O Gama segue colocando em prática o planejamento de contratações para a disputa do Campeonato Candango de 2022 e, aos poucos, o clube vai anunciando os nomes que irão jogar o torneio local com a camisa alviverde. Na tarde deste sábado (4/12), o Periquito confirmou a contração de seu quinto reforço para 2022. Trata-se do atacante Matheus Iacovelli, de 23 anos.
Apesar da pouca idade, Iacovelli já tem em seu currículo atuações por vários clubes do Brasil e de Portugal. Revelado pelo Flamengo, o atacante jogou no clube carioca até o sub-17. Ainda nas categorias de base, ele também defendeu as cores do Palmeiras. O jogador chegou a atuar em uma partida da Série A do Campeonato Brasileiro de 2017 com a camisa do alviverde paulista.
Na sequência da carreira, Matheus Iacovelli teve experiências no futebol português, onde jogou por Estorial Praia e Real SC. Fora do Brasil, o novo atacante do Gama também passou pelo FC Lviv, da Ucrânia. No futebol nacional, ele vestiu as camisas de Paraná Clube, Operário-MS, Betim Futebol e Azuriz Futebol. A passagem pelo Periquito será a primeira no Distrito Federal.
O último clube de Matheus antes de fechar com o alviverde candango foi o Catanduva, onde atuou na campanha do time na Segunda Divisão do Campeonato Paulista, torneio equivalente ao quarto nível do futebol de São Paulo. Em dez partidas pela equipe do interior, Iacovelli balançou as redes cinco vezes, garantindo uma média de 0,5 gols por partida na competição estadual.
Quinto reforço
Matheus Iacovelli é a quinta contratação confirmada pelo Gama para a disputa do Campeonato Candango de 2022. Durante a semana, o time alviverde anunciou as chegadas dos zagueiros Patrick, Rodolfo Manoel e Danrley e do lateral-esquerdo Felipe Saturnino. O Periquito deve divulgar outros reforços no decorrer dos próximos dias. A apresentação do elenco deve acontecer na segunda-feira (6/12).
O BRB/Brasília Basquete precisou da prorrogação, mas conheceu a sua segunda vitória na temporada do Novo Basquete Brasil (NBB). Na noite desta sexta-feira (3/12), o time candango visitou o Paulistano, no Ginásio Antônio Prado Jr, e levou a melhor em um confronto marcado por bastante equilíbrio. No overtime, o clube do Distrito Federal se sobressaiu e garantiu a vitória por 77 a 75.
O resultado encerrou uma sequência de duas partida sem vitórias do time azul e branco. Mesmo assim, não foi suficiente para tirar o Brasília Basquete da última posição da classificação do NBB 2021/2022. A equipe divide o ingrato posto com o União Corinthians. Os dois times tem o mesmo aproveitamento com sete derrotas em nove jogos. Gemerson foi o cestinha candango com 16 pontos.
Foto: Matheus Maranhão/@mmaranhaofoto
Equilíbrio total em quadra
Nos primeiros minutos de jogo em São Paulo ninguém conseguiu ter grande superioridade sobre o adversário. Mais consistente no ataque, o Paulistano aproveitou uma sequência de erros ofensivos do Brasília Basquete para ter vantagem. Quando os paulistas passaram a encontrar aro fechado, o time candango conseguiu se aproximar novamente, mas ficou atrás com um 14 a 11.
O segundo período teve um cenário bastante parecido em quadra. Quando o Brasília encontrou dificuldades, o Paulistano levou leve vantagem. Entretanto, os candangos estavam melhores que no primeiro quarto e, em uma sequência de cestas, tomaram a frente por dois pontos. No fim, uma bola de três foi suficiente para os paulistas descerem aos vestiários com um ponto de frente.
Foto: Matheus Maranhão/@mmaranhaofoto
Times alternam dominância
O equilíbrio dos primeiros 20 minutos de partida não foi tão constante nos últimos dois quartos do jogo no Antônio Prado Jr. Mais concentrado e eficiente, o Brasília Basquete não demorou para assumir a frente no placar. Aos poucos, os candangos também foram aumentando a vantagem no marcador. No fim do terceiro período, a diferença era de sete pontos a favor dos candangos.
