Depois de mais de dois meses fechados, os parques do Distrito Federal serão reabertos ao público nesta quarta-feira (3/6). O uso pelos frequentadores, porém, será regulamentado e deverá seguir regras de proteção sugeridas pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Para garantir que os usuários irão seguir as novas recomendações, a Secretaria de Esporte e Lazer (SEL) irá credenciar professores e estudantes de Educação Física no programa “Seja um Voluntário no Parque”.
A intenção da pasta de esportes do Governo do Distrito Federal (GDF) é que os voluntários auxiliem na fiscalização da obrigatoriedade do uso de máscara de proteção facial e no distanciamento social de todos os frequentadores dos parques. Os interessados vão recomendar ainda que os esportistas não utilizem os equipamentos de ginástica instalados nos locais já que, em um primeiro momento, a população poderá apenas realizar corridas, caminhadas, prática de bicicleta, patins e skate.
Segundo a SEL/DF, poderão participar da fiscalização voluntária os profissionais de Educação Física inscritos no Conselho Regional de Educação Física (Cref/DF) e estagiáriosm que serão certificados com horas complementares. Os interessados devem se inscrever no site oficial da pasta em formulário disponibilizado especificamente para a ação. No registro, os candidatos devem informar dados pessoais, de contato e indicar a especialidade na área, assim como o local de preferência de atuação e a disponibilidade de dias e horários.
“É hora de ajudar! Os profissionais e estudantes de Educação Física entendem que praticar esporte é saúde, mas o momento exige muitos cuidados e o objetivo é proteger a população da Covid-19. Por isso, a Aecretaria de Esporte e Lazer criou o programa “Seja um Voluntário no Parque”, para que, de uma forma segura para todos, os cidadãos possam praticar atividades sem arriscar a sua própria saúde e a dos outros”, ressaltou a secretária da pasta, Celina Leão.
A retomada das atividades nos parques em território candango foi autorizada no último fim de semana pelo governador Ibaneis Rocha. Através do Decreto nº 40.846, o chefe do Executivo local estabeleceu a reabertura de 18 espaços esportivos a céu aberto (veja lista no fim da matéria). Os locais poderão receber público de 6h às 21h. Entretanto, está proibido qualquer tipo de comércio. Atividades coletivas e o uso de banheiros e bebedouros dos espaços também foram vetados.
Confira os parques que serão reabertos nesta quarta-feira:
Parque da Cidade Dona Sarah Kubitschek
Parque Ecológico do Paranoá
Parque Recreativo do Gama (Prainha)
Parque Ecológico do Gama
Parque Ecológico Sucupira (Planaltina)
Parque Ecológico do Lago Norte
Parque Ecológico da Asa Sul
Parque Ecológico Olhas D´água
Parque Ecológico Ezequias Heringer (Guará)
Monumento Natural Dom Bosco (Lago Sul)
Parque Ecológico Águas Claras
Parque Ecológico Riacho Fundo
Parque Ecológico do Areal (Arniqueiras)
Parque Ecológico Veredinha (Brazlândia)
Parque Ecológico do Cortado (Taguatinga)
Parque Ecológico 3 Meninas (Samambaia)
Parque Ecológico do Tororó
Parque Ecológico das Copaíbas
*Com informações da Assessoria de Comunicação da Secretaria de Esportes, Celina Leão
O Governo do Distrito Federal (GDF) decidiu liberar a utilização dos parques sediados no Distrito Federal. A decisão, publicada em edição extra do Diário Oficial (DODF) na noite de sábado (30/5), foi assinada pelo governador Ibaneis Rocha e terá validade a partir da próxima quarta-feira (3/6). O funcionamento poderá acontecer de 6h às 21h. Os locais estavam fechados desde 18 de março como ação de prevenção à disseminação do coronavírus na capital federal.
