19.5 C
Brasília
quarta-feira, 30 de abril de 2025
Início Site Página 496

Federação adia retorno e prorroga home office até 18 de maio

2
Arte: Eduardo Ronque/FFDF

Por Bruno H. de Moura

Seguindo as orientações do governo do Distrito Federal e do Ministério Público da capital, a Federação Brasilense de Futebol decidiu adiar o retorno das atividades presencias na entidade para 18 de maio. É a segunda vez, neste mês, que o órgão máximo do futebol local remarca o reinício do funcionamento presencial.

A medida segue o novo decreto do governo candango. Ibaneis Rocha adiou, novamente, a reabertura das atividades consideradas não essenciais e do comércio do DF. A nova data do governador é 18 de maio, mas não existe garantia de que será implementada. O governo local vem atualizando suas previsões dia após dia, a depender do crescimento da curva de infectados e, principalmente, internados pela Covid-19.

Saiba mais:

Resolução segue medidas recentes

Na Resolução 06/2020, o presidente da FFDF, Daniel Vasconcelos, considera a Medida Provisória 927/2020, que trata da flexibilização das jornadas de trabalho pela pandemia, a emergência da saúde pública e a crise mundial de saúde pública.

A resolução tem apenas 1 artigo, que prevê: “Art. 1º – Determinar a suspensão do retorno às atividades de todos os funcionários da Federação de Futebol do Distrito Federal, retornando as suas atividades no dia 11 de maio de 2020. Ficando neste período, os mesmos designados a trabalharem em sistema home office.”

A FFDF deu férias coletivas a todos os funcionários em março e previu a volta em 04 de maio, mas foi obrigada a adiar para 11 deste mês. Agora, a previsão é de reiniciar os trabalho presenciais em 18/05, mas sem garantia de que isso realmente acontecerá. Do lado dos clubes a expectativa em ter bola rolando ainda neste mês é cada vez mais distante.

Com quarentena agitada, Caio Bonfim segue preparação para Tóquio

0
Foto: Abelardo Mendes Jr/ rededoesporte.gov.br

Por Agência Brasil

Enquanto muitos estão tendo tempo de sobra nessa quarentena, o marchador brasiliense Caio Bonfim está tendo que se dividir em três. O corredor falou um pouco sobre a rotina nesses dias de confinamento em uma live realizada na última segunda (4) nos perfis nas redes sociais da Confederação Brasileira de Atletismo (CBA).

O primeiro Caio, digamos assim, é o pai. Em junho do ano passado, às vésperas de embarcar para a disputa do Pan-americano de Lima, o atleta teve o seu primeiro filho, Miguel. Agora, ele está podendo curtir o bebê. “Meu ritmo de competições é sempre muito intenso. Então, nesse lado, a quarentena está sendo excelente. Posso colocar em prática o meu lado de papai coruja”.

O segundo Caio é o solidário. No início desse mês, o corredor promoveu uma live solidária. O recordista brasileiro dos 20km e dos 50km marchou 21km em uma esteira durante 1h33min31s. O objetivo era arrecadar doações de alimentos e materiais de limpeza para entidades assistenciais de Sobradinho (DF). “Queríamos ajudar os mais necessitados de alguma forma. Vi alguns atletas amadores correndo dentro de casa. E aí surgiu essa ideia. Era para fazer 30km, mas para não alongar demais fechei nos 21km”, afirma.

Até terã-feira (5) já foram arrecadados, através de um site, R$ 4.005,00. A meta é de R$ 10 mil. “Só podemos vencer essa competição juntos. Praticamente todo o material arrecadado vai ser revertido para os ‘velhinhos’ de um lar daqui de Sobradinho. Muitos deles são abandonados e sofrem ainda mais nesse período”, afirma.

O terceiro Caio é o atleta. “Estou fazendo um trabalho de força para ganhar um pouco mais de musculatura. Fiz algumas simulações de provas. Inclusive, naquele dia da live, competiria na Copa do Mundo de marcha. É fazer o macro ciclo anual para não perder muito preparo”, diz Bonfim, que também mantém contato direto com o Comitê Olímpico Brasileiro (COB).

“Tenho 29 anos, estou longe do meu auge. Quero usar esse ano que tenho até Tóquio para atingir o topo da preparação física. A ideia não é tirar apenas os cinco segundos que me afastaram do pódio nos Jogos do Rio, em 2016. Quero tirar mais para fazer história”, projeta.

Para isso, ele não quer descuidar de nenhum detalhe. “Cheguei ao Mundial de Doha, no final do ano passado, dez vezes mais bem preparado do que no torneio de Londres, em 2017, quando conquistei o bronze. Mas tive que cumprir uma punição de dois minutos por penalização da arbitragem. E acabei em 13º. Então, também estou fazendo esse trabalho técnico para não deixar escapar nada”, declara.

Jogos Olímpicos

Caio Bonfim já tem índice para disputar os Jogos de Tóquio. A classificação veio com o terceiro lugar na prova dos 20km da etapa do Circuito Mundial da modalidade na cidade chinesa de Taicang. Bonfim cravou o tempo de 1h20min37s. Esta será a terceira Olimpíada do brasileiro.

