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sábado, 23 de novembro de 2024

Ídolo recente do Gama, Nunes confirma aposentadoria em 2023

O centroavante Nunes afirmou, em live, que este ano será o seu último como jogador profissional, falou do não acerto com o Gama em 2023, o sonho de voltar ao alviverde candango em outra função e atiçou a rivalidade com o Brasiliense

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O centroavante Nunes, de 41 anos, fez uma live em sua conta oficial no Instagram na noite do útlimo domingo (19/3) e confirmou que 2023 será seu último ano como jogador profissional. Bicampeão candango pelo Gama, em 2019 e 2020, o atleta revelou que tinha o desejo de jogar no alviverde nesta temporada, mas que não houve procura da diretoria do clube. O atleta ainda manifestou o interesse em voltar à equipe em outra função e expressou seu carinho pelo time.

Pouco depois das 20h do último domingo (19/3), o atacante iniciou a tranmissão ao vivo e conversou com seus seguidores durante quase uma hora e meia. Entre os assuntos, o Gama foi o clube mais citado pelo centroavante e também pelos fãs de Nunes. Ainda sobrou tempo para atiçar ainda mais a rivalidade com o Brasiliense. O Distrito do Esporte separou as falas mais importantes do ídolo gamense.

Retorno ao Gama

Logo no início da transmissão, Nunes foi indagado pelos torcedores sobre sua volta ao Gama em 2023. “As únicas pessoas com quem eu falei dessa possibilidade de voltar foi o Danny Pança, que me perguntou se eu tinha o interesse e eu disse que sim, e o Emerson, com quem conversei desde o começo do ano”, falou. O centroavante lamentou o não acerto. “Ele (Emerson) me falou que eu precisava voltar para ajudar ele na retomada do Gama e eu fiquei à disposição, esperando só o sinal verde para voltar, mas não aconteceu”.

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O centroavante afirmou que não houve procura por parte da diretoria. “Não houve convite. Havia apenas conversa com o Emerson, ele tentou de todas as formas para eu voltar, mas não deu certo. Eles (Danny Pança e Emerson) foram as únicas pessoas que me procuraram”, confirmou. Nunes expressou seu desejo e disponibilidade. “Não faltou vontade, sempre fiquei à disposição. A vontade de voltar para o Gama era para colocar o clube em um cenário nacional”, confessou.

Gama Emerson e Nunes
Foto: Lucas Bolzan/Distrito do Esporte

Aposentadoria em 2023

Nunes revelou que sonha em voltar, mas desta vez em outra função, já que decidiu pela aposentadoria neste ano. “A minha vontade grande (voltar ao Gama) era esse ano (2023), pois coloquei como o ano para me aposentar. Espero voltar um dia, não como jogador, mas para ajudar de outra forma. É um clube que ficou no meu coração, que vou guardar para sempre”, declarou.

Bicampeão candango, Nunes confirmou sua aposentadoria para 2023. “Eu vou me aposentar esse ano. Queria jogar mais, mas está complicado. Não sei onde eu me aposento, se é amanhã ou esperando algumas situações, mas deste ano não passa”, afirmou. O atleta disse que irá parar de jogar profissional e não apontou questão física como motivo. “Não que eu não esteja aguetando o ritmo. Quem acompanha minhas postagens vê o quanto eu treino, o quanto eu me dedico, me empenho, mas preciso focar em outras coisas”.

Reformulação alviverde

Perguntado sobre se o alviverde candango foi soberbo, o atacante discordou. “Não achei o Gama soberbo nesta temporada. O time vem em um processo de reformulação”. O atacante pediu paciência e assertividade da diretoria gamense. “A mudança não é do dia para noite. Tem que ter paciência, escolher as pessoas certas e trabalhar correto que o Gama vai voltar a ser o que era antes”.

Apesar de citar as dificuldades, o atacante expressou seu descontentamento com a temporada. “O Gama tinha condições de ficar entre os quatro. Na verdade não era nem condição, era obrigação, pela camisa, pela força, pela torcida, tinha que classificar jogando bem ou mal”, esbravejou. Nunes ainda se mostrou incrédulo com a eliminação do alviverde candango. “Não imaginaria que o Gama iria ficar fora, liderou o campeonato todo”.

O atacante citou que os títulos esconderam os problemas. “2019 e 2020 escondeu muita coisa por tudo o que a gente conquistou. Então quem estava lá dentro sabia das dificuldades, o que estava acontecendo. Quem estava fora, sabia por ouvir falar somente”. Segundo Nunes, pela falta de taças, os problemas aparecem com mais frequência. “Agora as coisas vem aparecendo. O Gama merecia estar em uma situação melhor, claro, pela força, torcida, grandeza e por ser o maior do Distrito Federal, mas agora vai levar um tempo para se reorganizar”.

Dois anos de Gama

Em outro momento, Nunes reviveu os dois anos em que esteve vestindo a camisa alviverde. “O grupo era muito bom, abraçou a causa. Eu tenho um respeito muito grande junto com o Emerson, com o (Rodrigo) Calaça. O pessoal sabia que fazíamos tudo pela vitória”. Segundo o camisa nove, os líderes tinham voz dentro do grupo. “Nós fazíamos questão de falar para o pessoal que caso conquistássemos alguma coisa com o clube, apesar das dificuldades, eles seriam valorizados e abraçaram a causa”, contou.