Assim como nos demais locais que já foram autorizados a retomar as atividades, haverá exigências para que a população possa frequentar os parques públicos do DF. Nos espaços indicados no decreto (veja todos no fim da matéria), está proibido qualquer tipo de comércio dentro deles, inclusive de ambulantes. Todos os equipamentos de musculação e demais áreas de atividade coletiva serão bloqueados, assim como banheiros e bebedouros estarão interditados.
Ao receber alta do hospital DF Star (onde estava internado desde a última segunda-feira para a realização de uma cirurgia) na manhã de sábado, o governador Ibaneis Rocha explicou que a ideia é permitir que os brasilienses se exercitem, mas façam apenas caminhadas ou andem de bicicleta. “Estarão abertas apenas a pista de cooper e a ciclovia”, detalhou. O uso de máscara de proteção facial também é obrigatório para todos os frequentadores.
No Parque da Cidade Dona Sarah Kubitschek, maior e mais movimentado espaço de exercícios do Distrito Federal, continuará vedado o trânsito de veículos. A exceção será apenas para os usuários que desejem se deslocar até os estacionamentos 4 e 5, devendo-se converter às vias internas em pista para pedestres e ciclistas. A fiscalização para respeito das instruções será organizada e supervisionada pelo Departamento de Trânsito (Detran-DF).
Fiscalização
Para garantir que todas as regras estipuladas no decreto sejam cumpridas pela população, o GDF determinou que a Secretaria de Esporte e Lazer do Distrito Federal (SEL-DF), o Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Brasília Ambiental) e as respectivas administrações dos parques serão responsáveis, além dos demais órgãos fiscalizadores da capital federal, façam supervisão e fiscalização diária do funcionamento e uso dos locais.
Confira os parques que serão reabertos na quarta-feira:
– Parque da Cidade Dona Sarah Kubitschek
– Parque Ecológico do Paranoá
– Parque Recreativo do Gama (Prainha)
– Parque Ecológico do Gama
– Parque Ecológico Sucupira (Planaltina)
– Parque Ecológico do Lago Norte
– Parque Ecológico da Asa Sul
– Parque Ecológico Olhos D`água
– Parque Ecológico Ezequias Heringer (Guará)
– Monumento Natural Dom Bosco (Lago Sul)
– Parque Ecológico de Águas Claras
– Parque Ecológico do Riacho Fundo
– Parque Ecológico do Areal (Arniqueiras)
– Parque Ecológico Veredinha (Brazlândia)
– Parque Ecológico do Cortado (Taguatinga)
– Parque Ecológico 3 Meninas (Samambaia)
– Parque Ecológico do Tororó
– Parque Ecológico das Copaíbas (Lago Sul)
Os atletas beneficiados pelos programas Bolsa Atleta e Compete Brasília, geridos pela Secretaria de Esporte e Lazer do Distrito Federal (SEL-DF) poderão dar andamento aos processos de solicitação de apoio através através da internet. A iniciativa, confirmada pela pasta nesta sexta-feira (29/5), foi tomada pela pasta para dar agilidade no procedimento e evitar o deslocamento dos interessados.
Os esportistas que já são contemplados pelas iniciativas podem enviar os requerimentos de apoio e demais documentos para o endereço eletrônico [email protected], gerenciado pela SEL-DF unicamente para as solicitações. Todos os arquivos devem estar em formato PDF. Após análise técnica, dentro do prazo de uma semana, o solicitante será comunicado sobre o resultado do pedido.
De acordo com a secretária de Esporte, Celina Leão, a medida é apenas o primeiro passo na informatização da SEL-DF. “Investir em tecnologia em todos os setores é primordial. Na Secretaria de Esporte não poderia ser diferente. Esse foi o primeiro passo para avançarmos em uma gestão conectada. Essa nova tecnologia irá proporcionar comodidade e agilidade para os atletas. Vem mais por aí”, destacou.