Em Londres, ele ficou com a 39ª posição. E, no Rio de Janeiro, veio a 4ª posição nos 20km com a marca de 1h19min42s, apenas cinco segundos a mais do que o terceiro colocado, o australiano Dane Bird-Smith. Tempo que ficou engasgado na garganta do marchador por um ano, até o Mundial de Londres de 2017.

“Aqueles cinco segundos da Olimpíada estavam entalados. Por isso cheguei na Inglaterra com o foco total na medalha. Cheguei, fiz dois ou três treinos, competi e fui embora. Apesar de saber que o atleta deveria ser bem tratado, independentemente da medalha. Mas aqui no Brasil não funciona assim. Por isso estou tentando usar essa conquista de Londres, e até mesmo o bom desempenho no Rio, que já tinha aberto muitas portas, para ajudar vários outros colegas que fazem trabalhos excelentes, mesmo sem as medalhas”.

Provas

20km e 50km são as duas distâncias olímpicas disputadas na marcha atlética. E são provas bem diferentes. Quem garante é o próprio atleta: “Para completar os 50km a pessoa tem que gostar de desafio. Porque tem muito sofrimento. O mais difícil é o treino, são muitos quilômetros. Muda a vida do atleta. São muitos dias sozinho. O otimismo é fundamental para chegar ao final. Os marchadores sempre dizem que, quando se entra nos 40km, é a metade. Os últimos 10km são uma loucura”. Já os 20km tem uma intensidade muito alta: “Perdi mais peso nos 20km do que nos 50km nos Jogos do Rio de Janeiro. A velocidade média chega aos 15km/h”.

Na prova dos 50km, no Rio de Janeiro, o francês Yohann Diniz, mesmo sendo recordista mundial da distância e um dos principais candidatos ao pódio, foi um dos que mais sofreu. Depois de liderar, passou mal, desmaiou e teve problemas intestinais. Concluiu a prova, mas na oitava colocação, com 3h46min43s, seguido pelo brasileiro Caio Bonfim.

O brasileiro marcou 3h47min02s para garantir o nono lugar. Lembranças daquela prova não faltam. “Fui ao banheiro durante a prova. Tinha um mais perto. Mas acabei não o encontrando e perdi alguns preciosos minutos. O francês foi mais corajoso, acabou fazendo nas calças, e, por isso, mereceu mais”.

Vicente Luque é imponente e luta com Niko Price é interrompida por médicos

0
Foto: Twitter/UFC News

Por João Marcelo

Incógnita, remarcações e retorno. Essas palavras poderiam facilmente ser o resumo do UFC 249, primeiro evento de nível mundial após a declaração da pandemia do coronavírus. E o solo americano, mais precisamente em Jacksonville, na Flórida, foi o palco escolhido para a realização das lutas. Além do UFC 249, as duas próximas edições também acontecerão nos Estados Unidos. Tomando precauções como testes em massa e portões fechados, o silêncio no combate foi algo incomum em um esporte tão vibrante.

Porém, para um brasileiro, a volta contou com ponto positivo. Com muita trocação, disposição e bastante sangramento, os lutadores fizeram um combate à altura de uma revanche. O número 13 dos pesos-leves, Vicente Luque, conseguiu vencer, pela segunda vez em sua carreira, o americano Niko Price. O atleta da Cerrado MMA chegou a sua décima primeira vitória no maior evento de MMA do mundo após interrupção médica no terceiro round.

Três rounds com trocação e ímpeto dos lutadores

Os primeiros segundos de luta, como de praxe, foi bem estudados pelos adversários. Aos 40 segundos, Luque deu seu primeiro chute e desequilibrou Price. O americano respondeu com diversas tentativas de jabs. Já com três minutos de combate, as trocas de socos e chutes ficou mais acirrada e aberta. Faltando pouco mais de um minuto para o fim, Niko acertou um chute no queixo de Luque e partiu para cima do brasileiro, conseguindo-o levar para o chão. Vicente conseguiu levantar após alguns segundos.

Assim como no primeiro round, os primeiros segundos foram de cautela. Após o estudo, Luque acertou um golpe em Price, que reclamou de ter sido baixo. O árbitro parou a luta e esperou Niko se recuperar. Na volta, o americano voltou com mais ímpeto, com vontade de encerrar logo a luta e abriu mais um trocação com Vicente. O brasileiro ficou recuado algum tempo, mas logo se recuperou e levou a luta para o meio do octógono. Faltando 50 segundos para o fim, Luque conseguiu acertar um direto.

Já no terceiro round, Vicente começou sendo mais contundente na trocação. Os golpes abriram um grande sangramento em Price. O americano manteve a luta em pé e sofreu um knockdown depois de um cruzado de Luque quando faltavam um minuto e meio para o fim. O brasileiro ficou por cima, mas a luta teve que ser interrompida por conta da quantidade de sangue em Price. Após a consulta, os médicos decidiram finalizar a luta e declarar a vitória do brasileiro.

 

Com etapa marcada para Brasília, Liga das Nações de Vôlei é cancelada

0
ingressos liga das nações
Foto: Wander Roberto/Inovafoto/CBV

Por Lucas Espíndola

A Federação Internacional de Vôlei (FIVB) anunciou na última sexta-feira (8/5) pela manhã que a Liga das Nações, principal competição do vôlei, não será disputada em 2020. A causa é a pandemia do coronavírus que devasta o mundo inteiro. A competição estava marcada para começar no próximo dia 19 de maio com jogos femininos. Os masculinos teriam bola no ar no dia 22.