No último quarto, o Brasília tentou aproveitar um apagão do Paulistano e chegou a subir a vantagem para 12 pontos. Porém, na sequência, quem se desligou de vez foi o time do Distrito Federal. Com quatro minutos sem derrubar nenhuma bola, o clube azul e branco viu os donos da casa crescerem e chegarem ao empate. Novamente com equilíbrio e cestas trocadas, o jogo foi para a prorrogação.
Nos cinco minutos de overtime, o Brasília Basquete retomou a concentração e fez o suficiente para derrotar o Paulistano fora de casa. Após sair na frente com uma sequência de pontos de Arthur e Ronald, o time candango cumpriu bem a estratégia e não perdeu mais a dianteira. No final, aproveitando bem os lances livres com Basílio, a equipe brasiliense confirmou o triunfo.
Na atual temporada do Novo Basquete Brasil (NBB), o Cerrado realizou boas partidas, mas nem sempre conseguiu premiar as atuações com vitórias. Na noite desta sexta-feira (3/12), o cenário foi diferente. No Ginásio Wlamir Marques, no Parque São Jorge, em São Paulo, o time verde do Distrito Federal visitou o Corinthians, novamente se portou bem e venceu por 89 a 79.
O resultado positivo deu fim a uma sequência de dois tropeços seguidos e fez o Cerrado Basquete subir para a 10ª colocação na temporada do NBB 2021/2022. O cestinha da partida foi Daniel Von Haydin, que anotou 22 pontos a favor do time da capital federal. Com dez rebotes, Kenny Dawkins foi outro destaque da equipe verde na partida diante do Corinthians.
Foto: Beto Miller/Agência Corinthians
Cerrado cresce no segundo quarto
No primeiro quarto, Cerrado Basquete e Corinthians tiveram bom desempenho no quesito ofensivo. Atuando em casa no Parque São Jorge, o alvinegro paulista teve leve superioridade sobre o time candango e se manteve à frente do placar nos primeiros minutos da partida. O desempenho foi suficiente para os donos da casa abrirem 26 a 21 de vantagem.
Na sequência do jogo, porém, quem deu as cartas foi o time verde do Distrito Federal. O Cerrado aproveitou alguns minutos de desatenção do time corintiano para tomar a frente do placar e não perder mais a ponta até o fim do jogo. O segundo quarto foi o melhor dos candangos. Muito bem defensivamente, o clube candango sofreu somente 12 pontos no segundo quarto e converteu o dobro: 24.
Foto: Beto Miller/Agência Corinthians
Vantagem mantida e vitória na conta
A vantagem de oito pontos na volta do intervalo seguiu deixando o Cerrado Basquete leve em quadra. Com o jogo encaixado, os brasilienses continuaram melhores do que os paulistas. Apesar da pegada mais equilibrada na partida, o time verde continuava mais efetivo do que os adversários e foram, aos poucos, aumentando a vantagem no marcador. O período encerrou com 67 a 56.
Nos dez minutos finais de partida, o Cerrado precisou apenas administrar a frente do placar. O Corinthians se lançou ao ataque na tentativa de esboçar uma reação em quadra. O Cerrado Basquete, por sua vez, não desperdiçava os momentos em que se aproximava da cesta e impedia qualquer problema maior no jogo. Mesmo perdendo o último quarto, o time concretizou a vitória por 89 a 79.
Projeto Arena Lutas oferece práticas esportivas no Riacho Fundo I - Foto: Diane Gomes/@dianegomesfotografias
Criado pelo professor de educação física e faixa preta no judô, Hudson Leonardo, o Arena Lutas é um projeto social que transmite valores culturais e educativos através do esporte. A iniciativa está há quase quatro anos no Kaneage, na região do Riacho Fundo I, e atende, diariamente, cerca de 50 moradores das proximidades. Neste domingo (5/12), a expectativa é de receber ainda mais pessoas, quando será realizado o primeiro batismo e troca de cordas de capoeira e troca de faixas do judô.
O evento contará com a presença de praticantes de todo o Distrito Federal, além de convidados especiais, como mestres do Rio de Janeiro e alunos de Goiás e até da Argentina. “O intuito é valorizar a preservar a cultura popular brasileira, a capoeira, judô e a luta como um todo”, ressalta o educador físico.
Para este domingo (5/12), são esperadas cerca de 200 a 300 pessoas. O evento é aberto à toda comunidade, com entrada gratuita. A troca de faixa do judô está prevista para começar às 9h, enquanto o batizado de capoeira acontecerá logo na sequência, às 10h.