A SEL-DF ressalta ainda ser fundamental que os interessados estejam com seus cadastrados atualizados junto à pasta. No caso do Compete Brasília, o requerimento deverá ser protocolado respeitando os prazos máximos de 40 dias antes do início de competições nacionais e 60 dias antes do início de eventos internacionais. A prestação de contas dos recursos repassados também deverá ser feita on-line.
*Com informações da Secretaria de Esporte e Lazer do Distrito Federal (SEL-DF)
Enquanto algumas modalidades esportivas traçam estratégias para a volta – ainda há exemplos de retorno -, outras continuam a ser suspensas e mantendo a incógnita de eventos no ano corrente. Inicialmente marcado para a segunda semana de junho, a Copa Jihon, que teria a terceira edição em Brasília, foi oficialmente suspensa pela Confederação Brasileira de Karatê (CBK). Procurado pela reportagem do Distrito do Esporte, o presidente da Federação Candanga de Karatê do Distrito Federal (FCKDF) se mostrou descrente quanto ao retorno do esporte este ano.
Nos dias 13 e 14 de junho, o Distrito Federal receberia a 3ª Copa Jihon. Porém, o evento foi suspenso pela CBK por conta do coronavírus. Uma nova data não foi anunciada e a dúvida paira se ocorrerá ou não esse ano. Assim como o torneio candango, o Open AABB Nacional de Karate (Aracajú/SE) e o Open CPN de Minas Gerais (Passos/MG) também foram suspensas pela confederação. Outras competições datadas a partir de julho ainda não foram suspensas, adiadas ou canceladas.
Foto: Reprodução/Confederação Brasileira de Karatê
Presidente da FCKDF não acredita no retorno das competições em 2020
Em contato com o presidente da Federação Candanga de Karatê do Distrito Federal, Gerardo Coelho, o mandatário disse que “esse ano é atípico, não acredito na volta do esporte este ano”. Gerardo mostrou preocupação quanto à curva crescente da pandemia. “Não tem como assegurar quando essa curva irá abaixar e isso atrapalha o rendimento dos atletas. Mesmo se tiver competições no fim do ano, os competidores não estarão preparados. Ninguém está treinando, fica complicado”, disse.
Ele ainda se mostra descrente quanto à realização das competições marcadas para 2021. “Todos os segmentos na área esportivas estão suspensos. O maior evento mundial, as Olimpíadas de Tóquio, foi remarcado para ano que vem e nem sabemos se realmente vai acontecer”, falou. Por fim, ele disse estar seguindo todas as recomendações dos órgãos competentes. “A WKF (World Karatê Federation) e a CBK nos informou para aguardar normalizar e estamos cumprindo”, finalizou.
*O texto a seguir é de inteira responsabilidade de seu autor. As possíveis opiniões e/ou conclusões nele emitidas não estão relacionadas, necessariamente, ao ponto de vista do Distrito do Esporte.
Por Gabriel Caetano*
O grande artilheiro da Copa do Brasil de um dos maiores clubes do Brasil manda a bola no travessão, aos 37 do segundo tempo. No rebote, seu colega de equipe ainda marca aquele que seria o gol da classificação. Porém, o artilheiro já havia tocado na bola antes, caracterizando o segundo toque, invalidando a jogada e desclassificando o clube, dando a vaga para uma equipe da terceira divisão.
Foi assim que o torcedor alvinegro viu a queda do Botafogo para o Gama, em pleno Maracanã, no dia 7 de abril de 2004. Depois de um 4 a 4 caótico no jogo de ida, o alviverde não sucumbiu e jantou o Glorioso em território inimigo, avançando às oitavas de final da Copa do Brasil.
Incrivelmente, esse roteiro dentro de campo não foi o “prato principal” e, como nas grandes epopeias, foi apenas o fechamento dramático e fantástico para coroar um herói – nesse caso, vários heróis.
Allan, lateral direito do Gama, estava irregular desde 2002 | Foto: Reprodução da Internet
Roteiro desenhando-se
A dramaturgia dessa história começou a se desenhar em 4 de fevereiro de 2004, em uma cidade do interior paranaense. Diante do Paranavaí (PR), o Gama teve uma partida difícil em um campo pior ainda, com mais areia do que grama. No final, nenhum dos times conseguiu sair do zero.
