a gente conquistou. Então quem estava lá dentro sabia das dificuldades, o que estava acontecendo. Quem estava fora, sabia por ouvir falar somente”. Segundo Nunes, pela falta de taças, os problemas aparecem com mais frequência. “Agora as coisas vem aparecendo. O Gama merecia estar em uma situação melhor, claro, pela força, torcida, grandeza e por ser o maior do Distrito Federal, mas agora vai levar um tempo para se reorganizar”.
Dois anos de Gama
Em outro momento, Nunes reviveu os dois anos em que esteve vestindo a camisa alviverde. “O grupo era muito bom, abraçou a causa. Eu tenho um respeito muito grande junto com o Emerson, com o (Rodrigo) Calaça. O pessoal sabia que fazíamos tudo pela vitória”. Segundo o camisa nove, os líderes tinham voz dentro do grupo. “Nós fazíamos questão de falar para o pessoal que caso conquistássemos alguma coisa com o clube, apesar das dificuldades, eles seriam valorizados e abraçaram a causa”, contou.
Foto: Lucas Bolzan/Distrito do Esporte
O atacante afirmou ser um jogador exigente. “Eu era muito chato no Gama por cobrar muito nos treinamentos, jogos e talvez por isso a gente chegou”. O centroavante citou que o trio formado por ele, Emerson e Rodrigo Calaça tinham características diferentes, mas que se davam bem. “Tinha o Calaça que era zen e mais calado, o Emerson era o capitão e respeitado, e eu que era explosivo, que cobrava e xingava. Tinha que ter um de cada, por isso que casou legal”, revelou.
Amor ao Gama
Por várias vezes, o atacante expressou seu amor pelo alviverde candango. “Eu tenho um carinho pelo Gama. Passei dois anos no clube e foi um período de muita felicidade, apesar do sofrimento pelas condições”. Além do clube, Nunes declarou carinho à torcida e região administrativa. “O Gama é muito forte, é o maior time do Distrito Federal, tem uma torcida impressionante, um CT muito bom, um estádio muito bom, uma cidade muito boa”.
O centroavante falou aos seguidores que o alviverde candango é o maior clube da capital federal e a motivação através das críticas. “O maior do DF é o Gama e não tem o que falar. Eu percebo que no DF é tudo e todos contra o Gama. Isso te motiva a jogar melhor, a calar aqueles que torcem contra”. Nunes acredita na recuperação do clube. “Sei que o Gama vai voltar ao normal, a conquistar, a chegar e ter o respeito que sempre teve”.
O ídolo gamense ainda falou da dificuldade quando chegou. “Para chegar e jogar no Gama não é fácil. Quando eu cheguei, fui vaiado, pois tinha jogado no rival”. Além do clube, torcida e região administrativa, o estádio Walmir Campelo Bezerra, o Bezerrão, no Gama, hoje em processo de recuperação, foi citado por Nunes. “O Bezerrão é um dos melhores campos que eu já joguei. Às vezes eu encontro com alguém que jogou contra a gente no Gama e dizem que o Bezerrão era um dos melhores campos não só em Brasília, mas no Brasil todo”, falou.
Problemas com o alviverde candango
Mesmo declarando amor, Nunes fez questão de lembrar os problemas que culminaram em sua saída. “Quando eu estava em 2020, todo mundo sem receber e teve jogador que falou que havia sido procurado pelo Brasiliense. A diretoria pagou três meses de salário para eles e eu sem receber. Quando fui cobrar minha parte, falaram que não”, admitiu. O atacante revelou que ainda não recebeu os seus valores junto ao alviverde. “O Gama me deve ainda e não é pouco, eu saí pois não estava recebendo”, afirmou.
O atacante revelou que foi procurado para jogar pelo Gama em 2022, mas que não sentiu segurança da Sociedade Anônima do Futebol (SAF), que comandava o clube à época. “Ano passado, com a SAF, eles me ligaram e eu estava apalavrado com o Anápolis. Eu disse que estava apalavrado, que receberia direitinho”. Nunes disse que solicitou pagamento adiantado da dívida por receio de não receber seu salário. “Eu volto, mas quero meus dois últimos meses adiantado. Iria fazer contrato de três meses, normal. Era uma garantia, eu sabia que poderia ter problemas como teve com a SAF”.
Foto: Lucas Bolzan/Distrito do Esporte
Indagado sobre possíveis problemas com Vilson Tadei, Nunes citou apenas um. “Meu único problema com o (Vilson) Tadei é que ele queria me poupar e eu queria jogar, estava brigando para ser o artilheiro do país. Foi o único desentendimento”. O atleta revelou que ficou tudo posteriormente. “Depois fomos campeões, nos abraçamos e problema nenhum. O Tadei é um treinador simples e objetivo, fala a língua do jogador e deixa a gente jogar tranquilo. Joguei com ele por três vezes no Anápolis, Santo André e Gama, fui artilheiro nos três. Ele até brinca comigo que só faço gol quando jogo com ele”.
Rivalidade com o Brasiliense
Além de conversar com os torcedores gamenses, Nunes respondeu os comentários de parte da torcida do Brasiliense. “Eu joguei nos dois lados. Um tem dinheiro, mas o ambiente não é legal. Do outro lado você não tem dinheiro, mas o ambiente é muito bom”. O centroavante ainda provocou ao relembrar as duas finais, em 2019 e 2020, em que saiu vencedor sobre o Jacaré. “Eu posso falar com propriedade que eu bati duas vezes (no Brasiliense) na final”, brincou.
Respondendo a um torcedor do Brasiliense, Nunes relembrou a chegada ao Brasiliense, em 2017, e a seca da equipe que não vencia o Candangão desde 2013. “Quando eu cheguei no seu time (Brasiliense), vocês não ganhavam nada e a gente ganhou. Depois eu me reencontrei e fui jogar no Gama. Ganhamos e batemos duas vezes, então estou com saldo positivo”. O centroavante ainda falou da confusão no clássifco em 2017. “Acontece. Quando eu estou em um time, eu defendo e vou fazer o meu melhor. Infelizmente aconteceu, foi feio e não tenho orgulho nenhum daquela briga”.
