Por João Marcelo e Lucas Espíndola
As inúmeras saídas de atletas da Sociedade Esportiva do Gama tiraram o sono dos torcedores alviverdes nos últimos dias. Ao todo, onze atletas deixaram o clube, além de Vilson Tadei e toda sua comissão técnica. Um dos maiores incômodos do grupo durante o ano são os salários atrasados, e o montante aumenta mensalmente, com o descumprimento salarial. Ao todo, são cerca de oito meses em atraso. Aliado a isso, as premiações referentes aos objetivos conquistados na Série D e a fase final do Candangão ainda não foram quitados pela diretoria gamense.
Com graves problemas financeiros, a diretoria gamense está em falta com oito meses de salários aos seus jogadores. Conforme apurado pela reportagem do Distrito do Esporte, a folha salarial do Gama chegou a girar em torno de R$ 350.000,00 (trezenta e cinquenta mil reais), isso quando o clube tinha todo o grupo campeão local à disposição. Com isso, somatório do débito dos compromissos chegaria próximo a R$ 3.000.000,00 (três milhões de reais).
Se não bastasse todo o montante salarial, as premiações, popularmente conhecida no mundo futebolístico como bicho, também não foram pagas pela direção do Gama, segundo alguns jogadores consultados. Em agosto, a diretoria prometeu a gratificação aos atletas caso o clube avançasse à final do Candangão. Com duas vitórias por 3 a 1 sobre o Formosa, o elenco alviverde cumpriu a parte do acordo, mas a diretoria não. E veio a final contra o Brasiliense, uma semana depois, e uma nova promessa foi feita.
A nova quantia prometida seria a soma da semifinal com o título conquistado. Após perder de 3 a 1 na ida, o confronto de volta deu a vitória por 2 a 0 e posteriormente, 4 a 3 na disputa de pênaltis. A vitória nas penalidades decretou o segundo título consecutivo do Gama sobre o Jacaré e o 13º da história do alviverde. Porém, assim como ocorreu na semifinal, os atletas não receberam a parte financeira acordada pela diretoria.
Valores de premiações somam mais de meio milhão
Ainda de acordo com a apuração do DDE com fontes, as premiações para a fase final do Candangão somam em torno de R$ 400.000,00 (quatrocentos mil reais). Durante o torneio nacional, cada atleta que soma minutagem em campo (titulares mais os reservas que entram no decorrer do jogo) é agraciado com R$ 1.000,00 (mil reais) e aos outros relacionados que não pisam no gramado, R$ 500,00. Porém, em partidas disputadas com o rival, Brasiliense, esse valor é dobrado.
O clube disputou 14 partidas na fase de classificação e o confronto de ida da segunda fase da quarta divisão. Tirando as duas partidas contra o Brasiliense, as premiações ultrapassam R$ 200.000,00 (duzentos mil reais). Contra o rival candango, os dois jogos somam mais de R$ 70.000,00 (setenta mil reais). Juntando as duas quantias, os “bichos” das duas competições romperiam a barreira dos R$ 660.000,00 (seiscentos e sessenta mil reais).
A extensa dívida do alviverde traz como consequência a saída de alguns dos pilares e, com isso, o enfraquecimento do plantel. Com a proximidade da segunda partida da fase eliminatória, o time de Victor Santana vive uma incógnita de quem estará vestindo o fardamento esverdeado da capital federal.
A reportagem do Distrito do Esporte entrou em contato com o Vice-Presidente Financeiro do alviverde candango, Arilson Machado, porém o mesmo não quis se pronunciar.
Parceria com a Belmonte Sports
Como noticiado pelo Distrito do Esporte, a Belmonte Sports quitou 50% de uma parcela dos oito salários atrasados da Sociedade Esportiva do Gama. Porém, com a saída de jogadores como Emerson, Calaça, Nunes, Andrei Alba e outros, a folha salarial caiu. E o valor destinado ao clube não engloba os jogadores citados.
Com isso, o valor pago pela Belmonte Sports não foi de acordo com a folha salarial citada no início do texto e sim com a atual situação (sem os atletas que não renovaram contrato). Levando em consideração todo o montante descrito nesta matéria, a quantia depositada pela empresa representa menos de 5% da dívida gamense com seus atletas.