Com o apito final, o adversário paranaense já tinha sua cartada: Allan, lateral direito do Gama, não estava inscrito no Boletim Informativo Diário (BID) da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). O clube paranaense apresentou denúncia, pedindo a exclusão imediata do clube candango por jogador irregular.
A vitória, unânime nos tribunais, veio no mesmo dia da partida de volta. Em campo, o alviverde não se deprimiu e engatilhou a ideia de que a única chance de classificação era a vitória – a derrota nos tribunais tinha sido apenas em primeira instância.
Em seu melhor estilo, o zagueiro-artilheiro Emerson marcou o primeiro, aproveitando cruzamento e cabeceando para o fundo das redes. Victor Santana e Bobby completaram a vitória: 3 a 0.
O advogado Fábio Franco, do clube paranaense, se baseou no Artigo 214 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD) para apresentar denúncia. Naquela época, constava no artigo que o clube seria punido ao “incluir atleta que não tenha condição legal de participar da partida, prova ou equivalente”.
Artigo 214 (CBJD) – Incluir atleta que não tenha condição legal de participar de partida, prova ou equivalente. Pena: perda do dobro do número de pontos previstos no regulamento da competição para o caso de vitória e multa de R$5,000,00 (cinco mil reais) à R$50.000,00 (cinquenta mil reais).
E o que seria “incluir atleta que não tenha condição legal de participar da partida, prova ou equivalente”?
Apenas o simples fato dele constar na súmula da partida ou o ato dele entrar em campo, seja como titular ou substituto?
Foi aí que o Gama mudou de estratégia.
Weber Magalhães (à esquerda) criticado pela torcida do Gama no “Caso Gama” de 2000, dessa vez ficou do lado alviverde. Fábio Simão (presidente da FMF, centro) e Paulo Goyaz (presidente do TJD-DF, à direita) se posicionaram a favor do alviverde e foram ao STJD, no Rio de Janeiro | Ronaldo de Oliveira/CB/D.A Press
Reviravolta nos tribunais; Heróis inglórios
O estudo para mudar a tática no recurso pedido pelo Gama foi feito por Paulo Goyaz, advogado do clube no “Caso Gama” e na época presidente recém-eleito do TJD-DF. Na nova contestação, a tese era que Allan não poderia ser considerado como “participante da partida”, pois não saiu do banco.
No dia 3 de março de 2004, o alviverde conseguiu um efeito suspensivo. O presidente do STJD, Luiz Zveiter, decidiu que a CBF não poderia marcar os jogos da segunda fase entre Paranavaí e Botafogo até que houvesse um julgamento final, marcado para o dia 11 de março.
O lobby do Gama para o julgamento no Rio de Janeiro tinha além de Paulo Goyaz e os representantes da diretoria alviverde, Fábio Simão, presidente da Federação Metropolitana de Futebol (FMF, atual FFDF) e Weber Magalhães, Secretário de Esportes e Lazer, na época.
Na briga entre Gama e CBF, quando era presidente da federação do DF, Weber foi acusado de omissão por torcedores e veículos de imprensa, chegando a receber críticas de diretores alviverdes por conta de “atitudes políticas” e desde então parte da torcida tinha “um pé atrás” com ele.
Chegou o dia 11 de março e o Gama deu outra goleada no Paranavaí. Em segunda e última instância, o STJD deu parecer favorável ao alviverde por 6 a 1.
Na volta ao DF, centenas de torcedores e até jogadores esperavam os cartolas no aeroporto. Ao desembarcar, Wagner Marques, Paulo Goyaz e até mesmo Weber Magalhães foram ovacionados pela torcida gamense. E quem diria, mesmo contestado por sua posição acuada em 2000, o então secretário Weber Magalhães foi um dos mais aclamados, recebido aos cantos da torcida Inferno Verde: “O Weber é da Inferno, ô, ô, ô, ô, ô”.
