Por João Marcelo Pepi
O confronto entre Aruc/Fúrias e Cresspom no último sábado (13/11) contou com uma goleada das Tigresas do Cerrado por 12 a 0 e recolocou a equipe na segunda posição. Além das inúmeras quantidades de gols, outro fato ficou marcou a partida, mas de forma negativa: a jogadora Thamires Nascimento da Conceição, a Buga, alega ter sofrido injúria racial durante o segundo tempo. E nesta terça-feira (16/11), três dias após a partida, a súmula foi divulgada no site da Federação de Futebol do Distrito Federal (FFDF) e o ocorrido foi relatado pelo árbitro.
No último sábado (13/11), o Distrito do Esporte conversou com exclusividade com a lateral do Cresspom, Buga. A atleta informou à equipe de reportagem todo o ocorrido e repudiou a atitude do suposto agressor, identificado pela TV Cresspom como Dimas da Silva Bezerra Dutra. Nesta terça-feira (16/11), a súmula foi publicada no site da FFDF e o fato foi relatado nas observações eventuais pelo árbitro do confronto, Leandro Almeida Damas de Oliveira.
Relembre o caso
Durante o segundo tempo, mais precisamente aos 24 minutos, três jogadoras do Cresspom, as zagueiras Camila e Bruna Amarante e a goleira Mika, informaram ao árbitro Leandro que um homem proferia xingamentos à lateral Buga. Segundo as atletas, o senhor chamou a lateral do Cresspom de “cabelo de fuá”. Imediatamente o confronto foi paralisado e o árbitro chamo as capitãs das equipes. Após uma breve reunião, o caso foi levado para o delegado da partida, o Sr. José Roberto de Souza Gonçalves.
O delegado e o árbitro foram ao suposto agressor, que prontamente se identificou como Dimas da Silva Bezerra Dutra, e pediram que este se retirasse do ambiente. Após a resolução parcial do caso, o confronto, que contabilizava 8 a 0 para o Cresspom, foi reiniciado e as Tigresas do Cerrado marcaram mais quatro vezes, fechando a goleada em 12 a 0, reassumindo a vice-liderança do Candangão Feminino. Já o Aruc/Fúrias deu adeus a competição e apenas cumprirá tabela na última rodada.
Veja, na íntegra, o fato relatado pelo árbitro Leandro Almeida Damas de Oliveira:
“Aos 24 minutos do 2º tempo, com a bola fora de jogo após a marcação de uma falta a favor da equipe CRESSPOM dentro de sua área penal, a jogadora nº 32, Idenir Camila da Silva Oliveira dos Santos, e a jogadora nº 1, Michelle Felix de Souza, quando posicionavam a bola para reiniciar o jogo, interpelaram o árbitro da partida alegando que um indivíduo do sexo masculino, posicionado atrás do gol da equipe CRESSPOM, teria praticado injúria racial em desfavor da jogadora nº 2, THAMIRES NASCIMENTO DA CONCEIÇÃO, proferindo a expressão “cabelo de bucha” e “cabelo de fuá”. Sua companheira de equipe de nº 43, Bruna Amarante da Silva, informou que também ouviu a ofensa racial. Neste instante, não permiti o reinício do jogo, comuniquei às capitãs das equipes sobre o ocorrido e sobre a necessidade de identificação do suposto ofensor. Informei ainda ao delegado da partida, Sr. José Roberto de Souza Gonçalves, sobre a situação. Me dirigi, juntamente com o delegado da partida, ao espaço onde se encontrava o suposto agressor. Ao ser questionado sua identidade, este indivíduo, que trajava camisa branca e bermuda preta, se identificou como DIMAS DA SILVA SILVA BEZERRA DUTRA, porém não apresentou qualquer documento de identificação. Ao ser interpelado sobre a gravidade da acusação, o Sr. Dimas disse que sairia do local imediatamente. Ato contínuo, o Sr. Dimas se deslocou ao estacionamento interno do clube e saiu do local conduzindo o veículo NISSAN/FRONTIER cor preta placa PRM-5210. A partida ficou paralisada por 4 (quatro) minutos. Após a saída do Sr. Dimas, a partida transcorreu normalmente. Até o fechamento da súmula, não houve nenhuma informação por parte da equipe CRESSPOM sobre eventual registro de ocorrência policial, porém a Sra Thamires informou que iria à delegacia registrar um boletim de ocorrência.”
