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quinta-feira, 21 de novembro de 2024

Sala de Imprensa #5 – Paranoá fica no Paranoá. Mas, gritaria banca futebol?

Profissional que se preza pensa com o cérebro, não com o coração. Ás vezes, analisa com o estômago, mas muito mais pela necessidade. A sapiência fica em segundo plano.

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*O texto se trata de um artigo de opinião e, portanto, é de inteira responsabilidade de seu autor. As opiniões nele emitidas não estão relacionadas, necessariamente, ao ponto de vista do Distrito do Esporte.

Por Bruno H. de Moura

Mal passou-se uma semana e a diretoria do Paranoá voltou atrás e não mais vai levar o CNPJ e a vaga na primeira divisão do Candangão 2020 para Paracatu.

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Após forte pressão da comunidade paranoense, o atual presidente do clube, e responsável direto pela subida de divisão da equipe, Ryvo Matias, deu para trás.

O amarelo com azul da cobra Sucuri não vai deslocar-se 243 kms e fica no Distrito Federal. Paracatu, a priori, permanece sem clube em qualquer divisão de qualquer campeonato brasileiro.

A grita foi imensa. Torcedores antigos, ex-diretores, personalidades do Paranoá, até deputado distrital e a torcida organizada do Brasiliense, Facção, deram pitaco contra a mudança.

Já os jogadores do clube, ao que se viu, torciam pela troca de cidade e de ares. Qual era a principal reclamação? Falta de apoio da comunidade na segunda divisão desse ano, tendo o elenco passado por poucas e boas sem uma estrutura minimamente decente.

Em outra medida, o Paracatu, cidade que como Formosa e Luziânia leva bom público ao estádio e valoriza o futebol profissional, fica, num primeiro momento, sem equipe. A prefeitura, parte relevante do empresariado, e os torcedores da cidade produtora de laticínios já possuíam verba pública reservado para o torneio. Agora, perdem a chance que restou com a saída do agora Unaí de volta para sua terra, a lá programa do Gugu.

Mas, afinal, o Paranoá terá condições de fazer uma campanha minimamente decente?

Paremos de falsos discursos. O que banca o futebol profissional em qualquer lugar do Brasil é a possibilidade de se investir em estrutura, salários, insumos. Por que o Real F.C e o Capital F.C, com tão pouco tempo de existência e muito, mas muito menos tradição que decenários clubes locais, vem tendo melhores resultados em torneios e captando torcida e bons jogadores?

A conta é simples: ninguém quer trabalhar em ambiente insalubre e para não receber. Lembram-se do Bolamense?!

O atleta profissional, especialmente o iniciante, ainda suporta condições precárias em troca de maximizar sua chances de realizar aquele tradicional sonho de ser visto por algum olheiro de clube médio e grande e ir embora.

Mas entre iguais, porque vou escolher o pior? Qual a razão de preferir ficar no Paranoá sob o sol escaldante das 15h, sem água gelada, sem transporte decente, sem um CT, uma nutrição adequada e, muitas vezes, sem salários, meramente porque foi lá que o time esteve lotado nos últimos anos?

Profissional que se preza pensa com o cérebro, não com o coração. Ás vezes, analisa com o estômago, mas muito mais pela necessidade. A sapiência fica em segundo plano.

Pessoalmente, não vejo razão, motivo ou circunstância para o Paranoá, uma equipe identificada com a cidade, com história naquela região, que leva o nome da R.A em sua marca, ir para Paracatu do nada. Mas não se pode viver de papo e gritaria.

Os atletas não mentiram. Quem acompanha esporte do DF sabe como as coisas funcionam e, também, que muitas vezes não é má vontade de treinador, jogador, diretor ou presidente. Futebol é caro. Repito: Futebol é caro.

Ao torcedor do Paranoá, do Luziânia, do Ceilândia, do Formosa ou de qualquer clube que advenha de um lugar que não da benesse de um mecenas milionário, a lá Brasiliense e Real F.C, entenda bem: futebol é um negócio. Se você não ajudar seu clube, seu time, seu amor, ou ele vai fechar, ou ele vai amargurar derrotas atrás de derrotas, ou ele vai embora. Especialmente você empresário local, que tem mais condições que o amigo funcionário com carteira, quando muito, assinada.

É assim com qualquer empresa. E se tem um caminho que o futebol de Brasília pegou e não tem volta é a transformação de clubes em empresa. Isso, lhes garanto.

 

Bruno Henrique de Moura é jornalista e estudante de direito. No esporte candango tem passagens pelas rádios Esportes Brasília, Lance FM, Nova Aliança, Nossa Brasil FM, Ativa FM entre outras. É Diretor e Repórter Especial do Distrito do Esporte.

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1 COMENTÁRIO

  1. Interessante que o presidente do Clube, abre a boca para falar que não deve ninguém, falou isso varias vezes no grupo da torcida. Como fica aqueles que foram lá apoiar o time do Paranoá para subir? sobre torcida do Paracatu, só apoia quando está bem, se for ver ano passado contra nós colocaram 92 pessoas contra o Paranoá, sendo que desses 92, 22 eram do Paranoá, em jogo de quarta de final esse ano e ano passado colocaram menos de 500 pessoas, vieram colocar muitas pessoas na semi esse ano contra o Brasiliense, mais até a torcida do Paranoá faria o mesmo, quem conhece bem o time e a sua torcida sabe disso. Paranoá ficou 10 anos sem jogar no JK, volto esse ano com pouca divulgação, está voltando agora para sua cidade, pouco sabem que o time estava vivo ainda. Ja tem dinheiro para reformar da sua casa. Se o Paracatu quer disputar o nosso campeonato, que pague a taxa da federação e dispute a segunda e venha para primeira. Primeiro que esses times de fora nem era para está disputando nosso campeonato, por que tem dinheiro da prefeitura para bancar, ae fica facil. Sobre acabar com o PEC, se não tem dinheiro para bancar, vende o time para quem vai continuar com o time na cidade e pega a grana e monta em outro lugar. Conheço algumas pessoas que tem interesse no time, que tem dinheiro para chegar chegando. ME para os jogadores que estava reclamando e só ir atrás de outro clube. abraço

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