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sexta-feira, 26 de abril de 2024

Elas também são craques: conheça Nataleigh, a brasiliense que sonha ser profissional

Buscando seu espaço no futebol, a brasiliense Nataleigh já está repleta de sonhos para realizar dentro do esporte mais popular do mundo

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Por Craques do Candangão

O futebol brasiliense precisa tratar sobre um assunto importante, que afeta muitas meninas de todas as classes sociais, etnias e credos do nosso país: a desigualdade de gênero dentro do futebol. Nesta semana, o Craques do Candangão conheceu a história de Nataleigh Underhill, jovem de apenas 16 anos que sonha em ser uma jogadora de futebol profissional e quer driblar o preconceito e a desigualdade existente contra mulheres que atuam no esporte mais famoso do mundo.

O futebol é um esporte praticado tanto por homens quanto por mulheres. Apesar de, em sua maioria, ser praticado por pessoas do sexo masculino, as mulheres têm mostrado bastante interesse na modalidade. Este é o caso de Nataleigh, que decidiu enfrentar os obstáculos desde muito pequena, aos cinco anos de idade, quando começou a brincar com amigos no condomínio “Me identifiquei com o futebol desde cedo. Eu amava jogar e nessa mesma época, onde comecei a gostar do esporte, já entrei no time da minha escola, na American School of Brasilia”, relembrou.

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Com o passar dos anos, Naty frequentou algumas escolinhas de futebol até entrar na Escola de Futebol Team Brazucas, no Real Society. Essa escolinha tem em sua grande maioria homens praticando o esporte. Naty é a única participante do sexo feminino e não enxerga problemas que a façam desistir dos seus sonhos. “Eu diria que estou acostumada, pois sempre joguei só com meninos. Acredito que me identifiquei muito com o futebol devido à força física que tenho, que é algo positivo para mim, só que ao mesmo tempo é um pouco perigoso”, explicou.

Sua visão também expressa as mesmas indignações de diversas mulheres que estão inseridas dentro do futebol, a questão da desigualdade e o preconceito contra o sexo feminino. “Isso é fato. Infelizmente, nosso futebol não tem tanta audiência quanto o masculino e com isso o salário passa a ser menor. Isso atrapalha demais e acaba fazendo com que muitas meninas desistam do sonho de serem jogadoras”, observou.

É notório que o Brasil é um dos países mais preconceituosos quando o assunto é futebol, diferente de países europeus e dos Estados Unidos, que têm muito incentivo e respeito. Tanto que as seleções femininas e a Liga Feminina são altamente desenvolvidas nesses países, o que incentiva mais ainda a prática do esporte. Naty acredita que o espaço das garotas pode crescer no Brasil. “Felizmente sinto que o futebol feminino está se desenvolvendo mais no Brasil. Espero um dia termos a visibilidade que os homens têm”, afirmou.

Desejo de se profissionalizar e inspiração em Marta

O futebol feminino brasileiro conta com a maior vencedora do prêmio de Bola de Ouro da Fifa. A alagoana Marta, que é inspiração da maioria das nossas meninas, assim como é o caso de Nataliegh “A Marta é uma das minhas grandes inspirações, pela sua história de vida e pelo o que ela teve que passar para conseguir chegar onde se encontra, sendo cinco vezes melhor jogadora do mundo”, alegou.

Para o futuro, Naty pretende chegar aos profissionais e esperar fazer o Brasil enxergar a valorização do futebol feminino, tendo como base as grandes escolas do exterior. “Gostaria de fazer parte de algum clube brasileiro. Sonho também em atuar na Europa e nos EUA. O ruim é que aqui nós ainda não temos a mesma valorização como lá fora. É algo que eu gostaria muito de mudar e fazer as pessoas daqui verem isso”, disse, esperançosa.

O futebol feminino do Distrito Federal vem crescendo ano após ano, indo na contramão do masculino, que há anos encontra-se estagnado. O Minas/Icesp é o atual campeão candango e da Série A-2 do Campeonato Brasileiro, com vaga garantida na elite em 2019. Também vale ressaltar o trabalho de Ceilândia, Cresspom e Gama na busca de inserir as meninas no futebol candango.

Em Brasília, também temos a diretora de futebol Luiza Estevão, que aos 20 anos de idade comandou o Brasiliense no título Candango de 2017 e vem fazendo ótimos trabalhos frente à equipe, quebrando barreiras enormes em prol do gênero feminino dentro do futebol. Naty vê o esporte feminino em Brasília ainda sem muitas opções, principalmente quando o assunto é categorias de base. “Não encontramos variedade de times. Diria que é um tanto apagado, eu só conheço o Minas, no qual já tentei entrar no Sub-17”, lembrou.

O caminho está sendo traçado, porém, há muito trabalho para que possamos chegar próximo às grandes potências do futebol feminino mundial. Nataliegh, apesar de nova, tem uma visão séria do assunto, por já ter acompanhado de perto escolas inglesas. Possuindo dupla nacionalidade, a jogadora terá a opção de escolher se representará a seleção brasileira ou a inglesa.

Naty deixa claro que escolherá a que mais a valorizar. Entretanto, seu amor pelo verde e amarelo pode ser um fator determinante. O amor à pátria, que ultimamente vem crescendo com discursos nacionalistas no meio político, pode ser algo relevante na busca por igualdade social dentro do futebol, com a união de homens e mulheres, e a igualdade de raças, levando, consequentemente, ao respeito aos credos.

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