Sete anos depois, a torcida alviverde estaria praticamente chutando Paulo Goyaz e Wagner Marques, graças ao ostracismo atingido pelo clube em meio a gestão deles, principalmente por conta de problemas financeiros e polêmicas extracampo, como a negociação de jogadores e a venda da sede social. Daquele grupo, Weber Magalhães, atual presidente do Gama, é o único que ainda mantém prestígio com a torcida – mas já teve provas em seus primeiros anos de gestão no alviverde: se vacilar, o bicho pega.
Lacraram o Bezerrão, mas não conseguiram vencer
O clube paranaense não se deu por vencido e procurou a Justiça Comum, sendo o Procon da cidade de Paranavaí o autor da ação – clubes desportivos não poderiam entrar diretamente com ações na Justiça Comum.
No dia 24 de março, data da primeira partida entre Gama e Botafogo, os paranaenses chegaram a uma vitória, em primeira instância. A juíza Thereza Figueiredo Barbosa, da 1ª Vara de Precatórias do Distrito Federal, determinou às 14h34 o cumprimento da liminar cedida ao Procon de Paranavaí e exigiu que se lacrasse os portões do Bezerrão.
A resposta do alviverde foi correr até a sede da 1ª Vara de Precatórias do DF, no Setor de Rádio e TV Sul, para apresentar liminar concedida pela 1ª Vara Cível do Rio de Janeiro, garantindo a vaga do clube. Às 18h21, pouco mais de duas horas antes do previsto para o começo da partida, a juíza atendeu o pedido e determinou o cumprimento da decisão.
Agora era correr para deixar tudo pronto para a partida. Os lacres foram retirados e os portões abertos às 19h32. Os torcedores teriam menos de uma hora para correr até o Bezerrão, comprar ingresso e entrar no estádio.
Vitória triunfal
Como era de se esperar, o tumulto foi formado e até metade do primeiro tempo ainda havia torcedores entrando no estádio. Oficialmente foram vendidos 3.020 ingressos, mas o estádio estava lotado, a perspectiva pelo “olhômetro” era de um público de 10 mil presentes.
Graças a esse lacre e a incerteza de ter jogo ou não, fiquei fora da lista de gandulas – eu fazia escolinha no Jaime dos Santos, atrás do Bezerrão e por isso era gandula habitual.
Quase não vi o espetáculo também, meu pai pensou que não teria jogo. Como o prédio onde morávamos era ao lado do Bezerrão, ver o fluxo de pessoas indo ao estádio despertou a vontade do coroa e partimos ao alçapão. Ainda perdi uma parte, entrei bem na hora que o Emerson fez 2 a 1 para o Gama – e ainda era “cedo”, entrei aos 15 minutos do primeiro tempo.
O jogo, assim como toda a batalha judicial, foi emocionante. Alviverdes e alvinegros fizeram jus ao roteiro fora dos campos e deixaram a partida emocionante do começo ao fim. Ao final do primeiro tempo, foram cinco gols, duas viradas e vitória momentânea dos cariocas. Na volta do intervalo, o Gama teve de buscar o empate duas vezes para terminar o confronto de ida em 4 a 4. Rodriguinho, Emerson, Goeber e Victor Santana fizeram os gols alviverdes.
No Maracanã, novamente quem piscasse perderia um gol. Logo aos nove, Alex Alves abriu o placar para os donos da casa. Na saída de bola, o alviverde já buscou o empate, com Victor Santana. Aos 36, o Gama já vencia por 3 a 1 e os cariocas entraram em desespero.
O roteiro espetacular do confronto ainda tinha mais uma peculiaridade para apresentar. Depois de tanto atacar, o Botafogo teve sua chance de ouro aos 37 do segundo tempo, em cobrança de pênalti.