O projeto busca auxiliar toda a população, sejam crianças, adolescentes ou adultos e idosos. O educador físico compartilhou que a capoeira foi a porta de entrada para as práticas esportivas. “Eu treinava na garagem de casa, e depois comecei a ensinar para colegas”, disse.
À disposição da comunidade candanga, principalmente no Riacho Fundo I, o Arena Lutas conta com doações e serviços voluntários para continuar o projeto. A iniciativa não recebe apoio financeiro algum do Governo do Distrito Federal (GDF) ou mesmo da Administração Regional.
Mesmo com todas as dificuldades, o Arena Lutas vem fazendo bem o seu papel. Segundo Hudson Leonarod, há planejamento de expansão do projeto para o Riacho Fundo II. No anseio por atender ainda mais pessoas, os organizadores decidiram abrir uma vaquinha online para arrecadar recursos.
Um dos clubes há mais tempo focados no planejamento para a disputa do Campeonato Candango de 2022, o Capital trouxe diversos jogadores, um técnico renomado no cenário local e está investindo pesado na reformulação de uma casa própria, o Estádio JK, no Paranoá. Agora, o Coruja agendou uma data para apresentar o elenco em um evento voltado para a torcida.
Em 18 de dezembro, um sábado, o clube tricolor irá apresentar seu elenco e outros detalhes para o Candangão 2022 em um evento aberto ao público no reformado Estádio JK. Com entrada gratuita, a festa do Capital acontecerá entre 9h e 12h. Com o início dos treinamentos cinco dias antes, o Coruja terá um período de 40 dias de treinamento até a estreia no torneio local, em 22 de janeiro, contra o Taguatinga.
No evento de apresentação para 2022, realizado de uma maneira pouco explorada por clubes do Distrito Federal (equipes com o Real Brasília e o Minas Brasília também costumam promover encontros para divulgar seus elencos), o Capital programou algumas atividades para atrair público, como sessão de autógrafos com os jogadores e fotos com a nova taça do Candangão.
As crianças que comparecerem no Estádio JK irão ganhar do clube pipoca e algodão-doce. Para os adultos, o Capital distribuirá unidades da cerveja oficial da equipe. O brinde, lançado pelo time tricolor em agosto, será dado aos primeiros 50 que chegarem ao evento de apresentação da equipe para a disputa da temporada de 2022. A entrada no local do evento será gratuita.
Envolvido de cabeça na obra de revitalização do Estádio JK, no Paranoá, o Capital conviveu durante algum tempo com a incerteza de contar com o espaço na estreia do Campeonato Candango de 2022 contra o Taguatinga. Com o avanço dos serviços, o cenário melhorou e o clube poderá estrear em casa. Entretanto, a arena ainda não estará com 100% da reforma concluída.
O Coruja atualiza constantemente o andamento dos trabalhos através das redes sociais. Atualmente, o clube segue dando prosseguimento no preparo do gramado, plantado em agosto, e em estruturas internas do estádio, como a área que irá receber a imprensa. Apesar da dificuldade causada pela chuva, o Capital iniciou, ainda, a construção de uma galeria para desvio das águas pluviais.
Águas Claras recebe o Campeonato Brasiliense de Futvôlei neste final de semana - Foto: Lucas Rodrigues
O cerrado candango se prepara para receber o Campeonato Brasiliense de Futevôlei neste final de semana. Cada vez mais popular entre os moradores da capital, a modalidade dá mais um importante passo para o crescimento no quadradinho. De sexta-feira (3/12) a domingo (5/12), o espaço Arena 61, em Águas Claras, sediará as disputas para homens e mulheres.
O torneio terá cinco categorias de premiações divididos entre Misto Aberto, Série A + B, Iniciante, Série C e Misto Iniciante. Os campeões receberão entre R$ 300 e R$ 1000 em premiações. “O nosso objetivo é incentivar mais a questão do esporte em Brasília e tornar o campeonato de futevôlei em um evento tradicional na cidade”, conta Igor Felipe, um dos idealizadores do projeto.
Localizada na quadra 5, conjunto 12 de Águas Claras, a Arena 61 contará com camarote open bar, além de música para embalar as disputas, com DJ’s e pagode. Os ingressos custam a partir de R$20 e podem ser adquiridos online ou presencialmente na portaria do espaço. Segundo a organização, a expectativa é que o evento atraia cerca de 500 pessoas em cada um dos três dias de jogos.