No dia 13 de março, a federação mundial já havia adiado a Liga das Nações para depois dos Jogos Olímpicos de Tóquio, que até então aconteceriam entre julho e agosto (posteriormente foram adiados para 2021). A fase inicial da competição é disputada em diferentes países e e a sede da fase decisiva seria a China. No Brasil, as sedes seriam Campo Grande, Cuiabá e Brasília.

Inicialmente, os jogos em Brasília estavam marcados para acontecer no final do mês de maio. A seleção feminina mandaria suas partidas primeiro, entre os dias 26 e 28 de maio. Já a masculina jogaria a partir do dia 29, mandando seus jogos na capital federal até 31. Mesmo com o cancelamento da etapa 2020, Brasília ainda receberá a Liga das Nações em 2021 e 2022.

Clique e saiba mais
Passagem da Liga das Nações em Brasília foi um sucesso de público
Capital Federal ainda receberá competição em 2021 e 2022

Em nota divulgada no site oficial da entidade, Ary Graça, presidente da FIVB, justificou o cancelamento da Liga das Nações como “dada a natureza evolutiva da pandemia, a complexidade da realização do evento global em vários países anfitriões e o compromisso de proteger a saúde dos participantes”.

Ainda no comunicado, Ary diz que a atenção agora está voltada para a Liga das Nações de 2021, a fim de garantir que seja a melhor edição de sempre. Além disso, o presidente da FIVB ressaltou a garra dos atletas que estavam se preparando para a competição, e não tem dúvidas de que o próximo ano será muito emocionante, quando a Liga voltará.

Augustinho Lima e Bezerrão: veja como arenas estão durante a pandemia

7
Foto: Divulgação/Secretaria de Esportes

Por Danilo Queiroz

Durante a pausa das competições locais e nacionais provocadas pela pandemia do coronavírus, um dos pontos de preocupação dos clubes candango é a manutenção dos estádios utilizados durante a temporada. Na quarta-feira (6/5), o Distrito do Esporte mostrou que o Abadião, em Ceilândia, vem recebendo cuidados periódicos. No mesmo caminho estão o Bezerrão, no Gama, e o Augustinho Lima, em Sobradinho.

Geridos pela Secretaria de Esporte e Lazer do Distrito Federal (SEL-DF), os dois palcos esportivos estão sendo preservados para reunirem condições de jogo quando o Campeonato Candango for retomado. “Há o acompanhamento semanal da situação dos estádios, com a realização dos serviços necessários para manutenção, como poda de grama, combate às pragas, restauração do gramado e edificações”, explicou a pasta.

A pedido da reportagem do Distrito do Esporte, a Secretaria de Esportes registrou imagens mostrando as condições dos gramados de Bezerrão e Augustinho Lima. Estádio mais utilizado na primeira fase do Candangão, o estádio gamense abrigou 13 jogos com mando de campo de Gama e Capital. Já a casa do Sobradinho foi utilizada nas cinco partidas em que o alvinegro foi mandante no torneio local.

Clique e saiba mais:
Abrigando alojamento, Abadião recebe cuidados diários durante pandemia
MPDFT recomenda que estádios do DF não sejam utilizados durante a pandemia
Coronavírus: veja o que os atletas pensam sobre a volta do futebol no DF

Assim como o Abadião, o Bezerrão também está sendo utilizado no combate à disseminação do coronavírus. Na área externa da arena, foi montada uma estrutura que está sendo utilizada pela Secretaria de Saúde na realização de testes rápidos para identificar a Covid-19 na população gamense. O local, inclusive, deve receber a primeira partida no retorno do torneio entre Gama e Real Brasília.

Área externa do Bezerrão está recebendo espaço de testes de coronavírus | Foto: Divulgação/Secretaria de Esportes

Laudos ainda terão expedição pontual

Assim como nas demais arenas do DF, o Bezerrão e o Augustinho Lima continuarão recebendo eventos após a pandemia com laudos pontuais. A prática, que virou praxe durante nas últimas edições do Campeonato Candango, chegou a trazer problemas para clubes como Brasiliense e Taguatinga, que por vezes só conseguiram liberar o Serejão horas antes de entrarem em campo para cumprirem seus compromissos no torneio local.

Paralisado há 51 dias, o Candangão 2020 e as demais competições com participação de times locais ainda não têm data para serem retomados. No início da semana, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) recomendou que a Federação de Futebol do DF (FFDF) mantenha o torneio local suspenso. Em nota, a entidade que rege o esporte no DF informou que irá acatar a determinação.

Alheios ao coronavírus, países optam por não parar esportes durante pandemia

0
Foto: Divulgação/Diriangén FC

Por Lucas Espíndola

A quarentena em Brasília e no Brasil vai se alastrando, devido à pandemia de coronavírus que vivemos em 2020. O esporte no mundo todo parou, melhor dizendo, em quase todo mundo. Ao redor do planeta, três modalidades continuam tendo atividades, movimentando atletas em cinco países que, contrariando todas as recomendações dos especialistas em saúde, resolveram não parar devido à Covid-19.

