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sexta-feira, 17 de maio de 2024

Ao DDE, Presidente da CLDF faz balanço do futebol candango e ações de 2021

Rafael Prudente elenca três ações necessárias para mudança de status do futebol candango, além de revelar por qual time tem afeto no DF

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Por Bruno H. de Moura

Presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) e entusiasta do futebol local, Rafael Prudente dedicou uma parte considerável de seus esforços neste 2021 para ajudar os clubes e a FFDF na relação com o Governo do Distrito Federal e com o BRB, principal banco da capital federal.

Interlocutor e responsável por quase uma dezena de reuniões entre times do DF e órgãos públicos, Rafael Prudente foi um dos articuladores da parceria que se avizinha entre FFDF, 10 clubes que disputarão o Candangão 2022 e o Banco Regional de Brasília. Ele esteve presente nos principais encontros e reuniu a Secretaria de Esporte e Lazer, o presidente do banco e representantes da FFDF e clubes nos últimos meses.

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O acordo de R$ 3,1 milhões em patrocínio e premiação para o próximo torneio de futebol local está bastante adiantado e costurado, faltando detalhes burocráticos para bater o martelo e selar a parceria que desbocará na nova nomenclatura da competição: Candangão BRB.

Na tarde da última segunda-feira (20/12), Rafael Prudente recebeu o Distrito do Esporte e a rádio Mais Brasil News para um balanço do ano e das ações da CLDF para o esporte no DF, bem como projetou os próximos passos da modalidade profissional em Brasília.

O presidente da CLDF destacou a parceria com clubes, FFDF e GDF para liberação de estádios, a questão do Bezerrão e a recuperação do seu gramado, o projeto Adote uma Praça, a situação do autódromo de Brasília, o investimento no esporte local através do BRB no próximo ano e nos seguintes, emendas para construção de campos sintéticos e elencou três motivos para o futebol de Brasília estar aonde está.

Prudente adiantou, em primeira mão, proposta de destinar parte de arrecadação que o DF deve ter com uma loteria local – planejada para ser votada na CLDF no próximo ano – para fomentar o esporte profissional de Brasília. Segundo o Presidente, a primeira recepção dos parlamentares com o plano foi das mais positivas. Sua ideia é pautar ainda no primeiro semestre a votação do projeto.

Além disso, Prudente revelou por qual time local tem um afeto especial, e por qual deles não teve boas lembranças.

A seguir, a íntegra do bate-papo, comandado pelos repórteres Bruno H. de Moura do DDE e Gabriel Spies da Mais Brasil News.

Repórteres do DDE, Mais Brasil News e Rafael Prudente – Foto: Assessoria de imprensa da CLDF

Por que o Futebol do DF não evolui?

Nessa questão do futebol nós trabalhamos alguns pilares. Primeiro, eu não consigo entender porque Brasília não despontou no futebol como acontece nos outros estados. Aqui tem gente, nós somos a terceira maior cidade do país. Aqui tem uma disponibilidade de estádios que nenhum outro lugar tem. Em um raio tão pequeno. E você tem torcida. As pessoas vão ao estádio, gostam de ir ao estádio e gostam dos times. Mas faltou apoio ao longo dos últimos governos para que o estado desse esse pontapé inicial para que os clubes pudessem se reestruturar e aí seguir em frente.

Então, é o primeiro entendimento que a gente precisa ter, temos conversado bastante com a federação, para saber aquilo que a gente precisa fazer nos próximos anos para dar um salto no futebol de Brasília, que exporta jogadores e talentos para o mundo inteiro. Trabalhamos a estrutura dos estádios. Precisa ser reformulado e a gente tem cobrado insistentemente a Novacap, os laudos do Corpo de Bombeiros, as administrações regionais, a Secretaria de Esporte para que façam os ajustes necessários. Parte deles foram inutilizados por conta da covid, inclusive o Mané Garrincha e o Bezerrão, que são nossas grandes referências e estavam com Hospital de Campanha.

Outro ponto é a questão do patrocínio. Se o BRB patrocinar um ano em torno de R$ 500 mil, de média, nesse próximo Candangão vamos partir de um patrocínio de R$ 3,1 milhões. Já foi um avanço. Então, é um valor grande, mas muito aquém do que precisa. Não podemos negar que foi um grande avanço. Não é o que o futebol precisa, mas vamos tentar junto ao governo, ao BRB, a Federação e aos times fazer mais com menos. Temos a legislação das loterias do DF que a gente não pautou ainda. Quero pautar isso no primeiro trimestre do próximo ano, conversar com os deputados e que um pedaço dessa arrecadação seja distribuída aos times locais. Essas loterias estaduais quase todas tem um percentual do recurso de arrecadação que vai ao fomento do esporte. Nesse caso, ao futebol. Tem esse trabalho e esperamos que essa legislação dê um suporte aos times locais com mais uma fonte de receita.