Importante ressaltar que o Campeonato Brasiliense seguirá os protocolos sanitários exigidos pelas autoridades. O uso de máscara cobrindo boca e nariz, por exemplo, será obrigatório nas dependências da arena.
Confira abaixo a programação completa para o evento:
Programação do Campeonato Brasiliense de Futvôlei – Foto: Divulgação
Serviço
Campeonato Brasiliense de Futvôlei Quando? De sexta-feira (3/12) a domingo (5/12) Onde? Arena 61 – Quadra 5, conjunto 12 lote A2 – Águas Claras Ingressos: Sympla e bilheteria da Arena 61
Com a aproximação do principal campeonato de clubes do Distrito Federal, o Campeonato Candango, os times da capital do país seguem se movimentando em busca de reforços. O Capital, que está dominando o mercado da bola e divulgando diversos nomes que irão compor o elenco azul e branco, anunciou mais um atleta na manhã desta quinta-feira (02/12). Trata-se do zagueiro Max Oliveira, de 27 anos, natural de Fortaleza-CE.
O zagueiro iniciou sua carreira no Sub-20 do Fortaleza, onde permaneceu por um bom tempo. Em 2014, ainda no Tricolor do Pici, Max teve um ótimo ano, atuando por 22 vezes com a camisa da equipe cearense. Bem rodado no futebol nordestino, o jogador deixou o Fortaleza para jogar pela Jacuipense, em 2018. No ano seguinte, o defensor rodou por três times diferentes: Barbalha, Caucaia e Guarany de Sobral.
Além dessas equipes, Max Oliveira jogou pelo Icasa, Iguatu e Oeirense, todos na temporada 2021, e também pelo Caucaia. Em seu currículo, o o zagueiro possui cinco títulos: Campeonato Cearense (2015 e 2016), 2ª divisão do Cearense (2019 e 2020) e Campeonato Piauiense Série B (2021). Conhecido pelo Nordeste, o Capital será o primeiro time que o defensor irá defender fora da região onde nasceu.
Semana movimentada no Capital
O Coruja teve uma semana bastante movimentada. O clube anunciou a contratação do técnico Vilson Tadei. O treinador conquistou os últimos três Candangões, com Gama (2019 e 2020) e Brasiliense (2021). Outra cara nova no time é o volante Alexandre Gaúcho, também anunciado durante a semana. Além dele, o Capital divulgou a volta de Roberto Pítio, que estava emprestado ao Andraus e Iraty.
O Brasília Basquete sofreu mais um revés na temporada 2021/2022 do Novo Basquete Brasil (NBB). Na noite de quarta-feira (1º/12), o time candango chegou a vencer três períodos da partida contra o Corinthians no Ginásio Wlamir Marques, em São Paulo. Porém, o desempenho no terceiro período do jogo contra o alvinegro foi determinante para sacramentar a derrota por 73 a 64.
Durante boa parte do jogo, o equilíbrio marcou o confronto. Levemente melhor, o time candango foi levando vantagem em momentos importantes da partida. Mas o baixo poder ofensivo no terceiro quarto custou caro no fim do duelo. O cestinha da partida foi do Brasília Basquete. Gemerson anotou 23 pontos e sete rebotes. Do lado corintiano, Fuller foi o destaque com 22 pontos.
Nos primeiros 20 minutos de jogo, o Brasília Basquete não chegou a ser dominante em quadra. Porém, os candangos não se intimaram com o fato de estarem jogando fora de casa e largaram bem com 17 a 16 no placar. No segundo quarto, o panorama foi parecido. Conseguindo se desvencilhar da marcação do Corinthians, o clube da capital federal colocou mais dois pontos de frente antes de ir para o intervalo.
No terceiro quarto, tudo desandou para o Brasília Basquete. Inofensivo no ataque, o clube candango sofreu bastante na marcação corintiana e assinalou somente nove pontos. Os paulista fizeram 25 e tomaram a frente no placar. Nos dez minutos finais, o time do Distrito Federal tentou correr atrás do prejuízo e o equilíbrio voltou a vigorar. A vitória na parcial por 21 a 17, porém, não bastou para virar o placar.
