O colunista anda ausente. O último texto é de 23 de outubro deste 2023. Tive de viajar a trabalho, quando retornei as diversas atividades na capital paulista tomaram meu tempo. Coisas da vida e desculpas que não suprimem minha ausência. De toda forma, a viagem é, de alguma forma, o assunto deste texto.
Precisava ir para Natal/RN participar – como convidado, bom frisar – do casamento de uma amiga e colega de Universidade de São Paulo. Por motivos financeiros, acabei por comprar passagem para o imenso Aeroporto de Guarulhos, que as empresas querem te empurrar para usar e você, como usuário, tenta fugir para Congonhas. Isso tem uma racionalidade.
Congonhas fica no centro da cidade, tem uma interligação muito melhor que o resto da cidade, já que localizado entre os bairros de Jabaquara e Campo Belo. É fácil chegar ao aeroporto de Congonhas via Avenida dos Bandeirantes até desembocar na Washington Luis. Vários ônibus fazem a rota, mas para quem prefere metrô – como eu – é um martírio lá chegar. Você precisa descer, na melhor das hipóteses, na estação São Judas da linha azul e pegar um uber que custará uns R$ 25,00 até o aeroporto e demorará em torno de 15 minutos – sei bem, pois já fiz essa rota. A linha 17-Ouro está sendo construída para passar por lá e facilitar a vida de todo mundo. A previsão é inaugurar em 2026 após trocarem a empresa responsável pela obra – antes era 2024.
Mas este colunista não comprou, como já sabem, passagem para Congonhas, mas sim Guarulhos. Normalmente uso o Uber e estava de mala para a viagem. Porém, ao abrir o Uber para pedir o carro vi que estava, no Uber X, R$ 78,90 e demoraria 40 minutos para chegar. Eu até tinha tempo, mas os R$ 78,90 não me agradaram.
Apenas para registro, moro no centro da cidade, no bairro de Santa Cecília que voltará a ser tema da coluna em algumas oportunidades.
Como eu tinha tempo, decidi me arriscar a ir de transporte público. Já sabia que havia uma estação de trem/metrô em Guarulhos, mas não sabia bem chegar por lá. Fiz aquilo que todo morador de São Paulo deve ter como grande amigo: abrir o Google Maps (ou o moovit, vai de gosto).
A rota era a seguinte: estação Santa Cecília de metrô linha vermelha direção Corinthians/Itaquera, descida na Estação Tatuapé, troca da linha vermelha para a 12-Safira da CPTM direção à Calmon Vianna até a Engenheiro Goulart. Chegando na Engenheiro Goulart baldeação para a linha 13-Jade do aeroporto de Guarulhos, 2 paradas, descida na estação do aeroporto, mais ônibus circular gratuito que me deixou na porta do Terminal 1.
Pode parecer que fiz muitas trocas, foram 4 ao todo, mas isso para fins de São Paulo é até razoável. O tempo da viagem? 1h20min. O preço? R$ 2,20. PS: a tarifa cheia custa R$ 4,40, o que é irrisório perto de R$ 78,90, mas eu pago R$ 2,20 por ser estudante da rede paulista de ensino.
Talvez um dos grandes benefícios de possuir um bilhete único paulista é a integração do metrô com o trem e com os ônibus e as trocas – sem sair para a catraca da rua, é claro – entre um e outro modal que, grande parte das vezes, é gratuita. Em relação ao ônibus, ha um valor residual que deve ser arcado na integração, já entre metrô e trem ele é totalmente livre e não há, sequer, necessidade de passar o cartão do bilhete entre um e outro.
Claro que essa viagem tem seus percalços. Fiquei em pé durante todo o percurso na linha vermelha, o horário que peguei era tranquilo – 09h45, chegando 11:15 no aeroporto – e estava no contrafluxo. Só carregava uma mochila de pendurar nas costas e uma mala de mão. Seria quase impraticável fazer esse percurso com mala grande ou muitos itens.
Agora, se você é um viajante comedido, tem tempo e não se importar em ficar um tempo em pé, pode escolher pagar R$ 2,20 ao invés de R$ 78,90 como eu para chegar do centro de São Paulo no Aeroporto de Guarulhos.