Alex Alves, artilheiro da Copa do Brasil, estoura uma bomba no travessão e ela volta para o atacante passar meio de barriga, meio de coxa, para Ruy Cabeção marcar o gol que seria a classificação carioca. O jogador comemorou – devia ter olhado para trás.
“Era o empate: não. Wallace Nascimento Valente (árbitro da partida) ouviu o assistente, ele lembrou que a trave é neutra, por tanto o segundo toque de Alex Alves na bola parava a festa do Botafogo e começava a do Gama” Trecho de reportagem do Globo Esporte (TV Globo), 8 de abril de 2004.
Mais uma prova de duas frases bem conhecidas entre alvinegros cariocas e alviverdes candangos:
Tem coisas que só acontecem com o Botafogo e, claro, se não for sofrido, não é Gama.
*Gabriel Caetano é jornalista formado pelo Icesp. Pesquisador do futebol candango com foco na Sociedade Esportiva do Gama desde a adolescência, trabalhou como analista de comunicação e marketing do clube em 2019, tendo sido ainda diretor de marketing do Capital na reestruturação do clube, em 2018. Divide seu tempo entre curiosidades no Histórias do Gamão e a agência na qual é sócio, a RC Marketing Esportivo.
A Federação Internacional de Vôlei (FIVB) criou um Fundo de Apoio para ajudar atletas de vôlei de quadra e vôlei de praia, impactados financeiramente em decorrência da pandemia do novo coronavírus (covid-19). Em nota oficial publicada ontem (26), a entidade explica que o auxílio será distribuído individualmente, com o objetivo de suprir as necessidades básicas de cada jogador ou jogadora, incluindo alimentação, cuidados familiares e moradia.
“A FIVB entende quanto tempo e dedicação cada jogador de vôlei e de vôlei de praia coloca em nosso esporte. Eles são o coração e a alma do voleibol e sem eles nosso esporte não seria o sucesso global que é. Também entendemos perfeitamente que, para alguns, o adiamento ou cancelamento necessário dos eventos da FIVB terá um impacto significativo em suas vidas cotidianas”, explicou o brasileiro Ary Graça, presidente da FIVB.
Na nota veiculada no site da entidade que rege o voleibol em todo o planeta, Ary Graça também ressaltou que a medida de auxílio financeiro aos jogadores da modalidade é encarada como um dever pela FIVB. “Portanto, é responsabilidade da FIVB continuar a apoiá-los de todas as formas possíveis, e é por isso que o fundo de Apoio aos Atletas foi criado”, finalizou.
As inscrições foram abertas ontem (26) e poderão ser realizadas no site da FIVB até 26 de junho. O candidato ao auxílio financeiro precisa preencher alguns requisitos, entre eles, não haver sofrido sanções em nível nacional e internacional, e ter cumprido as regras antidopagem. Todo o processo de avaliação e concessão da ajuda financeira será conduzido por uma comissão, composta por integrantes da FIVB.
O futebol do Distrito Federal está parado e, até o momento, a possibilidade de retorno dos jogos e treinos é algo distante. A nova secretária de esportes, Celina Leão, acha possível a retomada do esporte profissional 45 dias após a reabertura das academias no DF, que também não tem data certa.
Com os centros de treinamento vazios e os atletas se exercitando em casa se abre a oportunidade de outros clubes de outros lugares do país usarem a estrutura dos times candangos. O governador do DF, Ibaneis Rocha, e o presidente da república, Jair Bolsonaro, já ofereceram a capital federal para continuar o campeonato carioca.
Em entrevista ao jornal Correio Braziliense, a mandatária do Jacaré do papo amarelo, Luíza Estevão, afirmou que caso seja necessário as portas do CT do Brasiliense estão abertas ao Flamengo. “Existe essa possibilidade sim, claro!”, disse ao jornal Estevão.