Enquanto no Brasil ainda está tudo incerto, países como Rússia, Taiwan, Turcomenistão, Bielorrússia (também conhecido como Belarus) e Nicarágua seguem suas atividades esportivas normalmente. Vale ressaltar que o futebol na Rússia parou e apenas o hockey no gelo e o tênis de mesa estão acontecendo no maior país do mundo.

Nos outros países citados, quem não parou foi o esporte da bola redonda. Das quatro nações, a Nicarágua é a única que a temporada do futebol já está acabando. A Primera Liga, como é chamada pelo povo nicaraguense, está marcada para terminar no próximo final de semana, com a final entre os dois maiores times do país.

Managua e Real Estelí já se enfrentaram no último sábado (2), no primeiro jogo da finalíssima do Nicaraguão. Outro jogo que movimentou a Nicarágua no final de semana foi o encontro entre Jalapa contra o Deportivo Masaya, jogo válido pelo playoff de rebaixamento, no domingo (3). O Jalapa venceu a partida e se manteve na primeira divisão.

No Turcomenistão, país da Ásia, a bola voltou a rolar no meio de abril. Após as autoridades afirmarem que o país estava livre do coronavírus, o campeonato turcomeno foi retomado e ainda foi autorizada a entrada de torcedores nos estádios. Em Taiwan, o futebol não parou e o campeonato segue normalmente em meio a pandemia.

O único país europeu que a redonda está em atividade é na Bielorrússia. A primeira e a segunda divisão começaram no final de março, na contramão de vários países que suspenderam as suas ligas. A a oitava rodada do primeiro escalão bielorruso começa nesta sexta-feira (8/5), com jogos programados até domingo (10/5).

Alemanha programa retomada

Em breve, porém, a Bielorrússia “ganhará” uma companhia de peso nas atividades futebolísticas na Europa. Depois de receber o sinal verde das autoridades governamentais, a Alemanha decidiu reiniciar as duas principais divisões da Bundesliga em 16 de maio. Apesar da volta, todas as partidas serão realizadas com portões fechados. O plano para evitar a proliferação do coronavírus também inclui testes regulares.

O retorno alemão acabou jogando pressão em outros países. Na Itália, uma das nações mais afetadas pela Covid-19, há uma discussão para retomar às atividades. Por outro lado, algumas federações decidiram dar um ponto final em suas ligas. Isso aconteceu na França, que declarou o PSG como campeão, e na Holanda, onde nenhum time ficou com a taça. Por lá, inclusive, a ideia é ter público nos jogos somente quando houve uma vacina.

Coronavírus: veja o que os atletas pensam sobre a volta do futebol no DF

2
Arte: Danilo Queiroz/Distrito do Esporte

Por Danilo Queiroz e João Marcelo

Em meados de abril, o avanço da pandemia do novo coronavírus atingiu em cheio o esporte em todo o Brasil. Com os primeiros casos sendo confirmados na capital federal e o isolamento social adotado pelas autoridades para conter a doença, a Federação de Futebol do Distrito Federal (FFDF) optou por paralisar o Campeonato Candango, assim como a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) interrompeu seus torneios. Com a pausa no calendário, os clubes também decidiram por interromper suas atividades.

Passados 50 dias de bola parada no DF, a viabilidade de um retorno dos compromissos é discutida nos bastidores. Buscando garantias de que tudo será feito com segurança para a saúde de jogadores, comissões técnicas, dirigentes, imprensa e demais envolvidos, a FFDF buscou articular com o Governo do Distrito Federal (GDF) a melhor maneira de resolver a situação e fazer com que o Candangão volte a ter bola rolando. Recentemente, o Ministério Público recomendou que o torneio não seja reiniciado.

No melhor dos cenários, a FFDF esperava ter o aval para que os clubes candangos que têm compromissos locais e nacionais em seus calendários pudessem retomar os treinamentos em maio. Após um período de intertemporada, necessário para os jogadores recuperarem o ritmo de competições, o Candangão seria reiniciado. Em âmbito nacional, a CBF pediu indicações do Ministério da Saúde, que foi favorável ao retorno, e autorizou as federações estaduais a buscarem a liberação com o próprio governo local.

No epicentro da situação, os artistas do espetáculo aguardam uma definição. Com a rotina totalmente alterada pela pandemia, os atletas acompanham os desdobramentos. Para entender o pensamento da classe futebolística, o Distrito do Esporte ouviu 14 jogadores de Brasiliense, Capital, Formosa, Gama, Luziânia, Minas Brasilia, Real Brasília, Sobradinho e Taguatinga. Os depoimentos, publicados na íntegra, foram colhidos entre 4 e 7 de março. Esta reportagem será atualizada conforme cheguem novas manifestações.

