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quinta-feira, 21 de novembro de 2024

Pensando Alto com Teló #6 – Copa “Ilusões” América

Neste sexto artigo de Mateus Teófilo, o jornalista discorre sobre o atual momento da seleção brasileira masculina de futebol e como a Copa América serve de parâmetro

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Por Mateus Teófilo

O texto a seguir se trata de um artigo de opinião e, portanto, é de inteira responsabilidade de seu autor. As opiniões nele emitidas não estão relacionadas, necessariamente, ao ponto de vista do Distrito do Esporte.

Maurício “Shogun” Rua, Anderson “Spider” Silva, Quinton “Rampage” Jackson, Júnior Cigano dos Santos. No mundo das lutas, é quase uma tradição adicionar um apelido no meio do nome na hora de criar um pseudônimo. É como se o lutador tentasse, já pelo nome, se impor ao adversário, ameaçá-lo. No mundo do futebol não tem isso. Mas o Brasil tem, atualmente, um adversário que ameaça, apesar de não se impor tanto. Não, não é a Argentina. Também não é o Uruguai. E nem o Chile, Colômbia e nenhuma outra seleção. É o próprio torneio.

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Se coubesse a mim escolher o apelido presente no pseudônimo desse oponente, não pensaria nem duas vezes antes de responder: ilusões. Copa “Ilusões” América. O adversário que o Brasil precisa nocautear se quiser reconquistar a confiança de sua torcida. Só que até agora, parece estar se deixando levar pela ginga do rival.

“O melhor jogo de Tite no comando da seleção”. “8 gols marcados e nenhum sofrido”. “Agora, sim, é o Brasil!”. Foram apenas algumas das frases que ouvi, tanto de torcedores quanto de comentaristas, sobre o desempenho do Brasil até aqui. Mas a pergunta é: estamos realmente com essa bola toda, ou só estamos aproveitando a enorme fragilidade dos adversários pra “chutar cachorro morto”?

Bolívia, Peru e Venezuela. A Bolívia foi simplesmente o saco de pancadas do grupo A. O Peru nunca teve expressão nenhuma no mundo do futebol, assim como a Venezuela. O Brasil passou fácil pelos dois primeiros, e ainda conseguiu o feito tropeçar contra o último. Vencer 2 de 3 jogos é ruim? Não mesmo. É bom? Longe disso. Pra quem pensa em Copa do Mundo, esse desempenho em Copa América é no máximo razoável. E é aí que entra o torneio como grande oponente, e as ilusões como grande imposição à seleção brasileira: é preciso manter os pés no chão.

No início de Tite no comando, estávamos nas eliminatórias. Enfrentando esses mesmos adversários. Show atrás de show. Passeio atrás de passeio. E de repente éramos, novamente, “o país do futebol”.

Até que veio a Copa do Mundo

E o que ela nos mostrou? Que no papel somos fortes. Contra os pequenos, somos gigantes. Mas, contras os grandes? Parece que não somos quem pensamos ser. Somos, numa comparação meio tosca, o PSG das seleções: acostumados com o fraco campeonato local, enchemos a bola. E na hora de entrar na competição que realmente vale, a bola murcha.

E agora o filme vai se repetindo. E aqui vamos nós, mais uma vez. “Agora sim, é o Brasil”. É, de fato, uma Copa “Ilusões” América. Saindo dela, cheio de falsa pompa, virão os amistosos “preparatórios”. Provavelmente contra Azerbaijão, Haiti, e outras “poderosas” seleções que têm tanta chance de ir para a Copa do Mundo quanto eu de ir pra lua. E então chegaremos em 2022.

E o filme se repetirá. E todos os problemas terão começado aqui, em nosso próprio território. Por termos acreditado que, passando por Peru, Bolívia e cia, tínhamos “voltado a ser Brasil”.

Por termos ido à lona, sem nem ao menos perceber, nocauteado pela Copa “Ilusões” América.

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