Segundo a reportagem assinada pelo jornalista João Romariz, Estevão disse não existir problema em ceder o CT para o rubro-negro e completou que essa possibilidade se fortalece pelo Brasiliense ter a melhor estrutura do DF. “Por nosso CT ter a melhor estrutura de Brasília, e uma das melhores do país, existe uma preferência dos times de fora para utiliza-lo. E assim fortalecemos o futebol”, assentou.
Mas, tudo isso, vai depender da liberação dos órgãos estatais de saúde. “Claro, este ano é uma situação complicada, então antes que exista algum acordo, aguardamos um posicionamento do governo e dos órgãos de saúde, para liberação ou não dos treinos”, disse ao jornal.
Flamengo treinou no Brasiliense neste ano
Não seria a primeira vez que o rubro-negro usaria a estrutura do time candango. O CT do Brasiliense é velho parceiro de diversos times que vem jogar no DF. Corinthians, São Paulo, Fluminense, entre outras equipes já usaram a estrutura da equipe de Luiz Estevão.
Neste ano, o Flamengo utilizou todo o CT do Flamengo quando da final da SuperCopa do Brasil, contra o Athletico Paranaense, em fevereiro. Os ares do Jacaré deram sorte ao Flamengo. O time de Gabigol venceu os paranaense por 3-0 e venceram a competição.
Já o Athletico Paranaense foi recebido pelo Real Brasília.
A pandemia do coronavírus provocou uma imensidão de ações solidárias espalhadas pelo Distrito Federal, seja ela de times de futebol, equipes de outros esportes e até mesmo de atletas e pilotos da capital do país. Esse sentimento de empatia e acolhimento fincou no Real Brasília que, mais uma vez, promoveu uma ação de solidariedade.
No último domingo (24/05), o Leão do Planalto, juntamente com a banda de samba Coisa Nossa, assim como tinha feito anteriormente com um grupo de pagode, fez uma live em uma plataforma digital em prol da solidariedade, a fim de arrecadar donativos para ajudar as famílias mais necessitadas do Distrito Federal.
Nessa parceria do clube com a banda da capital, o Real Brasília ajudou a viabilizar a live do grupo com os custos da transmissão e produção do show no YouTube. Além disso, a equipe de futebol ainda doou um valor que será revertido em diversas cestas básicas, que serão entregues às famílias hipossuficientes da Vila Planalto.
Essa não é a primeira ação que o Real Brasília promove nessa quarentena. No dia 25 de abril, um sábado, a equipe auri-anil doou uma tonelada e meia de alimentos no show online do Menos é Mais, grupo de pagode de Brasília. Pelo lado do futsal, no dia 23 de maio, a equipe do DF participou da campanha Futsal Faz Bem.
Ao Distrito do Esporte, o diretor executivo Luís Eduardo Belmonte, falou sobre as ações solidárias e parcerias do clube. “O Real Brasília tem enraizado em seus fundamentos a beneficência. Desde dar oportunidade a um jovem ou uma jovem praticar um esporte que ama, até ajudar as famílias que tem necessidade. Quando apareceu essas oportunidades dessas parcerias, com o grupo Menos é Mais, com o Coisa Nossa ou Brasília Futsal, e qualquer outra que possa aparecer futuramente, o clube vai estar fazendo tudo que pode.”
“O Real Brasília fica muito feliz de ter recebido esses convites dessas bandas, do Menos é Mais, do Coisa Nossa. Essa nova parceria com o Real Brasilia Futsal tem rendido frutos excelentes e por causa disso o Real Brasília vai continuar com esses princípios bem fortes, com essa beneficência, e sempre que possível vamos estar auxiliando”, completou o diretor executivo.
Na live da banda Coisa Nossa, a camisa do Leão do Planalto ficou exposta durante todo tempo. A equipe de marketing do clube fez um vídeo especialmente para o show online, contando um pouco da história do time. Gustavo Pontes, assessor de marketing do Real Brasília, explicou o que fundamentou a ideia.