O Cerrado Basquete iniciou a maratona de jogos pelo Novo Basquete Brasil (NBB) no mês de dezembro com uma derrota. Na noite de quarta-feira (1º/12), a equipe verde do Distrito Federal fez um duelo bastante parelho com o Paulistano, no Ginásio Antônio Prado Júnior, mas acabou derrotada por apenas um ponto de diferença: no fim do jogo, o marcador apontou 85 a 84 para os donos da casa.
Em mais uma partida com bons momentos em quadra, o Cerrado Basquete chegou a comandar o placar por algumas vezes. Com 23 pontos, Cauê, do Paulistano, foi o cestinha do jogo. Outro destaque foi Dú Sommer, que pegou sete rebotes e anotou 18 pontos. Equilibrado, o jogo ficou aberto até os segundos finais. O time verde teve chance de ter um destino melhor, mas não aproveitou a última jogada.
Nos dois primeiros quartos no ginásio do Paulistano, o Cerrado Basquete se portou muito bem. Assim que tomou a frente do placar, com um 5 a 2, o time candango não largou mais a ponta. No melhor momento em quadra, a equipe brasiliense chegou a ter 18 a 7 no marcador. Na sequência do jogo, os donos da casa evoluíram e provocaram mais equilíbrio. O clube do DF foi aos vestiários com 38 a 32.
A conversa com os treinadores surtiu ótimo efeito no time do Paulistano. Os donos da casa conseguiram chegar ao empate na metade do terceiro quarto. Em crescente, o time vermelho e branco não demorou para tomar a frente: 64 a 61. Perto no placar, o Cerrado seguiu vivo no jogo e incomodando. O time candango chegou a vencer o último período, mas não com vantagem suficiente para evitar a derrota.
Tida como um dos locais de maior valoração histórica no Distrito Federal, a Vila Planalto é, até hoje, um sinônimo de resistência. Seja por parte dos moradores, que insistiram por quase 50 anos – e ainda insistem – para que operários da construção da terceira capital brasileira, e seus herdeiros, pudessem permanecer no local onde criaram raízes. Além disso, é casa da primeira rivalidade do futebol candango, o confronto entre Rabello e Defelê, conhecido como “Rabelê”.
Criados pelas empresas que edificaram os primeiros monumentos da megalomania que é Brasília, os times eram compostos pelos trabalhadores, parte do misto de carne e aço que cobria o Planalto Central nos primórdios da capital. E onde jogavam esses clubes? Os dois campos ainda existem, no coração da Vila, mas em situações distintas: o campo da Rabello é apenas um retângulo de areia numa praça da região, cercado por casas que tomaram os lugares dos vestiários.
O outro, do Departamento de Força e Luz da Novacap, fica no atual Clube de Vizinhança da região. Inaugurado em 1960, o estádio sediou o tricampeonato do clube e recebeu o primeiro jogo nacional do DF. Por quase cinco décadas, porém, o local caiu no esquecimento do esporte profissional. Utilizado em campeonatos de base, amadores ou eventos comemorativos, teve as arquibancadas e vestiários comidos pelo tempo. Parecia um caminho sem volta, até que um novo clube resolveu agir.
A reforma
Criado pelo advogado Luís Felipe Belmonte, o Real Brasília foi um cometa no futebol candango. Após algumas temporadas, resolveu deixar os caros alugueis do estéril Mané Garrincha pós-Copa de 2014 e investiu na reforma do estádio histórico. Conversei com João Anísio, velho conhecido na Vila e presidente do Clube Unidade de Vizinhança, responsável pela gestão do estádio. Ele, basicamente, exaltou a reforma do estádio, mas não apenas pelo futebol.
“O clube [de Vizinhança] era responsável pelo campo e fizemos a parceria com o Real Brasília para a reforma, com pequenas alterações, até porque não dava para manter algumas questões como eram as originais. O estádio em si é administrado pelo clube. O Defelê é um patrimônio da Vila. O que é cuidar do patrimônio? O Defelê era um drive thru de drogas para o DF, ponto de prostituição, havia muitos roubos; agora ele atende projetos sociais. Temos todas as licenças ambientais e de corpo de bombeiros para o funcionamento do estádio”, disse-me Anísio.
Apesar das licenças ambientais e do Corpo de Bombeiros, o Governo do Distrito Federal (GDF) cruzou os braços e sequer tinha ciência das melhorias feitas no campo de jogo – mesmo com a ampla cobertura na imprensa local, não apenas no DDE, como em veículos concorrentes. Ao contrário da iniciativa de Belmonte, que, ainda que à revelia das autoridades, preservou e reformou um espaço esportivo, a reforma aponta o descaso com o qual o patrimônio é tratado pelo Buriti.
