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sexta-feira, 4 de outubro de 2024

Supercopa mental: psicanalista explora a relação entre treinador e elenco

A psicanalista esportiva Amanda Ciaramicoli esclarece como a relação entre treinador e seus jogadores pode ser decisiva para definir o campeão da Supercopa. Decisão entre Palmeiras e Flamengo acontece neste sábado (28/1)

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A decisão da Supercopa do Brasil entre Palmeiras e Flamengo, campeões do Brasileirão e da Copa do Brasil, respectivamente, da última temporada, acontece neste sábado (28/1) às 16:30 no estádio Mané Garrincha. O confronto coloca frente a frente os melhores clubes brasileiros dos últimos cinco anos. Porém, um fator pode ser primordial para decretar o vencedor do primeiro troféu de 2023: a relação entre treinador e elenco. A psicanalista esportiva Amanda Ciaramicoli detalhou os benefícios da conexão.

Multicampeão pelo Palmeiras e identificado com a torcida, Abel Ferreira chegou ao alviverde paulista em novembro de 2020. Desde então, o treinador conquistou Copa Libertadores (2020 e 2021), Copa do Brasil (2020), Campeonato Paulista (2022), Campeonato Brasileiro (2022) e Recopa Sul-Americana (2022). Do outro lado do campo, seu compatriota Vitor Pereira assumiu o Flamengo em janeiro deste ano após boa passagem pelo Corinthians e ainda tem a incógnita como parceira por parte dos rubro-negros.

O trabalho longínquo de Abel contrasta com o início de ciclo de Vitor. Desta forma, Amanda Ciaramicoli, treinadora mental de atletas com formação em psicanálise, elenca os pontos que os técnicos de Palmeiras e Flamengo podem utilizar para seus jogadores imporem as táticas usadas em seus treinamentos. O trato entre treinador-elenco, aliado à atividade mental, é fundamental para uma melhor compreensão no vestiário, e posteriormente, em campo para conseguir bons resultados.

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Relação treinador-elenco

Amanda explicou que o mental tem uma enorme importância nas decisões dos jogadores. “Como sabemos, em jogos importantes a mente tem um papel fundamental nos atletas, pois, com a mente bem treinada, é possível diminuir a ansiedade e ter serenidade nas ações”. A relação entre treinador e seu elenco é citada como um trunfo. “Isso também é possível acontecer quando um treinador conhece seus atletas para além das máscaras (todos nós a carregamos) e isso é possível com o tempo”, disse.

A confiança de um atleta em seu treinador simplifica o entendimento da tática. “Já para os atletas, estarem com um treinador que já “conhecem” facilita, pois já sabem exatamente qual o tipo de trabalho e os tipos de cobranças”, falou. O entrosamento entre comando e comandados resulta em ações seguras dos jogadores. “Isso traz uma certa segurança emocional e em consequência não há dúvidas de que, além de mais tranquilidade, também traz mais motivação”, completou.

Amanda detalhou como o trabalho do treinador vai além do futebol. “A relação entre o treinador e os atletas é algo complexo, envolve muito mais do que apenas o contexto esportivo, mas também envolve o contexto social, emocional e pessoal”. A psicanalista destacou a influência do técnico. “Muitas pessoas acreditam que a única tarefa de um treinador é melhorar as habilidades físicas, técnicas e táticas de seus jogadores. Realmente, essa é uma de suas funções, mas, além disso, precisa liderar antes de mais nada o ser humano”, salientou.

Ciaramicoli ainda destrinchou como os jogadores enxergam seus treinadores e suas ações à frente do comando técnico do clube. “Os atletas, de uma forma geral, preferem treinadores com visão mais ampla sobre o time, não apenas em ganhar partidas, mas também preocupados com o bem-estar de seus atletas, dando feedback positivo e incluindo-os em decisões em relação à equipe”, atestou.

Elo Abel Ferreira e Palmeiras x Vitor Pereira e Flamengo

Os ruídos entre Abel Ferreira e diretoria palmeirense é um fator preocupante. “Todo momento de crise gera certa insegurança e com os atletas isso não é diferente. Quando se trata de atletas, toda a insegurança pode afetar a performance”. A psicanalista esmiuçou as interferências. “Pode ser que o relacionamento com a diretoria estremecido influencie no comprometimento dos atletas com o clube, seja no afetivo (questão emocional que o atleta tem com o clube) ou no de continuidade (querer permanecer no clube)”, elucidou.

No lado rubro-negro, o início de trabalho de Vitor Pereira requer amparo. “É importante criar um ambiente seguro, já que qualquer tipo de ameaça gera defesa ao invés de motivação. Não ignorar a existência dos problemas e ter clareza é importante”, frisou. A psicanalista enfatizou que o técnico necessita de conhecer seus jogadores. “O treinador precisa ter técnicas e ferramentas à disposição para identificar o perfil comportamental de cada atleta e assim trabalhar com esses pontos para integrar e se aproximar de cada um, além de usar os influenciadores da equipe para lhe auxiliar com alguns pontos”, finalizou.

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