“O Real Brasília fez essas ações com esses grupos por eles serem de Brasília, assim como o clube. Como estamos buscando identificação com a cidade, buscamos apoiar artistas locais, assim como fizemos também no evento dos grafiteiros no Defelê”, detalhou Gustavo. Até o encerramento dessa matéria, a live da banda junto com o Real, ultrapassava 40 mil visualizações.
Aquilo que é de conhecimento quase que geral no futebol candango agora está atestado documental e oficialmente pela Federação de Futebol do Distrito Federal. Segundo levantamento da entidade que organiza o esporte no DF, todos os estádios do DF sob responsabilidade do GDF e de suas regiões administrativas não possuem condições administrativas de sediar jogos.
O relatório foi pedido pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios ainda em março. À época, o MPDFT deu 48 horas para a FFDF mandar as informações. Além disso, a nova secretária de esportes, Celina Leão, pediu ao presidente da entidade, Daniel Vasconcelos, o envio das informações. A ideia de Leão é reunir as informações para apresentá-las aos órgãos competentes e tomar providências a respeito da situação dos estádios. Nenhuma praça é de responsabilidade da FFDF.
A situação mais crítica é a do Rorizão em Samambaia. Casa dos times da cidade na segunda divisão do DF, a praça esportiva está embargada por ordem judicial e também não possui qualquer dos quatro laudos necessários. Na tabela prevista da “Série B” candanga de 2020, o estádio não foi anunciado para casa de Samambaia e Samambaense, que normalmente usam deste local.
O Rorizão é um dos três estádios sob a batuta direta da Secretaria de Esportes do GDF, agora sob o comando de Celina Leão. Augustinho Lima em Sobradinho, sem nenhum laudo, e Bezerrão no Gama, com laudo de engenharia e condições sanitárias, também possuem pendências.
Estádio do Gama também tem problemas com laudos
Casa do líder do Candangão 2020, o Bezerrão está com laudo de Segurança e Prevenção e Combate a Incêndio e Pânico vencidos. Estes são os laudos emitidos por Polícia Militar e Corpo de Bombeiros. Como o Distrito do Esporte já publicou, os dois órgãos são os que mais arranjam burocracia e motivos para não liberar as praças esportivas do DF.
Já o laudo de Engenharia, Acessibilidade e Conforto tem validade até 20/01/2021, enquanto o laudo de Condições Sanitárias e de Higiene findará em 23/01/2021.
Apenas um estádio das administrações regionais tem algum dos 4 laudos obrigatórios
De 8 estádios de responsabilidade das RAs, somente o Serejão possui algum dos 4 laudos necessários para sediar partidas. O laudo de Engenharia, Acessibilidade e Conforto da arena que recebe jogos do Brasiliense valerá até 14/01/2021. Os demais três laudos não estão dentro da validade.
Em outra ponta, Adonir Guimarães (Planaltina), JK (Paranoá), Abadião (Ceilândia), Metropolitana (Núcleo Bandeirante), Ninho do Carcará (Cruzeiro), Cave (Guará) e Chapadinha (Brazlândia) não possuem nenhum dos quatro laudos.
Praças do entorno e particulares tem todos os requisitos
Se os estádios do governo não têm laudos, as praças do entorno usadas nas competições do DF e sob administração privada possuem plena condição de uso.
Serra do Lago (Luziânia), Diogão (Formosa) e Urbano Adjunto (Unaí), todos de fora do território candango, apresentam liberação vigente, sem prazo nos laudos autorizativos. As três podem receber partidas à noite, pois os estádios tem sistema de iluminação.
Mané Garrincha (Arena BSB) e Defelê (Real Brasília) também sanaram os quatro laudos obrigatórios e podem receber, tranquilamente, jogos com público. Porém, o Defelê ainda não tem iluminação para partidas online.
O relatório foi divulgado pelo portal DF SPORTS+ e confirmado pela reportagem do Distrito do Esporte com a Federação de Futebol do Distrito Federal.