Foto: Lucas Bolzan/Distrito do Esporte

O atacante afirmou ser um jogador exigente. “Eu era muito chato no Gama por cobrar muito nos treinamentos, jogos e talvez por isso a gente chegou”. O centroavante citou que o trio formado por ele, Emerson e Rodrigo Calaça tinham características diferentes, mas que se davam bem. “Tinha o Calaça que era zen e mais calado, o Emerson era o capitão e respeitado, e eu que era explosivo, que cobrava e xingava. Tinha que ter um de cada, por isso que casou legal”, revelou.

Amor ao Gama

Por várias vezes, o atacante expressou seu amor pelo alviverde candango. “Eu tenho um carinho pelo Gama. Passei dois anos no clube e foi um período de muita felicidade, apesar do sofrimento pelas condições”. Além do clube, Nunes declarou carinho à torcida e região administrativa. “O Gama é muito forte, é o maior time do Distrito Federal, tem uma torcida impressionante, um CT muito bom, um estádio muito bom, uma cidade muito boa”.

O centroavante falou aos seguidores que o alviverde candango é o maior clube da capital federal e a motivação através das críticas. “O maior do DF é o Gama e não tem o que falar. Eu percebo que no DF é tudo e todos contra o Gama. Isso te motiva a jogar melhor, a calar aqueles que torcem contra”. Nunes acredita na recuperação do clube. “Sei que o Gama vai voltar ao normal, a conquistar, a chegar e ter o respeito que sempre teve”.

O ídolo gamense ainda falou da dificuldade quando chegou. “Para chegar e jogar no Gama não é fácil. Quando eu cheguei, fui vaiado, pois tinha jogado no rival”. Além do clube, torcida e região administrativa, o estádio Walmir Campelo Bezerra, o Bezerrão, no Gama, hoje em processo de recuperação, foi citado por Nunes. “O Bezerrão é um dos melhores campos que eu já joguei. Às vezes eu encontro com alguém que jogou contra a gente no Gama e dizem que o Bezerrão era um dos melhores campos não só em Brasília, mas no Brasil todo”, falou.

Problemas com o alviverde candango

Mesmo declarando amor, Nunes fez questão de lembrar os problemas que culminaram em sua saída. “Quando eu estava em 2020, todo mundo sem receber e teve jogador que falou que havia sido procurado pelo Brasiliense. A diretoria pagou três meses de salário para eles e eu sem receber. Quando fui cobrar minha parte, falaram que não”, admitiu. O atacante revelou que ainda não recebeu os seus valores junto ao alviverde. “O Gama me deve ainda e não é pouco, eu saí pois não estava recebendo”, afirmou.

O atacante revelou que foi procurado para jogar pelo Gama em 2022, mas que não sentiu segurança da Sociedade Anônima do Futebol (SAF), que comandava o clube à época. “Ano passado, com a SAF, eles me ligaram e eu estava apalavrado com o Anápolis. Eu disse que estava apalavrado, que receberia direitinho”. Nunes disse que solicitou pagamento adiantado da dívida por receio de não receber seu salário. “Eu volto, mas quero meus dois últimos meses adiantado. Iria fazer contrato de três meses, normal. Era uma garantia, eu sabia que poderia ter problemas como teve com a SAF”.

Nunes, atacante
Foto: Lucas Bolzan/Distrito do Esporte

Indagado sobre possíveis problemas com Vilson Tadei, Nunes citou apenas um. “Meu único problema com o (Vilson) Tadei é que ele queria me poupar e eu queria jogar, estava brigando para ser o artilheiro do país. Foi o único desentendimento”. O atleta revelou que ficou tudo posteriormente. “Depois fomos campeões, nos abraçamos e problema nenhum. O Tadei é um treinador simples e objetivo, fala a língua do jogador e deixa a gente jogar tranquilo. Joguei com ele por três vezes no Anápolis, Santo André e Gama, fui artilheiro nos três. Ele até brinca comigo que só faço gol quando jogo com ele”.

Rivalidade com o Brasiliense

Além de conversar com os torcedores gamenses, Nunes respondeu os comentários de parte da torcida do Brasiliense. “Eu joguei nos dois lados. Um tem dinheiro, mas o ambiente não é legal. Do outro lado você não tem dinheiro, mas o ambiente é muito bom”. O centroavante ainda provocou ao relembrar as duas finais, em 2019 e 2020, em que saiu vencedor sobre o Jacaré. “Eu posso falar com propriedade que eu bati duas vezes (no Brasiliense) na final”, brincou.

Respondendo a um torcedor do Brasiliense, Nunes relembrou a chegada ao Brasiliense, em 2017, e a seca da equipe que não vencia o Candangão desde 2013. “Quando eu cheguei no seu time (Brasiliense), vocês não ganhavam nada e a gente ganhou. Depois eu me reencontrei e fui jogar no Gama. Ganhamos e batemos duas vezes, então estou com saldo positivo”. O centroavante ainda falou da confusão no clássifco em 2017. “Acontece. Quando eu estou em um time, eu defendo e vou fazer o meu melhor. Infelizmente aconteceu, foi feio e não tenho orgulho nenhum daquela briga”.

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