Como os atletas enxergam a possibilidade de retorno:

Daniel Felipe, zagueiro do Taguatinga: “Temos visto uma pressão de alguns clubes das Séries A e B com a CBF para que o futebol esteja de volta. Na minha opinião, é prematuro porque o vírus está em ascensão. Seria uma coisa impensável. Muitos vão falar que seriam jogos sem público, mas o futebol depende de uma pequena aglomeração de pessoas. São muitas coisas que não estão de acordo com o que a OMS pede. Muitos falaram da testagem, mas eu me pergunto se o futebol está acima de qualquer coisa no nosso país para os atletas terem esse privilégio, sendo que a maioria da sociedade não tem esse acesso. Não estamos conseguindo testar os profissionais de saúde que estão na linha de frente do combate ao coronavírus. Será que o futebol está tão acima a ponto de ter esse privilégio? Não concordo com a volta agora. Particularmente, tenho na família pessoas do grupo de risco. Eu não me sentiria à vontade de treinar sabendo que posso trazer o vírus para minha casa. Não estaria 100% centrado no futebol. Muitos atletas dependem de transporte público para chegar no CT e estaríamos correndo muito risco tendo contato com a população.”

Marcos Aurélio, meio-campista do Brasiliense: “É um momento muito crítico e delicado. Confesso que nunca imaginei que um dia passaríamos por isso e não tem como falar em volta ao normal visando tantas vidas que foram ceifadas por essa terrível doença. Mesmo com a gente sabendo que existe um “grupo de risco” me incluo pelo fato de ser uma doença que não sabermos o verdadeiro grau de risco. Estamos vendo jovens sem histórico de doenças morrendo. Mas por outra parte, sabendo que o Ministério da Saúde deu parecer favorável à volta, podíamos montar uma estratégia de retorno aos poucos , com treinos divididos em partes, um grupo alternando o outro, até porque somos atletas e ficar parados poderia dificultar a nossa volta quando tudo isso passar. A gente treina em casa, mas sabemos que não é igual aos nossos treinos de rotina. Seria legal se realmente conseguíssemos montar um planejamento junto ao clube para testagem dos jogadores, uma forma segura para nos prepararmos para quando voltarmos não sofremos tanto com o preparo físico. Já a volta aos jogos deveria ser analisado com mais cautela. Por mais que seja de portões fechados, o jogo em sim comporta um grande número de pessoas, desde atletas, comissão técnica , repórteres… o ideal seria achatar um pouco mais a curva pra irmos planejando com cautela.”

Nunes, atacante do Gama: “Esse momento que estamos passando é muito delicado, porque ninguém imaginava passar por isso. Eu sou a favor de voltar os treinos. Claro que tomando todos os cuidados possíveis. Em relação à testagem, eu acho valido porque também é uma segurança para nós. Eu não posso falar por todos os atletas, mas eu estou doido para voltar logo, creio que a maioria também. Por mim, já estaria treinando.”

Isabela Melo, zagueira do Real Brasília: “Sabendo da nossa situação no Real Brasília e por todo suporte que temos, entendo que o clube agiria dentro de todas as normas e cuidados estabelecidos pelos responsáveis para voltarmos nossos treinamentos e condutas no “extra campo” para evitar o contágio, propagação do vírus e aglomerações. Assim como manteriam todas nós atletas seguras dentro do nosso CT ou hotel aonde não ficaríamos tão expostas e obedecendo cada detalhe da quarentena. Porém, isso vai muito além de somente voltar aos treinos, pois não temos datas exatas de quando as competições possam voltar, como irá funcionar ou qualquer direcionamento deste tipo. Então, na minha opinião, é aguardar o melhor momento e a decisão da nossa diretoria para que venhamos praticar novamente nossos treinamentos já com um certo cronograma e datas de retorno das competições. Melhor para se trabalhar e preparar para o retorno. No atual momento que vivemos, eu acredito que seja impossível voltar os jogos de imediato, até porque nós estamos em competição nacional, assim como tem outros clubes do DF. Então acredito que vai muito além, pois precisamos que todas as outras 35 equipes (no nosso caso, que estamos jogando a série A2 do Brasileiro) estejam aptas e também já em fase de treinamentos para que deem esse retorno ao Brasileirão. Porém, isso não é possível pois sabemos que a pandemia e os casos fatais da doença variam de estado para estado, alguns talvez estejam mais tranquilos com poucos casos confirmados, que dentro de todas as normas estabelecidas pelo Ministério da Saúde e outros responsáveis, talvez conseguiriam voltar uma competição, se fosse regional. Acredito que o Campeonato Brasileiro ainda não venha acontecer de imediato.”

Gilvan, atacante do Real Brasília: “É um momento muito difícil que a gente está vivendo. Nunca havia acontecido isso. É claro que a gente está doido para voltar a nossa rotina normal, mas parece que cada dia esse coronavírus fica pior. Na minha opinião, acho que com todos os cuidados e, claro, com os portões fechados dá para começar a pensar em voltar pelo menos os treinos.”

Azul, atacante do Capital: “A pandemia atingiu nosso país e com isso o futebol também sofreu. A gente que joga está ficando em casa sem poder atuar, treinar… sem poder fazer nada. O Candangão estava na reta final. É triste não poder atuar, mas primeiro vem a saúde, se proteger para não pegar a doença e não afetar nossos familiares. Se Deus quiser, logo logo isso vai passar e vamos voltar a fazer o que a gente mais gosta. Estou triste por tudo isso, mas se Deus quiser rapidamente isso vai ser resolvido.”

