Por Alan Rones
Não, você não leu errado. O próximo Campeonato Candango de futebol pode ser a maior edição da história. Nas últimas semanas, vem acontecendo uma proximidade da Federação de Futebol do Distrito Federal (GDF) e clubes locais junto ao Governo do Distrito Federal (GDF) e o Banco de Brasília (BRB) e, em 2022, com um possível aporte financeiro da instituição pública, a competição poderá ganhar novos contornos.
Depois da parceria do BRB junto a equipe do Flamengo, na qual a equipe carioca de futebol recebe royalties no modelo de divisão de lucros em um negócio de banco digital, tradicionalmente conhecido pelo inglês Profit Sharing, torcedores passaram a cobrar do GDF e do BRB, investimentos e colaboração no crescimento do Campeonato Profissional do DF. Com intermédio do Presidente da Câmara Legislativa (CLDF), o deputado distrital Rafael Prudente (MDB/DF), deu-se o pontapé inicial nas conversas junto ao governo, ao banco distrital, aos clubes e a FFDF.
Logo, a federação se movimentou, trabalhando com uma empresa de Marketing contratada pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF), responsável por auxiliar na produção dos planos de ações para apresentar ao Presidente do BRB, Paulo Henrique Costa. Essa primeira reunião rendeu burburinhos entre torcedores que apoiaram a iniciativa.
O projeto elaborado pela FFDF constava planos de investimento de R$ 6 milhões, englobando desde o profissional masculino, ao feminino e categorias de base. Contudo, essa primeira reunião não foi como esperavam. Na avaliação da presidência do banco, o valor era inviável. Ainda na visão do BRB, a pedida apresentada superava todas as cotas de patrocínio da instituição.
Consultando o Demonstrativo das Despesas com Propaganda, Publicidade, Publicações Legais e Patrocínios do BRB, disponível no portal de transparência do banco, é possível ver que o gasto individual das cotas realmente é menor. O investimento somado no terceiro trimestre foi de R$ 21.581.978. Atualmente, dentre os esportes profissionais que o BRB patrocina, o futebol local, com todas as seis equipes que conseguiram certidões em 2021, obteve R$ 1.006.000. Esse valor é menor que outras equipes conseguiram sozinhas.
Compare algumas cotas Pagas pelo BRB ao Esporte
Clube de Regatas Flamengo (Basquete): R$ 2.110.000
R$ 730.000 no Primeiro Trimestre
R$ 690.000 no Segundo Trimestre
R$ 690.000 no Terceiro Trimestre
Basquete Brasília: R$ 1.030.000
R$ 510.000 no Primeiro Trimestre
R$ 310.000 no Segundo Trimestre
R$ 210.000 no Terceiro Trimestre
Cerrado Basquete: R$ 1.437.000
R$ 687.000 no Primeiro Trimestre
R$ 562.500 no Segundo Trimestre
R$ 187.500 no Terceiro Trimestre
Brasília Vôlei: R$ 1.437.500
R$ 687.500 no Primeiro Trimestre
R$ 562.500 no Segundo Trimestre
R$ 187.500 no Terceiro Trimestre
(Glosa de R$125.000 no primeiro Trimestre)
Confederação Brasileira de Tênis (CBT): R$ 1.557.000
R$ 626.000 no Primeiro Trimestre
R$ 386.500 no Segundo Trimestre
R$ 544.500 no Terceiro Trimestre
(Glosas de R$2.272.83 no Primeiro Trimestre, R$ 156.328.29 no Segundo Trimestre e R$
56.525.040 no terceiro Trimestre)
Clubes de Futebol do Distrito Federal: R$ 1.006.000
Minas Brasília: R$ 466.000
Ceilândia: R$ 195.000
Santa Maria: R$ 83.000
Taguatinga: R$ 83.000
Capital: R$ 83.000
Formosa: R$ 48.000
Real Brasília: R$ 48.000
Nos bastidores, há uma proposta do BRB de patrocinar o valor de R$ 1 milhão em premiação aos quatro primeiros colocados e cotas que podem chegar até R$ 250 mil para as equipes. O valor máximo seria aos que chegarem às finais do certame em 2022. No total, o investimento poderia bater a casa de R$ 3,1 milhões. Falta, ainda, bater o martelo, mas as conversas estão adiantadas e, de certa forma, agrada clubes e Federação.
Um dos entraves para o banco bater o martelo foi um veto antigo do Ministério Público (MP) a aportes do BRB à FFDF. É o que impediria o banco concluir esse projeto junto a Federação. Um dos dirigentes de clubes locais levantou a documentação para fazer uma reunião com a liderança do MP para ajustar os detalhes e validar tudo de forma correta.