Coloquei também à disposição da Federação e dos organizadores do Candangão a transmissão pela TV Legislativa. Temos uma TV que é do povo. Não é só para transmitir sessão e audiência pública. Ela tem uma extensa programação de cultura, esporte e lazer. Temos o festival de cinema que queremos transmitir na nossa TV. Os artistas locais vão ter onde se apresentar. Vamos dar um quadro para os artistas divulgarem seus trabalhos. Então, coloquei à disposição a custo zero para que as pessoas conheçam a TV Legislativa e tenham acesso. Com futebol, tenho certeza que muita gente vai ter a oportunidade de acompanhar. Fiz uma reunião com os cronistas, que me fizeram um pedido de fazer o acesso livre nos estádios. Foi uma lei minha e já está em pleno vigor. O veto já está vencido. É um assunto resolvido.

Escritura dos estádios e parceria público-privada com clubes

Eu vejo com bons olhos. Temos que deixar claro e fazer um acordo bem-feito entre o poder público e quem vai assumir o estádio. É um ônus e um bônus para explorar e cuidar do espaço. Fazer um acordo para que a população e outros times tenham condições de jogar. Abrir para não ser um espaço 100% restrito, onde só manda um determinado time. Tem condições de se fazer um bom-senso entre os times e se passar como foi feito no Abadião. Quando o Ceilândia tomava conta, era uma maravilha. Vai ver como está a situação. Então, o que já funcionou bem-feito pode funcionar no futuro também. Apoio 100% essa iniciativa. O que puder fazer para ajudar os times a conseguirem fazer acordo com o GDF, eu faço de tudo para ajudar.

Hospital de Campanha no Gama

A informação é que no início do ano que vem a estrutura não estará mais lá e a Novacap, junto com o governo, entre para fazer recuperação do gramado. Tivemos uma vistoria no Bezerrão com os órgãos só aguardando a retirada do hospital e o governo entra para fazer os ajustes que forem necessários. O primeiro deles é a recuperação do gramado.

Transmissão do Candangão 2022 na TV Distrital

Isso ainda não está fechado. Está tramitando um processo. Coloquei à disposição. Se for útil, necessário e bom para o futebol, está aqui mais um canal à disposição da população e dos times locais.

Apoio do BRB aos times

O ideal para esse ano, o orçamento encaminhado, era em torno de R$ 6 milhões. Conseguiram avançar em R$ 3,1 milhões. Desse patrocínio, tem uma premiação de R$ 1 milhão para os times. Vai passando, vai ganhando um pouco mais. A ideia é que se aumente. Nesse primeiro momento, teve esse acordo. Foi um grande salto. A gente espera que o ano que vem o banco invista mais do que o pedido. Pela primeira vez, ele vai ter condições de medir o que teve de retorno.

O futebol dá muito retorno. O banco vai fazer as medições, assim como outros patrocínios. Ele não faz atoa para ganhar dinheiro. O banco quer ter um retorno. Nada mais legítimo, ainda mais vindo de um banco. Então, a gente espera que tenhamos bons resultados, eu tenho certeza que os times e a Federação vão trabalhar muito bem nisso, para que chame muito mais atenção do patrocinador master, que é o BRB, para que no próximo ano aporte mais ainda.

Tenho convicção de que em 2023 o banco vai ver o futebol com outros olhos e vai aportar mais. É um investimento em publicidade. Da mesma forma que fez o cartão do Flamengo, fazer o do Ceilândia, o do Real, do Gama, o do Paranoá. Acho que isso certamente pode dar resultado para o banco.

Implementação da Loteria do DF

Quando não se consegue o consenso, leva-se ao Plenário e cada um vota do jeito que quiser. É assim que funciona aqui. As pessoas elegeram para cada um votar de acordo com que o eleitor acha que vai ser o posicionamento dele. Vamos estar longe de ter uma polêmica com a do Congresso Nacional. Tem 30 anos que tramita lá. Já existe a Federal e não vai mudar nada. Em vez de ser a da Caixa, vai ser a do DF. Então, é uma concorrente. Apoio porque tem mais arrecadação. Os impostos ficam aqui e geram mais emprego, mais renda. Um pedaço do resultado vai para o cofre do GDF e um pedaço desses investimentos vai no futebol também, pelo menos será essa nossa defesa.

