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sábado, 27 de abril de 2024

Pensando Alto com Teló #4 – Pode isso Arnaldo?

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Arte: João Marcelo/Distrito do Esporte

Por Mateus Teófilo*

*O texto a seguir se trata de um artigo de opinião e, portanto, é de inteira responsabilidade de seu autor. As opiniões nele emitidas não estão relacionadas, necessariamente, ao ponto de vista do Distrito do Esporte

Considerado por muitos “o estadual mais charmoso do Brasil”, o Campeonato Candango deu um péssimo exemplo ao futebol nacional  —  e mundial também  —  nesta semana, quando aconteceu o julgamento sobre o caso de racismo contra o goleiro Clébio, do Bolamense, no Tribunal de Justiça Desportiva do Distrito Federal (TJD/DF).
De acordo com a reportagem feita pelo portal Esportes Brasília, um torcedor do Gato Preto teria chamado o goleiro do time adversário de “macaco”. Ainda de acordo com a reportagem, o próprio guarda-redes teria identificado o autor da ofensa e passado aos policiais, que nada fizeram. A torcida Camisa 13, do Ceilândia, chegou a fazer uma nota de esclarecimento, afirmando que o acusado não faz parte da agremiação.
Depois de um adiamento, o julgamento finalmente aconteceu nesta semana. E, infelizmente, o racismo passou impune mais uma vez, e o clube não foi punido. A grande pergunta é: se o autor foi identificado, a organizada do time em questão assumiu o ocorrido (apesar de não ter partido de um membro desta), por que nada foi feito?
Veja bem, não desejo o mal do time Ceilândia. Longe disso. No entanto, é com muito pesar que afirmo mais uma vez que o único modo de se tentar controlar o torcedor é punindo o clube pelo qual
ele torce, já que individualmente, qualquer transgressão passa batido. Portanto, no intuito de evitar futuros casos semelhantes não apenas com o Gato Preto, mas como no Candangão como um todo, defendo a ideia de que uma punição deveria ter sido anunciada. E por que não foi?
De acordo com a matéria da Esportes Brasília, o autor Vinícius Cavalcante e o presidente em exercício do TJD/DF, Dr. Jadir Ferreira, foram contra a medida, se baseando no princípio do pro competitione, “que representa a prevalência, continuidade e estabilidade das competições”.
Ok, então devemos dar preferência à estabilidade das competições deixando de lado a dignidade dos jogadores? Não se trata aqui de um xingamento qualquer. Atos de racismo são a pior espécie de ofensa que pode-se dirigir a outro ser humano. No entanto, os ditos cujos citados acima preferem defender a “realização regular” do campeonato?
Sou bastante contra intervenções do tipo nos campeonatos esportivos, mas situações desesperadas pedem medidas desesperadas. O charme do Campeonato Candango não pode ser afetado por atitudes isoladas como essa. E as autoridades, ao invés de passarem o recado de que tais comportamentos são totalmente inaceitáveis, preferem dar a entender mais uma vez que torcedores e jogadores são meros “peões” num torneio onde o que realmente vale é unicamente o lucro e o comodismo dos responsáveis.
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