O Gama SAF publicou na noite desta sexta-feira (23/9), em seu site oficial, o relatório anual de gestão referente ao exercício 2021. O documento com 38 páginas mostra as demonstrações financeiras auditadas e as palavras do diretor da SAF, Leonardo Scheinkman. Entre os itens citados no comprovativo, estão a criação da SAF, o foco em trazer receita para o clube, as dificuldades em período pandêmico, sócio-torcedor e perspectivas futuras para o alviverde candango.
O documento inicia com o diretor Leonardo Scheinkman direcionando suas palavras para seus acionistas. O mandatário alviverde cita credibilidade, solidez e profissionalismo para dimensionar o Gama SAF. Leonardo reconhece os resultados esportivos abaixo do esperado e menciona a baixa credibilidade da equipe no mercado como fator primordial para as contratações de jogadores. Scheinkman ainda aponta a pandemia do Covid-19 como outra condição prejudicial e finaliza dizendo que a missão do clube é vencer sempre.
Criação da SAF e obtenção de receita
O relatório detalha o convite à Sociedade Esportiva do Gama à transformação para SAF logo após a publicação da Lei 14.193 de 6 de agosto de 2021, que institui a Sociedade Anônima do Futebol. Segundo o documento, uma carta com assinatura de todos os poderes do clube candango foi enviada para abrir a SAF. Após os trâmites burocráticos, a SAF foi aberta. Porém, apenas em 29 de dezembro de 2021, o que impossibilitou a preparação para o Candangão 2022.
Quanto à arrecadação de receitas para o clube, o documento cita quatro pontos: Utility Token, patrocínios, bilheteria e sócio-torcedor. O primeiro é citado como um projeto de iniciação. O $Gamao, nomenclatura dada ao utility token, foi instituído em 3 de janeiro de 2022 e de acordo com o Gama SAF, seu lançamento foi um sucesso. A intenção da diretoria era angariar investidores e melhorar a “situação caótica e sem receita”, como detalha o relatório.
Os patrocínios são citados como outra fonte de recolhimento financeiro. O banco BRB, primeiro a ser lembrado, é pontuado como o maior patrocinador de esportes do Governo do Distrito Federal. Os valores não foram os esperados, mas a retomada da parceira é esperada como bons frutos futuros. Outras quatro empresas fornecedoras de material esportivo e suporte hospitalar, além de uma casa de aposta, foram recordadas pela declaração.
Referente à bilheteria, o documento descreve a saída do contrato com a empresa vigente e a dificuldade imposta pela entidade na liberação, mas com êxito. O relatório cita uma procura por um novo parceiro. O sócio-torcedor é referenciado como “muito pouco para o que o Gama representa”. Citam-se apenas 111 torcedores adimplentes e que um novo parceiro está sendo buscado para um programa à altura do clube alviverde.
Problemas internos e perspectivas futuras
A adversidade para abrir a conta do Gama SAF em um banco foi indicada como um dos problemas na temporada. O entrave resultou em não captação do recurso financeiro junto à Caixa Econômica Federal em relação à Timemania. Os problemas internos, não explicitados pelo documento, entre Sociedade Esportiva do Gama e Gama SAF resultaram na desistência de investidores. Segundo o relatório, após duas semanas de incógnitas e queda da produtividade da equipe, o problema foi contornado e Weber Magalhães, presidente da SEG, foi afastado.
Atinente às perspectivas futuras, o Gama SAF apresenta a criação da metodologia de treinamento da base, parceria com um clube estrangeiro, renovação dos patrocinadores, busca por novos recursos monetários e a volta ao estádio Bezerrão. Assim, o clube acredita que terá uma transição positiva e afirma que “os gamenses merecem o regresso das alegrias”.
Demonstrações financeiras
Os números divulgados pelo Gama SAF apresentam despesas de R$ 463.150,27. Entre os valores, estão custas com despesas administrativas oriundas de alimentação, constituição da SAF, lavanderia, viagens, aplicativos de transporte e pagamento diversos na quantia de R$ 123.415,40. O restante dos R$ 339.734,87 é descrito como outras despesas operacionais.
O balancete do relatório anual de gestão é descrito com o montante de R$ 11.200.000,00 em seu ativo circulante. A cifra de R$ 463.150,27 é detalhada em seu passivo da empresa Green White Investiments LLC, onde Leonardo Scheiknman é proprietário. Assim, o patrimônio líquido totaliza R$ 10.736.849,73.