É um debate que iniciou agora na CLDF. Não tem acordo para pautar, mas vamos construí-lo. Creio que não teremos tanta dificuldade na aprovação, pelo que conversei com alguns parlamentares. A recepção inicial é positiva. Por que vai ser contra? É a criação de uma loteria que não existe e que vai trazer arrecadação para nós. Em vez de o sujeito ir na loteria Federal, vai na local que vem mais recurso para cá. Esse é o objetivo.

Emenda para construção de campos sintéticos

Para você colocar um espaço esportivo mais próximo da população. Dos dez que vão ser construídos, coloquei recursos para fazer na Estância, em Planaltina, que não tem nenhum equipamento importante e novo naquela região tão carente. Temos o da QNL, que é um espaço cobrado pela população e que a gente resolve um problema de entulho. Já começou a obra e deve entregar em poucos dias. Outro na Vila Rabelo. Era outro lixão, um local ermo. Aquela população nem asfalto tem. O único equipamento que colocaram foi uma escola e ela, naturalmente, não é aberta para toda a população. Ficou aquele equipamento importante lá.

Quando você leva um campo sintético, em vez de o sujeito ficar no bar, ele joga um futebol com os amigos. Os pais e os filhos, que às vezes não tem para onde levar, está um equipamento bacana para a família poder utilizar.

Todos esses locais têm projetos sociais que funcionavam no terrão. Está lá o professor passando dificuldade, quando muito recebe um auxílio do programa esportivo da Secretaria de Esporte, e cuida daquelas crianças. Quantas escolinhas de futebol têm na Ceilândia? Tem centenas. Vai ser mais um ambiente onde pode formar um atleta. Tem um que fizemos na M Norte e descobriram um menino que está no Santos. As pessoas vão assistindo. Tem olheiro para todos os lados e Brasília é uma grande exportadora de talento.

Parceria com a Secretaria de Esporte

É uma relação muito respeitosa. Os processos que chegam a gente faz a análise e aprovamos todos eles. Mandamos emendas para os campos, mas faltavam os demais. O governo mandou um crédito orçamentário de R$ 8 milhões para fazer o complemento e comprar, simples e puramente, as gramas sintéticas que vêm da China e é muito difícil de conseguir. Nós aprovamos e complementamos com emendas parlamentares.

No próximo ano, há programação de recuperar mais de 40 campos sintéticos abandonados. Tem muito campinho novo e tem muito que se acabou faz tempo. Tem um programa que bancamos na CLDF, o Renova, que está fazendo reformas e deixando tudo arrumadinho. Terminando esse período, com os materiais comprados pela Secretaria de Esporte, o Senai vai treinar esses alunos do Renova, que é o pessoal que faz as inscrições, para fazer a reforma. Vamos colocar os alunos aprendendo, coloca o gramado novo e fazemos uma parceria.

Tudo que tem nos encaminhado, nós temos aprovado sem nenhum tipo de restrição e quero ver todos esses equipamentos renovados.

Autódromo

Eu não tenho acompanhado de perto. Tudo que é “ódromo” aqui é uma confusão. É o mais bem localizado do país, com uma pista top, com um traçado maravilhoso, mas que não se consegui entregar para a iniciativa privada administrar. Não tem o que se fazer. Se não tiver ninguém que queira, o estado tem que fazer uma licitação, colocar uma pista decente, fazer uma reforma e entregar para a iniciativa privada.

O que não pode é, na capital da República, podendo fazer MotoGP, o pessoal está estudando trazer Fórmula E para cá. Esperamos que esse imbróglio se resolva para trazermos esses eventos para cá. O governo publicou uma formatação de um comitê de grandes eventos, composto por algumas secretarias, responsável por trazê-los para o Distrito Federal.

Para qual time do DF o Presidente da CLDF torce?

Não tenho uma história muito boa com o Brasiliense porque eu saía de casa com os amigos, ia no Serejão e não via ganhar nenhuma vez (risos). O Ceilândia, nas vezes que fui no Abadião, ganhou todas. Tenho camisa do Ceilândia. Dos outros, ainda não. Gosto de todos os times, mas o Ceilândia tenho uma predisposição.

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