26.5 C
Brasília
terça-feira, 3 de dezembro de 2024

Paulo Roberto explica saída do Brasiliense: “No meu trabalho, mando eu”

Em entrevista ao portal Futebol Interior, o ex-comandante do Jacaré contou os bastidores da conturbada saída do comando técnico do clube. Luiz Estevão, presidente do Brasiliense, também contou a própria versão do ocorrido

- Continua após a publicidade -

Quase uma semana após a conturbada saída de Paulo Roberto Santos do comando técnico do Brasiliense, o treinador enfim, deu a versão da própria história. Durante o intervalo da partida contra o Real Brasília, pela Série D, toda a comissão técnica do clube foi desligada do cargo ainda nos vestiários. Na última sexta-feira (17), em entrevista ao portal Futebol Interior, o ex-comandante do Jacaré explicou todo o imbróglio.

Segundo Paulo Roberto, após o empate em 0 a 0 durante a etapa inicial, o treinador promoveria duas mudanças táticas na equipe, mas foi interrompido pelo presidente do clube, Luiz Estevão, enquanto passava as instruções: “Reuni os jogadores para a palestra já fazendo duas substituições, com a entrada do Nenê Bonilha e do Joãozinho. Aí entra o presidente no meio da minha palestra querendo tomar a frente como se ele fosse o treinador. Foi aí que deu o problema. Ele queria que eu ouvisse o que ele tinha para falar sobre jogo, sob parte tática. Eu não ouvi e não deixei ele falar”, relatou.

Então, a confusão teria começado. Após não dar bola às opiniões do presidente, ambos iniciaram a briga em frente aos atletas do Brasiliense. “Houve uma discussão muito acalorada, realmente muito acalorada. Então eu peguei minhas coisas, chamei a comissão técnica e fui embora para hotel. Foi o que aconteceu, não aconteceu nada mais, nada menos que isso. Ele é o dono do clube , mas não é dono do meu trabalho, ele manda no clube, mas não manda no meu trabalho”, desabafou o treinador.

- Continua após a publicidade -

Ainda de acordo com Paulo Roberto, a interferência de Luiz Estevão perante aos treinadores do Brasiliense perduram à tempos. “O problema é que muitos aceitam essa interferência, outros não e eu não aceito. Ele manda no clube, mas no meu trabalho mando eu. Se não está satisfeito, me chama depois do jogo e me demite, é simples. Agora me interpelar na frente de um grupo onde o comandante sou eu, isso eu não admito.Então o motivo de tudo isso foi a ingerência dele que é uma prática comum dele dentro do clube. É só buscar com os profissionais que por lá passaram”, completou.

Versão de Luiz Estevão

Em partes, as versões de Luiz Estevão e Paulo Roberto Santos chegam à coincidir. Em entrevista ao Globo Esporte, o presidente confirma a entrada no vestiário e as indagações feitas ao treinador: “Quando cheguei no intervalo no vestiário, falei: ‘Paulo Roberto, o time está muito mal. Esse time do Real não ganhou de ninguém até agora e nós estamos sendo dominados’. Ele se aborreceu, disse que o time era dele, que estava fazendo o possível, que não podia ser responsabilizado se os jogadores não estavam jogando. Enfim, aí ele deu as instruções. E eu cobrei as instruções que ele deu, porque foram completamente desconectadas com a realidade”, explicou o mandatário.

O ex-senador da república ainda afirmou a felicidade dos jogadores após a saída de Paulo Roberto do cargo. “Qualquer um que estava no estádio notou a diferença no jogo (após o início do segundo tempo). O ânimo dos jogadores mudou completamente. Eles voltaram ao segundo tempo com muita garra e ganharam a partida. Uma vitória comemorada, pois nos dois primeiros jogos o time já não ia bem. Quando o jogo acabou, os jogadores comemoraram a saída de Paulo Roberto. Sinal de que algo não ia bem mesmo”, enfatizou Estevão.
Jorge Oliva, médico do clube à mais de cinco anos, era o único membro da comissão técnica registrado na súmula – o restante foi desligada do cargo tal qual Paulo Roberto Santos – e teve de assumir a beira de campo durante o restante da partida. E funcionou: auxiliado por meio de um rádio que ligava Reinaldo Gueldini (treinador do Brasiliense em 2023 e membro fixo da comissão técnica) e Luiz Estevão, o Jacaré marcou dois gols na etapa final e somou três pontos na tabela da Série D.
Luiz Estevão e Reinaldo Gueldini, da Tribuna de honra, comandam o Brasiliense por um rádio para Jorge Bolivar – foto: Mateus Dutra I Distrito do Esporte

Brasiliense já tem substituto no comando técnico

Depois da inusitada demissão de Paulo Roberto, o Brasiliense agiu rápido para repor a saída. Depois de quase quatro anos no comando do Anápolis, Luiz Carlos Winck deixou a equipe goiana para assumir o Jacaré. Como técnico, Winck soma passagens por Caxias-RS, Juventude-RS, Criciúma-RS, São José-RS, Sampaio Correa-MA e outras equipes tradicionais do cenário nacional. Ainda quando era jogador, o ex-lateral-direito se tornou ídolo do Vasco da Gama e do Internacional de Porto Alegre e conquistou duas medalhas de pratas em olímpiadas pela Seleção Brasileira.

Luis Carlos Winck já comanda o Brasiliense nos treinos e estreia pelo clube neste domingo (19), diante do Mixto.

Nos últimos três anos e meio, Luiz esteve à frente do Anápolis de forma contínua. Tamanha continuidade transformou Winck o treinador com mais partidas à frente do ‘Galo da Comarca’, com 86 jogos à beira do campo. Neste ano, os números foram de oito vitórias, quatro empates e sete derrotas em 19 confrontos. Em 2023, o comandante foi eleito o melhor técnico do Campeonato Goiano, quando alcançou as semifinais do torneio. Na mesma temporada, comandou a equipe anapolina até as oitavas de final da Série D, sendo eliminado pela Ferroviária, vice-campeã do torneio.

Luiz Carlos Winck fará sua primeira partida à beira do campo do Brasiliense já neste domingo (18). Dentro de casa, no Estádio Serejão, o Jacaré busca a segunda vitória consecutiva para se firmar na liderança do Grupo 5 da Série D do Brasileirão. O adversário da vez será o Mixto, equipe do Mato Grosso.

- Publicidade -

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Leave the field below empty!

Mais do DDE

P