Railan, lateral do Brasiliense: “O que estamos vivendo é uma situação grave, mas a comissão técnica do Brasiliense está deixando todos os atletas ciente da situação. O debate está em pauta, mas estamos aguardando as decisões do órgãos competentes. Ainda não temos uma previsão certa para o retorno, mas eu acho que temos que voltar em um momento que a saúde dos jogadores e todos os outros funcionários do clube não estejam em risco. Estão dando todo suporte necessário, enfatizando a preocupação para ficarmos em casa. Também estão nos auxiliando com os treinos específicos.”

Uoston, goleiro do Sobradinho: “Na minha opinião, o futebol deveria voltar sim, porém, com os portões fechados e todos jogadores fazendo o teste de coronavírus antes das partidas.”

Willian, meio-campista do Capital: “Estamos passando uma situação difícil e bem complicada de entender, mas eu, como atleta, gostaria muito que o futebol voltasse, mas tenho bastante receio porque tenho filho e algumas pessoas de risco na minha família. Hoje, graças a Deus, tem minha esposa que continua trabalhando e tem dado conta de pagar algumas dividas, mas nem todos os atletas tem suas esposas trabalhando e muitos deles sustentam suas famílias, por isso eu sou a favor do retorno do futebol sim, mas percebo que fica inviável seguir todas recomendações do Ministério da Saúde, como, por exemplo, uso das máscaras nos treinos, jogos e o distanciamento. Alguns clubes, como Capital, Real e Brasiliense estão de alguma forma tentando ajudar seus atletas, mas em Brasília nem todos os presidentes têm condições de fazerem da mesma forma. Enfim, eu tenho muita vontade de voltar a treinar e jogar, mas tenho um pouco de receio com o que pode acontecer.”

Marcella Hulk (@marcellahulk09), atacante do Minas Brasília: “A vontade de estar de volta aos gramados é grande, de fazer o que amo e estar competindo. Mas precisamos ter consciência do estrago que esse vírus está fazendo e não devemos nos precipitar. Temos que pensar na nossa saúde e da humanidade também. É aguardar com sabedoria as autoridade definirem com segurança essa possível volta e quando esse retorno acontecer que seja no momento que as estatísticas de infectados esteja caindo e tendo controle da contaminação. Sobre portões abertos ou fechados, como disse antes, só deve voltar quando o vírus tiver controlado”.

Dedê, lateral do Real Brasília: “Fomos todos pegos de surpresa com a pandemia, que acabou mudando tudo. Tem sido algo muito novo e difícil. No início, imaginávamos que iria se resolver o mais rápido possível e não seria tão longo. Não podemos perder a fé que isso vai passar e logo vamos voltar as nossas vidas normais. Sinceramente, nós jogadores ainda está em uma “cega” de informação. Estamos lidando com um vírus, que é algo invisível. Em um estado está mais grave que o outro. Em Brasília, graças a Deus, o índice não está tão grande, mas ficamos em dúvida se o pico já bateu aqui. Acredito que ainda é cedo para voltar, por mais que a vontade seja grande. Por mais que todo mundo faça o teste, a gente não sabe se todos os clubes terão essa estrutura. Digamos que deu negativo na apresentação, mas uma semana depois eu possa ter contraído e não irei saber. Por ser um atleta, talvez eu não sinta, mas já vou transmitir para alguém. É algo muito maior do que a gente imagina. Temos os órgãos que são especialistas em saúde. Se tratando do Real Brasília, nosso presidente vai ser o primeiro a ter certeza de quando poderemos voltar. Entra também em um lado político a volta do futebol. Se volta um Candangão e não volta um Paulista, acredito que haverá pressão em lugares onde o vírus está mais forte pelos outros que já voltaram. Torcemos para isso acabar logo para voltarmos as nossas vidas. A gente vê muitas ideias de retomar os campeonatos. O futebol sem torcida perde a cor, porque é para o torcedor. No Real, agora temos uma casa, o Defelê, e em dois jogos vimos como tá nascendo uma torcida, uma paixão. Como jogador, não ficaria feliz de ter as finais sem torcida. Vamos ficar esperando nossa diretoria. Eles sabem a melhor maneira de voltar aos treinamentos. Espero que seja o mais rápido possível.”

Lucas Silva, atacante do Luziânia: “Se a gente tiver toda a consciência, os cuidados necessários, tendo também avaliação dos atletas e as precauções com máscara e álcool em gel, acho que poderia voltar com estádios fechados para que pudêssemos terminar a competição. É um momento complexo de se analisar e ver a melhor forma de resolver, mas acho que Brasília tem estrutura suficiente para fazer esse cuidado. Se olharem com carinho, com certeza verão uma maneira viável de terminar a competição”.

Maiqui, atacante do Formosa: “Tenho certeza que nós atletas nunca queríamos ter parado, estar sempre em atividade, mas acabou que a pandemia afetou o futebol inteiro e nos afastou um pouco. Já queríamos estar jogando de novo e estamos esperando o retorno para dar continuidade nas fases finais e tenho certeza que pode retornar, mas com segurança e planejamento. Com toda a cautela do que está acontecendo acho que tem a possibilidade de voltar. Até mesmo nós que estamos brigando por vaga na Copa do Brasil e na Série D do Brasileiro. Será bom para o Campeonato Candango.”

