Então líder isolado do Candangão 2024, o Ceilândia Esporte Clube não sabia o que era perder pontos na competição. Mas, na tarde desta quinta-feira (08/02) o histórico 100% positivo derreteu. E o árbitro do jogo, Sávio Sampaio, está no centro da polêmica.
O Capital venceu o Gato Preto por sonoros 5-1, em sua casa, no estádio JK. Mas a história do jogo seria outra caso o homem do apito não tivesse tido uma tarde tão infeliz. Pelo menos é o que falou à reportagem o presidente do Ceilândia, Ari de Almeida.
O mandatário alvinegro reclama da displicência de Sávio Sampaio – que ainda não havia sido escalado nesta edição do Candangão BRB 2024 – com as marcações técnicas, bem como da escolha de um árbitro zerado na competição para comandar o jogo entre os líderes do torneio e melhores times, até o momento, da competição.
Além disso, disse achar estranho que apenas jogadores e dirigentes tenham relação com venda de resultados para manipular casas de apostas e não se considere árbitros como suspeitos de fatos dessa natureza: “No mundo das apostas esportivas hoje,por que não pode ter árbitros envolvido? Só pode ter atletas. É muito fácil que um árbitro dê um cartão amarelo, um cartão vermelho, marque um pênalty, deixe de marcar outro. Então eu acredito que não são só atletas que se envolvam nisso, né? Com certeza tem árbitro envolvido nisso”, afirmou.
Com apenas dez segundos, o Ceilândia marcou primeiro gol, mas foi invalidado pela arbitragem. Kennedy avançou pela direita e cruzou para Romarinho chutar de voleio. O goleiro Luan Santos espalmou e a bola sobrou para Clemente mandar para o fundo das redes. Porém, o assistente assinalou impedindo. Porém, na visão do Presidente Ari de Almeida, o lance era regular.
Além disso, um dos gols do Capital, logo após o Ceilândia diminuir a vantagem para 2-1, teria sido de mão, conforme imagem divulgada pelo mandatário.
“Teve um pênalti claro para o Ceilândia, pênalti claro para o Ceilândia. O atleta do capital cotovelou o Romarinho, ele viu, deu só cartão amarelo. Não foi o braço, a mão que o atleta deixou, deixou o cotovelo. Terceiro gol do capital, pode mostrar o lance quantas vezes quiser. Gol de mão, o Ceilândia tinha acabado de fazer o 2×1, gol de mão, num lance que originou de uma falta, que sequer foi falta, na lateral do campo. Então, assim, não tenho dúvida, participação direta da arbitragem no resultado do jogo.”, pondera Ari.
Volta de Sávio Sampaio após perdas de escudo
Segundo o presidente do Ceilândia, o Capital teve todo o mérito da vitória: “é uma grande equipe e apresentou um bom futebol. Mas, sem dúvida nenhuma, o resultado do jogo também ocorreu por interferência da arbitragem.”
Ari questiona a escolha de Sávio Sampaio após um ano de 2023 ruim, bem como a permanência de um árbitro que perdeu escudo FIFA nos quadros locais.”Lembra-se o caso do Atlético Mineiro e outros clubes que chegaram a vetá-lo da participação da Série A do brasileiro e vem para Brasília. Você imagina só, um árbitro que era Fifa, perde o escudo, seu primeiro jogo é uma partida do Campeonato Candango, o campeonato do Distrito Federal, que a arbitragem sempre trata com desdém.”
O líder do Gato Preto reclama da postura de Sávio Sampaio: “Ninguém tá aqui brincando de fazer futebol não, rapaz. São clubes gastando grandes valores no investimento dessa categoria esportiva, na categoria do futebol aqui em Brasília, rapaz. Aí me vem um árbitro que mostra total descaso com a competição, com as equipes e com a partida. É só pegar e ver a participação dele no jogo.”
Ari de Almeida critica o posicionamento de Sávio Sampaio para a condução do jogo. “Fez uma linha reta ali no meio de campo, não saiu para nada, acompanhando de longe os lances. E eu não tenho dúvida, velho, que influenciou diretamente no resultado da partida.”
Mudança do comando da comissão de arbitragem
O problema, segundo o presidente do Ceilândia, não é apenas Sávio Sampaio, mas a condução da comissão de arbitragem, atualmente sob a liderança de Marrubson Freitas. “A minha preocupação não é o árbitro do jogo, é a comissão de arbitragem. No que diz respeito ao clube, a comissão não sabe os investimentos que são feitos, para um clube que está disputando o campeonato, não conhece esses investimentos, e sai escalando a torta direito da forma que ele achar. E a comissão, que para eles a arbitragem nunca erra, sempre tem uma justificativa, sempre tem uma explicação, só é analisar a arbitragem de Brasília, onde a gente já foi e onde estamos hoje. E onde estamos hoje? Não conseguem revelar a ninguém. Não tem um árbitro pronto para apitar a Série A, não tem um árbitro pronto para apitar a Série B, estamos com dois ou três árbitros apenas em condições de atuar nas competições nacionais, ou seja, a comissão que não preparou ninguém, não fez substitutos”, disse.
O presidente do Ceilândia invoca a substituição da liderança da comissão de arbitragem: “E eu acho que já deu, já está bom, tem que inovar, tem que mudar. Você vê vários clubes reclamando da arbitragem, vários clubes reclamando da arbitragem e reclamando de lances que realmente estavam irregulares, reclamando de atuações de árbitros. E eu sou da premissa que o árbitro está na FIFA, está na CBF, perdeu o escudo, não tem que apitar mais no Estado, não tem que apitar, não tem mais a mesma motivação. Você está entendendo? Então, não estou reclamando só contra o árbitro, estou reclamando como os critérios adotados pela comissão de arbitragem, não só na escala de árbitro, mas como na formação de árbitros, como na formação do quadro de árbitros. Não tem critério, não tem critério.”
Ari disse à reportagem que pedirá providências à FFDF, especialmente para discutir a troca da atual Comissão: “Não suportamos mais esse tipo de árbitro, não suportamos mais o trabalho exercido pela comissão. Chega, não dá mais. A Federação tem que ver isso. A Comissão de Arbitragem é da Federação, ela não é independente. A Comissão de Arbitragem é da Federação e a Federação são os clubes. Tem que ter mudança. Não tem mais condições de administrar o controle da arbitragem.”
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Árbitro Candango saiu da FIFA e da CBF
Sávio Sampaio perdeu o escudo FIFA e CBF de 2023 para 2024. Na temporada 2023, o comando disciplinar e técnico dele foi alvo de críticas de jornalistas e especialistas ao longo da temporada, especialmente no confronto entre Flamengo e Bahia pelo Brasileirão 2023.
Naquela partida nacional, Sávio Pereira havia marcado um pênalti para o Flamengo, no primeiro tempo, mas o VAR entrou em ação e deu falta fora da área. No segundo tempo, o árbitro deu um cartão amarelo para Kanu, do Bahia, mas o VAR chamou Sávio, que expulsou o zagueiro após analisar o lance.
