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segunda-feira, 31 de março de 2025

Voz da Arquibancada #5: O duelo das torcidas da “tradição” e da “novidade”

Nas cadeiras do Mané Garrincha, haverá o encontro das duas torcidas que mais compareceram aos jogos do Candangão e com motivações diversas

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O texto se trata de um artigo de opinião e, portanto, é de inteira responsabilidade de seu autor. As opiniões nele emitidas não estão relacionadas, necessariamente, ao ponto de vista do Distrito do Esporte.
Por Gabriel de Sousa*

 

Não seria possível uma final de Candangão 2025 mais interessante do que uma partida entre Capital e Gama. Digo isso seguindo a ótica de um aficionado pelas torcidas do Distrito Federal. O duelo deste sábado, 29/03, não será apenas entre duas equipes merecedoras do título, e sim entre uma massa que já faz parte da cultura da capital e um novo movimento que se expande rapidamente no Paranoá.

A maior torcida do Distrito Federal retorna para uma final de Candangão pela primeira vez desde 2020 e os apaixonados da torcida do Periquito prometem lotar os setores do Mané Garrincha a eles destinados. Da mesma forma, o Capital aposta na boa fase da equipe para levar mais adeptos do que na final do ano passado, quando perdeu o título para o Ceilândia.

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Não há uma forma melhor de expressar que a final entre Gama e Capital é a melhor possível do que os números. Considerando os dados apresentados pelos relatórios de jogo disponíveis no site da Federação de Futebol do Distrito Federal (FFDF), o Periquito levou mais torcedores, com uma média de 6.200 torcedores indo ao Bezerrão nos seis jogos da equipe como mandante. O Capital, por sua vez, está em segundo, com 1.186 adeptos por jogo.

Gama x Brasiliense - Candangão BRB 2025
comemoração em frente à torcida do Gama – Foto: Filipe Fonseca

A fins de curiosidade, o índice que separa o Capital da equipe que ficou em terceiro no ranking é de 325 torcedores. O Ceilândia, que foi derrotado pela Coruja na semifinal, levou uma média de 857 torcedores a cada jogo realizado no Abadião.

Como a coluna Voz da Arquibancada mostrou ao longo deste Candangão, diferentes motivos fizeram com que os moradores se envolvessem com as equipes ao longo do campeonato. Com um marketing inovador e eficiente, dando bandeiras e camisas aos torcedores que compraram ingressos aos jogos realizados no Estádio JK, o Capital ampliou ainda mais a sua jovem torcida. Já o Gama, teve ao seu lado fiéis torcedores que o acompanham mesmo nos piores momentos e, mesmo com uma primeira fase pouco convincente, os adeptos empurraram a equipe em uma vitória heroica de 3 a 0 contra o Brasiliense na semifinal do torneio.

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No início da profissionalização do futebol no Distrito Federal, nos anos de 1970, as maiores torcidas da capital federal eram a do Gama, a do Brasília e a do Taguatinga. No início do século, se consolidou uma rivalidade entre o Periquito e o Brasiliense, calcificados no Clássico Verde-Amarelo, que sempre leva multidões aos estádios.

Porém, os dados deste Candangão apontam que o Brasiliense, que levou uma média de 632 torcedores nos jogos como mandante, está perdendo espaço para o Ceilândia e o Capital que, assim como outras equipes em ventos passados, acreditam que a criação de um vínculo entre o campo e a comunidade é a receita de uma torcida grande e fiel.

Já o Gama, sempre esteve no rol das maiores torcidas desde a sua fundação em 1975. Porém, apesar de ser impossível de se comparar o tamanho da sua massa com as outras, nunca vai reinar sozinha nos corações dos brasilienses. Agora, devemos ver se a “torcida tradição” pode ficar em segundo plano com a festa da “torcida novidade”.

Pensando como um torcedor do Capital, o título neste sábado seria o “parafuso restante” para terminar de montar o currículo de uma equipe que quer ser referida como uma das grandes do Distrito Federal. Já se tem uma relevante torcida e uma eficiente estratégia de marketing. Falta apenas um título, que pode ser finalmente conquistado ou escapar das pela segunda vez consecutiva.

Torcida Capital
torcida do capital Uéslei Costa/Capital SAF

Já como um torcedor do Gama, o título neste sábado, que pode ser o 14° da história do Periquito, pode significar um renascimento tão aguardado pelos torcedores. Títulos para o maior campeão do DF não é um problema. Torcidas, muito menos. Mas a sequência de anos desmotivadores é o grande martírio da massa desde 2020, quando o grito de “é campeão” foi entoado pela última vez.

Desta forma, esse é “trailer” do que vai ocorrer na final do Candangão 2025 fora do gramado do Mané Garrincha. Além das escalações, prognósticos e aquecimentos, entender como estão vindo as torcidas para a final do campeonato é essencial para entender como se constrói a história de um time campeão.

Gabriel de Sousa é jornalista nascido em Ceilândia, na periferia da capital federal, e graduado na Universidade de Brasília (UnB). Trabalhou no Correio Braziliense, SBT News e no Jornal de Brasília. Participou da cobertura das eleições distritais de 2022 e municipais de 2024. Atua no Núcleo de Produção Rápida da Politica (NPR) na Sucursal de Brasília do Estadão

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3 COMENTÁRIOS

  1. O Capital ainda tem que comer muito feijão com arroz para ser comparado com o Gama em termos de torcida. O Gama sempre teve a maior torcida do DF. É uma forçação de barra essa comparação. Os números não mentem!

  2. Uma torcida de verdade apoia o time em todos os momentos possíveis. A torcida do Gama é uma tradição que passa de geração em geração e aqui nós compramos ingresso e camisa do time por amor ao clube.

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