Matheus Lorenzo, goleiro do Luziânia: “Acho que ainda não, pois é um momento muito delicado para todos nós, é uma questão social, pois não são somente nossas vidas que estão em jogo, mas dos nossos familiares e amigos também, nos remetendo a um bem maior que é a vida. Acredito que no tempo certo tudo voltará a sua normalidade. A testagem em massa me deixaria seguro. Porém, acredito que isso não irá acontecer e nem será suficiente para nos protegermos. Como todos sabemos, os recursos que a maioria dos clubes têm não são suficientes para cobrir os gastos dos testes. Se a CBF ou a FFDF pudessem arcar com esses custos, ou mesmo fornecer os testes ,já seria um grande avanço para retornarmos. Portão fechado não é suficiente, pois somos os transmissores desse vírus. O futebol sem a presença do público seria bastante triste. Então prefiro aguardar o tempo certo e ter público com os devidos cuidados necessários. Sobre a vontade de voltar, acho que essa resposta será unânime com certeza. Eu, como um eterno apaixonado, queria um retorno o mais breve possível. Sem entrar no mérito, acho que um dos clubes mais prejudicados nessa parada foi o Luziânia. Estávamos em uma crescente muito boa, mas infelizmente esse vírus atacou a todos nós e paralisou nosso futebol.”

Situação da pandemia de coronavírus no DF

De acordo com a última atualização, feita pela Secretaria de Saúde (SES-DF) na noite de 6 de março, o Distrito Federal tem 2.078 casos de coronavírus confirmados, com 35 mortes provocadas pela Covid-19. Ainda de acordo com dados da pasta, 1.170 já se recuperam, enquanto outras 60 pessoas estão enfrentando casos graves da doença. Em decreto publicado nesta quinta-feira (7/5), o governador Ibaneis Rocha ampliou o decreto que fecha o comércio e suspende eventos em território candango até 18 de março.

Clássico dos solidários agita atléticas da Universidade de Brasília (UnB)

0

Por Lucas Espíndola

O Clássico dos Solidários está de volta ao Distrito Federal. Após Gama e Brasiliense terem feito a primeira ação com essa magnitude na capital federal, a Atlética Presidência, do curso de administração, e a Atlética Hermética, do curso de comunicação, ambas da Universidade de Brasília (UnB), farão o segundo evento com o viés de ajuda ao próximo em Brasília.

A ação estará disponível no site Ingresso de Vantagens e terá o mesmo modelo que foi adotado por Brasiliense e Gama, mas ao contrário dos dois times, as duas atléticas não ficarão a metade do dinheiro, e destinarão tudo que for arrecadado para duas instituições, uma localizada no Recanto das Emas e outra em Sobradinho.

O evento terá somente venda de ingressos on-line, ao valor único de apenas cinco reais. Serão dois setores, um destinado para cada torcida. A cada R$ 100,00, um gol será marcado para a respectiva Atlética. A venda dos ingressos virtualmente ocorrerá até o dia 15 de maio, na sexta-feira, e o resultado será divulgado em seguida.

Vale ressaltar que a empresa Dataclick é a criadora do projeto, levando esta ação social a vários cantos do Brasil. Ao Distrito do Esporte, o CEO da Dataclick, Mauro Cesar, falou um pouco sobre o Clássico dos Solidários.

“Logo após a paralisação do futebol, e consequentemente com a parada total dos eventos, nosso time passou a trabalhar em cima de algumas estratégias e ações de engajamento. Uma das propostas seria que uma destas ações tivesse uma relevância grande em prol da questão social”, explicou.

“A gente precisava encontrar uma ferramenta e uma fórmula que contemplasse toda a cadeia envolvida: torcedor, clube e também a própria Dataclick. Então nasceu o Clássico dos Solidários. Já são mais de 10 eventos realizados em todo o Brasil e muitos clubes estão nos consultando”, encerrou Mauro Cesar

Abrigando alojamento, Abadião recebe cuidados diários durante pandemia

4
Foto: Divulgação/Administração de Ceilândia

Por Danilo Queiroz

Mesmo com a paralisação dos jogos de futebol provocada pela pandemia do coronavírus, o Estádio Abadião, em Ceilândia, segue recebendo cuidados especiais para manter a qualidade de gramado e estrutura. Sem receber eventos esportivos desde 14 de março, quando foi palco do empate em 0 a 0 que acabou rebaixando Ceilandense e Paranoá no Campeonato Candango, a arena passou a ser parte da estrutura de combate à Covid-19 na maior cidade do Distrito Federal.

Em abril, o Abadião foi escolhido para abrigar uma estrutura para atendimento da população em situação de rua. O espaço, montado em uma área perto das arquibancadas, tem capacidade para atender cerca de 200 pessoas. Segundo a Administração Regional de Ceilândia, pasta responsável por gerir todo o espaço da arena esportiva, a área escolhida para a montagem do alojamento não invade nenhum trecho do gramado, o que facilita na manutenção da área.

Foto: Divulgação/Administração de Ceilândia

Outros cuidados prévios também fazem parte da rotina da praça esportiva. “Além disso, equipes realizam a manutenção do gramado diariamente com a roçagem da grama, irrigação e a adubagem”, explicou a Administração. As imagens inclusas nesta matéria, cedidas pela pasta, mostram como está o estado do piso do arena na terça-feira (5/5). Além dos cuidados em seu interior, o Estádio Abadião também recebeu uma atenção especial em sua estrutura de vestiários e na parte exterior.