Conjunto tombado por Lei
Junto à consolidação da Democracia no Brasil, através da Constituição Federal, o ano de 1988 trouxe o Decreto nº 11.079, que instituiu o tombamento da Vila Planalto. Fruto da luta de trabalhadores e seus herdeiros – e, acima de tudo, das mulheres que compunham o Grupo das 10, pioneiras na luta pelo reconhecimento do local –, a elevação da vizinhança a Patrimônio Material do DF, com tudo que isso implicaria no contexto de preservação histórica.
Especialista em Patrimônio Histórico, Leiliane Rebouças explicou como se espraiam as obrigações com a preservação do local. “A Vila Planalto é um conjunto tombado, e algumas áreas são de preservação rigorosa, mas algumas já foram degradadas”, contou-me ela, que aos 10 anos furou a segurança do então presidente José Sarney para entregar-lhe uma carta na qual pedia cuidado com os moradores da região, mazelados por esgoto a céu aberto e condições precárias de moradia.
Conforme relatou à reportagem, “essas áreas de preservação rigorosa não tiveram essa preservação rigorosa”. No Decreto, os artigos 3º e 4º apontam a necessidade de autorização de órgãos especializados antes de quaisquer alterações em edificações tombadas. “As normas de preservação, ocupação e uso do solo para o conjunto tombado (…) serão definidas pelo Conselho de Arquitetura, Urbanismo e Meio Ambiente, ouvidos, previamente, a Secretaria de Cultura e a Terracap”, diz um deles.
O outro, por sua vez, classifica como “crime contra o Patrimônio” do DF, assim definido “qualquer ato que importe na destruição, mutilação e alteração dos bens” históricos. Como sabemos, não foi o caso da reforma do Defelê. Ainda assim, o Distrito do Esporte questionou a Subsecretaria do Patrimônio Cultural (Supac) acerca da obra. A pasta informou que “o projeto não passou” pela Secretaria de Cultura (Secec), como manda a legislação, e apontou “a responsabilidade da Supac” em “orientar, quanto às diretrizes de preservação, e aprovar o projeto”.
Poderia ser pior
Finaliza a Supac vaticinando o óbvio: “Não chegou nenhum pedido de orientação ou denúncia” acerca da reforma do Defelê nos escaninhos do órgão. Ou seja, a autoridade responsável pela curadoria da história material do DF não tomou ciência que um de seus principais ativos culturais passou por reforma – isso um ano depois da reinauguração do estádio, dada em partida entre Real Brasília e Brasiliense, pelo Candangão 2020. Liguei e encaminhei mensagem a Belmonte, mecenas e presidente honorário do Real.
Alinhado e aliado ao pensamento do atual presidente da República e envolvido na vida partidária, o advogado e cartola viu na matéria uma conspiração por parte de algum adversário eleitoral. “Sem sentido. Aval pra consertar o que já estava deteriorado? Não estou entendendo seu questionamento. Atende logo o pedido do Ibaneis [Rocha, governador] e a gente vê o que faz”, escreveu-me o vice-presidente do ainda em gestação Aliança pelo Brasil.
O que passa despercebido nas benesses é a falta de zelo com a história desportiva do DF. Por meio de um pedido de acesso à informação, obtive a relação entre o que foi previsto para 2021 na área de Patrimônio Histórico e o que foi efetivamente gasto. Na resposta, a ouvidoria da Secec informou que, dos quase R$ 11,5 milhões reservados para o setor, apenas R$ 6 milhões, pouco mais da metade, foram empenhados até agosto deste ano .
Reprodução da resposta encaminhada pela Secec à reportagem. A relação indica o gasto efetivo com Patrimônio Histórico no DF até agosto de 2021.
O cenário é ainda pior quando se analisa quanto foi efetivamente aplicado. Desse total, cerca de R$ 3 milhões foram pagos a fornecedores por obras, reparos ou outros tipos de melhorias necessárias a algo com muita idade e pouco cuidado. Uma mixaria, se comparada aos investimentos programados pelo governo distrital em outras áreas, como o Museu da Bíblia, que, se sair do papel, deve custar algo em torno de R$ 63 milhões – parece loucura, mas o edital para a construção segue no ar.