Por Danilo Queiroz
Na última quarta-feira (26/8), o torcedor do Brasiliense iniciou o dia feliz da vida com a vitória do time sobre o Gama por 3 a 1 na primeira partida da grande final do Campeonato Candango no Estádio Nacional Mané Garrincha. Além de quebrar um invencibilidade de 33 jogos ostentada pelo rival verde, o Jacaré conseguiu outro feito e construiu uma vantagem que jamais foi revertida em finais da competição local.
Ao todo, o cenário que traz tranquilidade ao Jacaré já aconteceu em cinco oportunidades na era profissional. A primeira foi em 1997, quando o mesmo Gama mediu forças com o Brasília na decisão e venceu o jogo de ida por 2 a 0. Na partida derradeira, os colorados não tiveram forças para reverter o prejuízo e viram a situação piorar: acabaram derrotados novamente por 2 a 0 e assistiram a taça ir para o Ninho do Periquito.
Com o equilíbrio marcando os anos seguintes, o panorama só reapareceu em 2010, com o Brasiliense encarando a dificuldade da missão. Na ocasião, o Jacaré enfrentou o Ceilândia na finalíssima e acabou perdendo o primeiro jogo pelo mesmo placar de 3 a 1 que agora ostenta. Na partida seguinte, o time amarelo empatou em 2 a 2 com o Gato Preto e amargou o vice-campeonato daquela edição.
Em 2015, o Gama se aproveitou de uma vantagem ainda maior para sair de campo campeão. Naquela temporada, o alviverde fez a final com o Brasília. Na partida de ia, os gamenses se impuseram no gramado e venceram os rivais colorados por 3 a 0. Na partida de volta, o Periquito voltou a superar o Avião, desta vez por 1 a 0, e ficou com o 11º título candango de sua história.
O Candangão seguinte voltou a testemunhar a boa vantagem construída na primeira fase ser decisiva para quem conquistou a taça. Há quatro anos, Luziânia e Ceilândia decidiram o torneio local e os goianos venceram a partida de ida pelo placar de 2 a 0. Na ocasião, o Gato Preto também não teve forças para reverter a desvantagem, foram novamente derrotados, desta vez por 1 a 0, e viram o título ir para o clube do Entorno.
No ano passado, o Brasiliense estava com o papel invertido com o alviverde. No mesmo Mané Garrincha, o Gama ganhou o primeiro clássico da decisão exatamente pelo placar de 3 a 1. Nos 90 minutos finais, o Jacaré foi para o tudo ou nada e modificou boa parte do time, mas acabou não tendo sucesso na ingrata missão. Com o empate em 2 a 2, o troféu foi para a galeria do Periquito.
Com os dois gols de frente, o time amarelo pode perder para o rival neste sábado (29/8), no estádio Bezerrão, por até um gol de diferença. Para ter a taça no tempo normal, o alviverde precisa vencer por três gols de margem. Vitória gamense por dois tentos de margem leva a decisão para os pênaltis. No ano passado, quando a vantagem estava invertida, o Jacaré não conseguiu reverter e ficou com o vice.
Vantagem grande é exceção na história local
Os números são claros: abrir dois ou mais gols de vantagem na partida de ida é uma coisa de extrema raridade na história do Campeonato Candango. Em todos os 44 anos de história, o título local foi decido com finais de 180 minutos em 21 oportunidades. Com exceção das quatro edições citadas acima, todas as demais tiveram times abrindo, no máximo, um gol de frente no primeiro jogo.
Em oito temporadas (1982, 1985, 1986, 1995, 2000, 2003, 2011 e 2017), os jogos inicias acabaram empatados. Em alguns anos, alguns clubes contavam com a vantagem de dois resultados iguais. Nas demais temporadas do Candangão, todos os times venceram os primeiros 90 minutos apenas por placares de um gol de frente, deixando a briga pelo título em aberto no jogo de volta das decisões.
Veja todas as vantagens de decisões do Candangão
2019 – Diferença de dois gols (Gama abriu e venceu)
2018 – Diferença de um gol (Brasiliense abriu, Sobradinho reverteu e venceu)
2017 – Empate (Brasiliense venceu)
2016 – Diferença de dois gols (Luziânia abriu e venceu)
2015 – Diferença de três gols (Gama abriu e venceu)
2014 – Diferença de um gol (Luziânia abriu e venceu)
2013 – Diferença de um gol (Brasiliense abriu e venceu)
2012 – Diferença de um gol (Ceilândia abriu e venceu)
2011 – Empate (Brasiliense venceu)
2010 – Diferença de dois gols (Ceilândia abriu e venceu)
2009 – Diferença de um gol (Brasiliense abriu e venceu)
2008 – Não se aplica, pois foi disputado no sistema de pontos corridos
2007 – Não se aplica, pois foi disputado no sistema de pontos corridos
2006 – Não se aplica, pois a decisão aconteceu em formato quadrangular
2005 – Não se aplica, pois a decisão aconteceu em formato quadrangular
2004 – Não se aplica, pois o Brasiliense foi campeão vencendo os dois turnos
2003 – Empate (Gama venceu)
2002 – Não se aplica, pois foi disputado no sistema de pontos corridos
2001 – Diferença de um gol (Gama abriu e venceu)
2000 – Empate (Gama venceu)
1999 – Diferença de um gol (Gama abriu e venceu)
1998 – Não se aplica, pois foi disputado no sistema de pontos corridos
1997 – Diferença de dois gols (Gama abriu e venceu)
1996 – Diferença de um gol (Guará abriu e venceu)
1995 – Empate (Gama venceu)
1994 – Não se aplica, pois o Gama venceu os dois turnos
1993 – Diferença de um gol (Taguatinga abriu e venceu)
1992 – Não se aplica, pois o Taguatinga venceu os dois turnos
1991 – Não se aplica, pois o Taguatinga venceu os dois turnos
1990 – Não se aplica, pois o Gama venceu os dois turnos
1989 – Não se aplica, pois a decisão aconteceu em formato quadrangular
1988 – Não se aplica, pois a final aconteceu em jogo único
1987 – Não se aplica, pois a decisão aconteceu em formato triangular
1986 – Empate (Sobradinho venceu)
1985 – Empate (Sobradinho venceu)
1984 – Não se aplica, pois a decisão aconteceu em formato triangular
1983 – Não se aplica, pois a decisão aconteceu em formato triangular
1982 – Empate (Guará venceu)
1981 – Não se aplica, pois a decisão aconteceu em formato triangular
1980 – Não se aplica, pois o Brasília venceu os três turnos
1979 – Não se aplica, pois a decisão aconteceu em jogo único
1978 – Não se aplica, pois a decisão aconteceu em formato quadrangular
1977 – Não se aplica, pois a decisão aconteceu em formato quadrangular
1976 – Não se aplica, pois a decisão aconteceu em formato triangular