Saiba mais:
MPDFT recomenda que estádios candangos não sejam utilizados para eventos
Daniel Vasconcelos diz que futuro do Candangão 2020 ainda é incerto
MPDFT recomenda que FFDF mantenha a suspensão do Candangão

“O Estádio Regional de Ceilândia recebeu benfeitorias com a pintura, limpeza, roçagem do mato, a manutenção na parte elétrica e hidráulica e reparos nos vestiários de jogadores, comissões técnicas e equipes de arbitragem. Na área externa do Abadião, também houve uma operação com a retirada de lixo e entulho”, detalhou. Durante o Candangão 2020, a praça esportiva abrigou as equipes do Ceilândia e Ceilandense, recebendo dez partidas na primeira fase do torneio local.

Laudos ainda terão expedição pontual

Assim como nos demais palcos esportivos do Distrito Federal, o Estádio Abadião também continuará recebendo eventos após a pandemia com laudos pontuais. A prática, que virou praxe durante a realização das últimas edições do Campeonato Candango, chegou a trazer problemas para alguns clubes como o Brasiliense e o Taguatinga, que por vezes só conseguiram liberar o Estádio Serejão, em Taguatinga, horas antes de entrarem em campo para cumprirem seus compromissos no torneio local.

“Os laudos de segurança para a realização de qualquer evento no estádio são eventuais, sendo expedidos pelos órgãos competentes conforme a natureza do evento e o número de público”, resumiu a Administração de Ceilândia. Paralisado há 49 dias, o Candangão 2020 ainda não tem data para ser retomado. No início da semana, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDF) recomendou que a Federação de Futebol do DF (FFDF) mantenha o torneio suspenso, o que será acatado pela entidade.

MPDFT recomenda que FFDF mantenha a suspensão do Candangão

7
Arte: Danilo Queiroz/Distrito do Esporte

Por Danilo Queiroz

O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) recomendou que a Federação de Futebol do Distrito Federal (FFDF) mantenha a suspensão do Campeonato Candango e não libere o treinamento nas arenas esportivas da capital. A decisão foi proferida em resposta a um ofício enviado pela entidade que rege o futebol local ao órgão, onde pedia orientações para o retorno das atividades esportivas.

Na minuta enviada a Daniel Vasconcelos, presidente da FFDF, o Procurador Distrital dos Direitos do Cidadão, José Eduardo Sabo Paes, cita o crescimento da curva de infectados pela Covid-19 e diz que, por isso, “a possibilidade da retomada das atividades pelas entidades esportivas deve ser vista com cautela”. O MPDFT lembra ainda que o pico da pandemia está previsto para ocorrer entre maio e junho.

“Portanto, o reinício das atividades esportivas, ainda que ocorra com portões fechados, vai no sentido contrário às regras de distanciamento social recomendadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para conter novos casos da doença. No mesmo sentido, ocorre com a rotina de treinamentos, tendo em vista que evitar aglomerações de pessoas é medida de fundamental importância para a preservação de vidas”, continuou o Procurador.

O órgão ministerial pediu ainda que a FFDF elabore um planejamento estratégico para formalizar a tomada de decisões a serem seguidas para conter a disseminação do coronavírus no ambiente esportivo. “Desta forma, após a devida discussão entre os todos os agentes envolvidos, é que as autoridades sanitárias poderão avaliar o melhor momento e as condições para a retomada das atividades esportivas”, seguiu a decisão.

Na tarde desta terça-feira (5/5), a Federação de Futebol do Distrito Federal (FFDF) utilizou o seu site oficial para se pronunciar e divulgar a decisão proferida pelo MPDFT. Sem entrar em muitos detalhes, a entidade máxima do futebol candango disse que o órgão “não recomendou a volta de imediato do futebol” e que a decisão “será acatada”. Com isso, o Candangão segue sem data para ser retomado.

FFDF desejava retomar ao menos os treinamentos

Em entrevistas recentes, o presidente da Federação de Futebol do Distrito Federal (FFDF), Daniel Vasconcelos, explicou os trâmites que são necessários para a retomada das atividades do Campeonato Candango. Destacando justamente que é preciso um entendimento com a Secretaria de Saúde do DF e com o MPDFT, o mandatário salientou que o “futuro ainda é incerto”.

“Dependemos da liberação de diversos órgãos do GDF, como a Secretaria de Esportes e de Saúde, por exemplo. Além do mais, o MP precisa dar o seu OK também, pois não adianta seguirmos em frente e depois sermos obrigados a parar novamente o Candangão”, analisou Vasconcelos, ressaltando que as tratativas com o governo devem começar já nos próximos dias após o aval dado pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

Destacando a necessidade de uma intertemporada dos clubes classificados para a segunda fase do Candangão, a intenção da FFDF era autorizar pelo menos os treinamentos ainda em maio. “Vamos nos reunir e tomar uma decisão conjunta. Daí iremos avaliar quando devemos voltar com segurança, até porque estamos lidando com vidas. Não podemos correr riscos”, ressaltou Vasconcelos.