Por Gabriel Spies e Maurício Carvalho
A paixão pelo Tricolor Gaúcho na capital da República nasce quase de maneira concomitante com a história do quadradinho. Em 1960, foi criado o Consulado do Grêmio em Brasília. Júlio César de Rose foi o primeiro Cônsul do Grêmio na capital federal. O órgão é, de fato, a representação oficial do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense no âmbito do Distrito Federal.
Para organizar a paixão candanga pelo Tricolor, está reservada aos Cônsules e Consulesas a função de criação e planejamento de ações, coordenação de eventos, indicação de novos sócios e a representação do presidente do Grêmio no território do DF.
Ponto de encontro tricolor
Atualmente, a torcida gremista de Brasília se reúne na Choparia Sudoeste, localizada no Sudoeste. O local foi idealizado pelo atual Cônsul do Grêmio em Brasília, Giscard Stephanou Silva. Desde 2017, Giscard é oficialmente o Cônsul tricolor na capital. Antes, já havia sido Cônsul-adjunto do Grêmio em Brasília de 2007 a 2014.
“Por sinal, desde que assumi como Cônsul em Brasília, em 2017, o Consulado se reúne no Sudoeste, tanto é que sempre dizemos que o Sudoeste foi “copado”! Nos jogos finais da Libertadores de 2017, sempre tínhamos cerca de 300 gremistas presentes aos jogos na nossa sede,” conta Giscard.
Além desses encontros para acompanhar jogos do Grêmio pela TV, o Consulado também organiza caravanas de ônibus para Goiânia e outras regiões quando o Imortal Tricolor tem jogos marcados nessas localidades.
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Relação do Grêmio com os gramados do DF
Em 10 de junho de 2021, a camisa tricolor azul, preta e branca desfilou pela última vez em solo candango. O empate em 0x0 com o Brasiliense, pela Copa do Brasil, marcou o 17° jogo do Imortal Tricolor no Distrito Federal. Entretanto, aquele confronto no estádio Serejão, em Taguatinga, não contou com a presença de torcedores, devido ainda, às restrições em relação à pandemia da Covid-19.
A última partida com a presença de torcedores do Grêmio na “cancha” no Distrito Federal, foi um confronto contra o Flamengo, pela extinta Primeira Liga, em 2017. O Grêmio, de Renato Portaluppi, à época, que havia sido campeão da Copa do Brasil meses antes, veio com um time reserva e perdeu para os rubro-negros por 2 a 0.
Para Giscard, um jogo em especial, realizado em solo brasiliense, reluz em sua memória. Trata-se de um confronto realizado no dia 24/08/2013 pelo Campeonato Brasileiro, para variar, contra o Flamengo.
Na ocasião, o Grêmio escalado com Dida; Werley, Rhodolfo e Bressan; Pará, Souza, Riveros, Ramiro e Alex Telles; Kléber e Barcos, venceu o Flamengo comandado por Mano Menezes por 1 a 0. Gol de Pará, de falta.
“Lembro, inclusive, de termos visitado o hotel do Grêmio e conversado com o Renato e jogadores no dia anterior à partida,” afirma o atual Cônsul do Grêmio em Brasília. Naquele dia, 20.580 pessoas estiveram no recém inaugurado Estádio Nacional de Brasília – Mané Garrincha, e para os gremistas mais fanáticos, havia mais torcedores do Grêmio do que do Flamengo naquele jogo.
Torcida gremista em Brasília é “nacional”
Em Brasília, existem pelo menos 15 mil gaúchos que compõem a torcida gremista, segundo pesquisas realizadas por vários institutos. Além disso, são 400 sócios ativos do Grêmio FBPA que moram na capital. Porém, não são só os gaúchos que torcem pelas três cores.
“Uma particularidade de Brasília é que temos torcedores do Grêmio nascidos em todos os estados da Federação, justamente por Brasília ser uma cidade que recebeu e recebe pessoas de todo o Brasil que vieram fazer a vida na capital federal, desde a época da sua fundação, em 1960,” relata Giscard, que ainda complementa: “Um bom exemplo dessa particularidade é a minha atual equipe do Consulado. Eu nascido em Porto Alegre, e temos adjuntos que nasceram no interior do Rio Grande do Sul, no interior de Santa Catarina e também no Maranhão. Brasília é Grêmio! O Brasil é Grêmio!”, finaliza.
O Consulado do Grêmio em Brasília conta ainda com grupos de WhatsApp, que segundo os organizadores contam com gremistas de todas as regiões do Brasil que moram no Distrito Federal.
