Por Jéssika Lineker
O Brasiliense não tem muito com o que se preocupar quando se trata de decisões por pênaltis. Nas últimas partidas decididas da marca da cal, o goleiro Edmar Sucuri, de 2,02m, acumulou um histórico admirável que virou sinônimo de garantia no Jacaré. O último feito do camisa um no quesito foi a classificação da equipe amarela para a terceira fase da Copa do Brasil, após pegar dois pênaltis no jogo contra o Globo.
No Brasiliense desde 2017, Sucuri foi provado em nove decisões com tiros da marca de 11 metros. Em seis delas, conseguir ajudar na vitória do Jacaré. Em outras três, acabou saindo de campo derrotado. O desempenho pessoal sob as traves, porém, impressiona. Nas sequências vestindo amarelo, o camisa um teve 44 pênaltis cobrados contra ele e pegou 12 delas, uma aproveitamento de 27,7%.
Na sequência, Sucuri não pegou pênaltis apenas na eliminação da Série D do Campeonato Brasileiro de 2018 contra o Campinense. Todas as outras tiveram pelo menos uma defesa do goleiro. Nas últimas três decisões da marca da cal, o goleiro – que ostenta bom desempenho em cobranças no tempo normal – pegou duas cobranças e clareou os caminhos para as vitórias.
Além da envergadura, o goleiro aponta como vantagem o constante aperfeiçoamento do quesito. “Nossa equipe treina bastante cobrança de pênaltis no dia a dia e nós temos grandes batedores. Isso me ajuda e me deixa tranquilo para as eventuais disputas de penalidades”, garante. Com Sucuri no gol, o Brasiliense foi campeão da Copa Verde após uma definição com o Remo.
O desempenho acumula, ainda, classificações em fases da Copa Verde e da Copa do Brasil. O goleiro se sente grato por ajudar o Brasiliense em um momento decisivo como esse, mas vê a responsabilidade aumentar ao saber da confiança que seus companheiros depositam nele. “Procuro me manter focado e tranquilo para passar tranquilidade e para que eles possam converter suas cobranças”, afirma.
Essa foi a segunda partida do Jacaré na competição. Na primeira fase, o time candango também ficou no empate, por 2 a 2, com o Humaitá-AC, mas como tinha a vantagem da igualdade para avançar não foi preciso decidir nas penalidades.
A volta por cima e o destaque do país
Em 2017, Edmar Sucuri sofreu uma lesão no ombro e precisou passar por cirurgia, o que o afastou dos gramados pelo resto do ano. A volta por cima veio em 2019, ano em que ele se destacou no gol amarelo e se tornou um dos goleiros menos vazados do Brasil. Foram 741 minutos, ou seja, nove jogos sem tomar gols.
Outro grande ano de destaque do paredão foi em 2021, quando o Brasiliense foi decacampeão invicto do Candangão. Foram 16 jogos sem derrotas, com 15 vitórias e um empate. Ao todo, Edmar Sucuri sofreu apenas sete gols na competição e faturou o título individual de Melhor Goleiro do Candangão 2021.
Com pouco mais de cinco anos de clube, com três títulos, o goleiro é querido pela torcida amarela, com quem possui forte identificação. “Agradeço o carinho da torcida nesse momento. É sempre bom poder dar alegria para eles”, diz, evitando a coroa de ídolo ao preferir manter os pés no chão e a cabeça voltada para o trabalho em campo. “Ainda não me vejo como ídolo e acho que falta o tão sonhado acesso do Brasileiro. Mas agradeço a confiança de todos em mim”, conclui.
Sucuri em decisões de pênaltis pelo Brasiliense
Candangão 2018
Sobradinho 1 (4) x (3) 0 Brasiliense
Duas defesas em seis (2ª e 3ª)
Série D 2018
Campinense 1 (5) x (4) 0 Brasiliense
Nenhuma defesa
Copa Verde 2019
Brasiliense 0 (5) x (3) 0 Vitória
Uma defesa em quatro (4ª)
Uma defesa no tempo normal
Copa Verde 2020
Brasiliense 1 (5) x (3) 3 Vila Nova
Uma em quatro (4º)
Copa Verde 2020
Remo 2 (4) x (5) 1 Brasiliense
Um em seis (2ª)
Copa Verde 2021
Brasiliense 0 (5) x (3) 0 Rio Branco
Uma em quatro (3ª)
Copa Verde 2021
Cuiabá 0 (6) x (7) 0 Brasiliense
Duas cobranças em sete (2ª e 7ª)
Copa Verde 2021
Nova Mutum 1 (3) x (2) 0 Brasiliense
Duas cobranças defendidas em seis (1ª e 2ª)
Copa do Brasil 2022
Globo 1 (1) x (4) 1 Brasiliense
Duas cobranças defendidas em três (1º e 2º)