Na última terça-feira (20), pela segunda rodada do Campeonato Brasileiro Feminino, o Real Brasília perdeu para a Ferroviária, por 2 a 0, no Estádio Defelê, na Vila Planalto. Dois dias depois do confronto, a equipe paulista divulgou uma nota oficial e relatou um caso de assédio que a coordenadora do Departamento Médico e fisioterapeuta da Ferroviária, Ariane Falavinia dos Santos teria sofrido por membros uniformizados do Real Brasília. No mesmo dia, o clube aurianil divulgou a respota sobre as acusações, e agora o caso será investigado pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD)
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Segundo a nota divulgada pela Ferroviária, o assédio teria ocorrido quando a fisioterapeuta Ariane dos Santos foi prestar assistência à goleira do clube, Luciana. Neste momento, durante o deslocamento entre o banco de reservas e o campo, os gritos de cunho sexual e comentários e injúrias sobre características físicas teriam sido direcionados à profissional. No mesmo momento, Ariane e outra atleta – não identificada – teriam relatado as ofensas à equipe de arbitragem da partida. Ainda no comunicado oficial do clube, é informado que os agressores não foram identificados, mas estavam uniformizados como profissionais do Real Brasília.
Na súmula divulgada após o confronto, a árbitra Luciana Leite, confirmou que Ariane havia descrevido o ocorrido, mas apenas ao término da partida. “Ao final da partida, com toda equipe de arbitragem no vestiário, a fisioterapeuta da equipe da Ferroviária SAF, a sra. Ariane Patrícia Falavinia dos Santos, relatou que, no final do segundo tempo, quando a mesma entrou em campo para atendimento médico de sua goleira, ouviu de membros uniformizados, porém não identificados, da equipe do Real Brasília Futebol Clube Ltda. as palavras: “Pode mandar ela vir para cá, ela é gostosa”, relata a juíza da partida.
Após a repercussão do caso, Confederação Brasileira de Futebol (CBF) informou por meio de uma nota publicada nas redes sociais da entidade, o encaminhamento da denúncia ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). Além de atuar como coordenadora do Departamento Médico e fisioterapeuta da Ferroviária, Ariane Falavinia dos Santos também trabalha como fisioterapeuta da Seleção Brasileira Feminina Sub-20 e marcou presença na comissão técnica da seleção principal na última Copa do Mundo.
“A Confederação Brasileira de Futebol (CBF), no limite das suas atribuições e diante dos fatos ocorridos na partida entre Ferroviária e Real Brasília, no último dia 19/03, quando a fisioterapeuta Ariane Falavinia, da Ferroviária, foi vítima de importunação sexual por parte de membros uniformizados da comissão técnica do Real Brasília, vem a público informar que a entidade imediatamente após receber a súmula do jogo com o registro deste ato de violência, encaminhou ao STJD para a adoção das medidas cabíveis na esfera desportiva, sem prejuízo de outras ações”, esclarece a organização.
Mesmo com toda a repercussão, o Real Brasília divulgou uma nota oficial nos perfis oficiais do clube em que negava alguns detalhes da acusação. Em primeiro, a equipe do DF alega que a acusação foi feita à delegada da partida após o jogo, e não à arbitragem. “Na súmula do jogo, a delegada registrou o relato da profissional de saúde ‘que ninguém da equipe de arbitragem presenciou o fato relatado’, constando expressamente.”, explica o clube.
Ainda na nota de esclarecimento, o aurianil relata a presença da juíza da partida no momento do assédio e diz que seria improvável o fato dos comentários terem sido feitos sem a presença da árbitra. Além da autoridade máxima da partida, o Real Brasília ainda apurou com os presentes no local, e afirma que nenhuma das testemunhas admitiu ter feito ou escutado qualquer fala descrita pela denúncia da Ferroviária. Veja abaixo todo o pronunciamento do clube candango: