Por Bruno H. de Moura
Você viu no Distrito do Esporte nas últimas semanas que as negociações entre o Banco Regional de Brasília e a Federação de Futebol do Distrito Federal para patrocínio do Candangão 2022 estão bastante adiantadas.
Na verdade, as partes já acertaram as arestas, a FFDF tem toda a papelada necessária para firmar o contrato, o BRB já separou o dinheiro e os clubes concordaram com os termos. O que está, então, faltando para a assinatura do acordo entre as partes?
Segundo apurou o Distrito do Esporte e também foi publicado na tarde de ontem (23/12) pelo jornalista Marcos Paulo Lima do Correio Braziliense no blog Drible de Corpo, as partes estão aguardando manifestação do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios acerca da segurança na feitura de um acordo de patrocínio entre BRB e FFDF.
Isso porque, na década passada, mais precisamente em 2007, o MPDFT recomendou ao banco público que não mais repassasse dinheiro para a entidade organizadora do futebol em Brasília. À época, o presidente Fábio Simão estava envolvo no escândalo da Caixa de Pandora e uma das suspeitas recaia sob sua presidência na entidade esportiva. Ele chegou a ser condenado por improbidade administrativa.
O MPDFT apontou que Simão agiu irregularmente na gestão de dinheiro público repassado à FFDF. Em 2017 o Tribunal de Contas do DF foi condenado a devolver R$ 379,7 mil reais ao erário.
Agora, na hora de assinar o contrato entre os interesses, o documento voltou à tona. Porém, pelo passar de tantos anos, mais de 14, e pela mudança no comando da FFDF e na maneira de condução da entidade, a recomendação pode ser revista.
Conforme apurado pelo DDE, o presidente da FFDF Daniel Vasconcelos, os advogados da Federação e Procuradores do MPDFT se reuniram para tratar da questão. Nesse encontro Daniel apresentou a atual situação regular da entidade sob seu comando, que o quadro que fez o MPDFT em 2007 recomendar a não feitura de acordos do BRB com o futebol de Brasília não mais existe e que há responsabilidade fiscal, contábil e financeira da entidade.
Segundo fontes desse site, a recepção do MP foi boa. Os advogados da FFDF fizeram uma consulta formal ao MPDFT acerca da revogação ou mudança de entendimento da recomendação de 2007 e o Procurador consultado se comprometeu a avaliar a situação e dar uma resposta logo após o retorno às atividades do MP. Há recesso coletivo no órgão até dia 06/01/2022.
A expectativa de envolvidos é que assim que o MPDFT responder a consulta dando sinal verde à FFDF e ao BRB o acordo entre as partes, que prevê investimento de R$ 3,1 milhões de reais somente para o Candangão 2022, o contrato seja assinado, em torno de 2 semanas antes do pontapé inicial da, quem sabe, milionário competição.