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Por Gabriel de Sousa*
Finalistas do Campeonato Candango de 2024, o Ceilândia e o Capital começaram a temporada de 2025 de forma diferente. Enquanto o Gato Preto começou o Candangão com duas vitórias, a Coruja tropeçou contra o Samambaia, na segunda rodada, e está com 50% de aproveitamento. Por outro lado, na propaganda esportiva – essencial para a captação de torcedores – a Coruja foi quem disparou.
Antes da temporada começar, a equipe do Paranoá lançou a primeira loja temática de um clube do Distrito Federal. A localização do centro de vendas foi acertada: no Setor Comercial Sul, artéria do vai-e-vem mercantil da capital da República. O plano não é mais cooptar torcedores na região administrativa, e sim tentar fisgar moradores de diferentes pontos do DF que passam pelo centro de Brasília.
Para encher o Estádio JK, a Coruja lançou uma promoção onde comprando a inteira de um ingresso, de R$ 40, para a estreia do time, contra o Ceilandense, o torcedor iria adquirir uma blusa oficial. Na partida, onde o Capital bateu os adversários por 4 a 1, foi possível perceber uma grande gama de torcedores que apoiavam os mandantes utilizando o brinde promocional.
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O saldo da partida, conforme o boletim financeiro divulgado pela Federação de Futebol do Distrito Federal, foi de 1.415 torcedores pagantes e uma renda de R$ 31.500. Diminuídas as despesas, a Coruja terminou a partida com R$ 20.272. Tudo isso com ingressos que variavam entre R$ 20 e R$ 40.
Pelo lado do Ceilândia, os fiéis torcedores do Gato Preto compareceram ao Abadião para acompanhar a estreia do atual campeão candango contra o Real Brasília, cujo placar ficou em 1 a 0 para os mandantes. Antes da partida, os adeptos foram informados, através do Instagram, que haveria pontos de venda das camisas oficiais da temporada de 2025 na porta do estádio e em uma loja do JK Shopping.
Porém, horas antes do jogo, a rede social do clube informou que não haveria mais a venda das camisetas na frente da cancha. O único ponto de comércio se tornou a loja no JK Shopping e, nem todos os que mudaram o planejamento para passar pela loja conseguiram a roupagem oficial da equipe. O motivo? Poucas remessas.
Na ida ao estádio, torcedores passaram por um novo contra tempo. Os que primeiro chegaram ao campo para acompanhar a equipe tiveram que avisar aos outros, por meio de aplicativos de mensagem, que o ingresso na bilheteria do estádio poderia apenas ser comprado com cédulas de dinheiro. A exclusividade na forma de pagamento foi mantida na segunda rodada contra o Ceilandense, onde o Ceilândia venceu por 2 a 0. Nas duas ocasiões, nada informado previamente pelo clube.
No meio das diferenças, há modestas semelhanças. O Ceilândia também apostou em uma propaganda para aproximar o torcedor do clube na primeira partida do Candangão 2025. A antiga tradição que dá um ticket mais barato para os adeptos vestidos com um uniforme do clube foi mantida. Quem estava vestido com o manto pagou R$ 5, ao invés da inteira de R$ 20. Além disso, quem comprou um copo tematizado do ídolo alvinegro Cassius, em bancas na calçada do Abadião, ganhou também um ingresso e um vale-bebida. O melhor? Outras formas de pagamento foram aceitas. Ufa!
As iniciativas de maior destaque estão sendo feitas pelos próprios adeptos que, além de exigir reformas no Abadião, se organizam para realizar recepcionar os jogadores com festas. Por outro lado, o marketing feito pelo clube, por mais que seja benéfico para os leais torcedores, ainda não conseguiu entender que, para times que estão em ascensão e buscam entrar no páreo de grandes torcidas que hoje é dividido por Gama e Brasiliense, é preciso aproveitar o momento positivo para trazer recrutar torcedores para as arquibancadas.
Vamos aos saldos da primeira partida do Ceilândia: 836 pagantes em ingressos que não ultrapassaram R$ 20 e uma renda de R$ 5.410. As despesas, porém, foram de R$ 8.716. Ou seja, o Gato Preto, que busca ter uma temporada coroada com o acesso para a Série C do Campeonato Brasileiro, deu o primeiro passo com um débito de R$ 3.300 na sua estreia.
O acesso para a Série C, aliás, é o objetivo das duas equipes para o segundo semestre de 2025. Além de reforços e de entrosamento técnico, tendo em vista a alta dificuldade da quarta divisão nacional, é preciso ter lucros com o torneio distrital. Economias à parte, lembremos todos que o futebol não existe sem torcida, e tanto Capital quanto Ceilândia, almejam conquistar cada vez mais fanáticos.
Fiz uma rápida pesquisa. Em relação aos jogos do gama
Gama x Sobradinho- público 4675 renda 105.225 reais
Legião X Gama-público 2030 renda 49345 reais
Gama x ceilandense-publico 2692 renda 36990 reais
Jogos do Gama total de público 9397 renda 191.560 reais.
Sendo o ingresso mais caro do campeonato!