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sexta-feira, 3 de maio de 2024

Em clima de Segundinha, relembre a extinta Terceira Divisão do Candangão

Competição contou com tradicionais clubes campeões da primeira divisão, mas durou apenas quatro anos

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A Segunda Divisão do Campeonato Candango vai chegando à sua terceira rodada. Entretanto, você talvez não lembre de quando o Distrito Federal teve uma Terceira Divisão. Extinta desde 2010, a competição durou por quatro anos e contou com grandes equipes, jogadores renomados e treinadores históricos. Seu retorno foi ventilado em 2015, mas sem sucesso. Pensando nisso, o Distrito do Esporte relembra a história deste torneio que marcou a capital federal.

No início da década, o futebol candango vivia uma realidade completamente diferente de hoje. Gama e Brasiliense disputavam a Série B do Campeonato Brasileiro e Ceilândia e Luziânia representavam o DF na Série C nacional. Com uma primeira divisão competitiva, uma segunda divisão consolidada e um grande inchaço de clubes, surge a ideia de criar a Terceira Divisão do Campeonato Candango.

Primeira edição – 2006

Sua primeira edição aconteceu em 2006 e contou com apenas quatro clubes: Brasília, Legião, Recanto e Bosque Formosa. O Planaltina também estava no plano de disputa, mas desistiu pouco antes do pontapé inicial. O torneio foi disputado em turno e returno, onde ao final de cada fase, o clube de melhor campanha carimbava sua vaga na final, disputada em jogo único. A equipe com o melhor índice técnico no somatório dos dois turnos, tinha a vantagem do empate, além do mando de campo. Apenas o campeão era promovido para a segunda divisão.

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O octacampeão Brasília liderou o primeiro turno, com sete pontos conquistados. Na segunda metade do torneio, foi a vez do Legião fazer chover: com 19 gols em três jogos e até hoje a maior goleada da história do futebol candango (12 a 0 em cima do Bosque), o Leão do Rock carimbou sua vaga na decisão contra o colorado. A final foi disputada no Mané Garrincha, com mais um recorde: o placar foi aberto com apenas doze segundos de jogo, o mais rápido da história do futebol local. O autor foi Cassius, do Legião, que detém a façanha de ter sido o único jogador a ser artilheiro das três divisões do Distrito Federal. A partida ficou 2 a 0 para o Legião, que se se sagrou campeão e foi promovido à segunda divisão de 2007.

Em seu primeiro ano de profissionalização, o Legião conquistou a Terceira Divisão do DF

Segunda edição – 2007

No seu segundo ano, a competição passou por reformulações. Desta vez, sete clubes disputariam a competição: os remanescentes do ano anterior, Brasília, Bosque e Recanto; Sobradinho, Santa Maria e Bandeirante, rebaixados da Segundinha; e o estreante Planaltina fechando a lista. A forma de disputa agora, em turno único, onde todas as equipes se enfrentavam e os dois primeiros colocados eram promovidos ao segundo escalão do Distrito Federal. Para decidir quem ficaria com a taça, ambos ainda se enfrentariam numa final em apenas uma partida. O regulamento também visava a valorização de atletas mais novos, e cada clube poderia escalar no máximo cinco jogadores com mais de 23 anos.

O Brasília foi o primeiro a confirmar o acesso, com 100% de aproveitamento no primeiro turno: seis jogos, seis vitórias e 17 gols marcados. O Santa Maria vinha logo atrás na segunda colocação, definindo a final e as duas equipes promovidas do ano de 2007. Na decisão dentro do Mané Garrincha, o colorado não repetiu a boa campanha da primeira fase e saiu derrotado por 3 a 1 para a boa equipe da Águia Grená formada com os juniores do Brasiliense e treinados pelo Adelson de Almeida, hoje no Ceilândia. Dentre os atletas do jacaré, o polêmico atacante Jobson, com passagens por Botafogo-RJ, Atlético-MG, Bahia e outros grandes clubes do Brasil, foi importante na trajetória marcando três gols.

Terceira edição – 2007

Em 2008, a competição já contava com o dobro de equipes da sua primeira edição. Bosque, Sobradinho, Planaltina, Brazsat (antigo Recanto) e Bandeirante eram os remanescentes de 2007 enquanto Capital, CFZ e Renovo, rebaixadas da Segundinha, totalizavam os oito postulantes ao acesso. Com modelo semelhante ao do ano interior, as equipes se enfrentaram em turno único, apenas em jogos de ida. Os dois melhores classificados eram declarados campeão e vice-campeão e alcançariam a tão esperada vaga para a segunda divisão. Da mesma forma que a edição passada, foi novamente estabelecido que cada time poderia ter no máximo cinco jogadores acima da chamada “idade olímpica”, de 23 anos por partida.

Brazsat e CFZ, hoje inativos, fizeram campanhas quase que idênticas e lideraram a parte de cima da tabela. Ambos somaram 16 pontos ao longo do torneio, com cinco vitórias, um empate e uma derrota. O critério de desempate usado para definir quem ficaria com a taça foi o saldo de gols, onde a equipe do Brazsat se sobressaiu com quatro gols marcados a mais do que o time do Zico. O roteiro poderia ter saído um pouco diferente, visto que Bandeirante foi punido pelo TJD/DF com a perda de seis pontos pela escalação irregular de um número maior de jogadores acima da idade permitida na partida contra o Renovo, pela terceira rodada. Sem a perda dessa pontuação, a equipe terminaria com a mesma pontuação dos dois ascendentes.

Quarta edição – 2009

Sua última edição, em 2009, foi disputada em três fases subsequentes. Todos os sete clubes participantes se enfrentavam durante o primeiro turno, em sistema de pontos corridos. Os quatro melhores classificados avançavam para as semifinais, definidas por meio de chaveamento olímpico (1º x 4º e 2º x 3º). Na final disputada em jogo único em campo neutro, o clube com a melhor campanha da primeira fase tinha a vantagem do empate.

Com a desistência do Clube de Regatas do Guará, sete clubes brigavam pelo acesso. Nesta ordem, a primeira fase terminou assim: Capital, Bosque, Renovo, Paranoá, Planaltina, Sobradinho e Bandeirante. O treinador Adelson de Almeida, que no ano seguinte viria a ser campeão da primeira divisão pelo Ceilândia, era o comandante de um Capital recheado de veteranos que se tornaram campeões da “Terceirinha” após empatarem em 3 a 3 com o Bosque na finalíssima, fazendo valer a vantagem do empate e a boa campanha na primeira fase.

A extinção – 2010

Diversos motivos fizeram a competição chegar ao fim em 2010. A gota d’água foi quando Brazlândia e Brazsat desistiram de disputar a Segunda Divisão daquele ano, o que fez com que Renovo e Paranoá, terceiro e quarto colocados da última edição, fossem promovidos à divisão seguinte. Isso fez com que Bandeirante, Planaltina, Santa Maria e Sobradinho não disputassem nenhuma competição naquele ano. Após a extinção da Terceira Divisão, em 2011 a Segundinha teve um considerável aumento no número de participantes, passando a ser de 15 equipes.

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