O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) realizou uma recomendação expedida nesta terça-feira (4/2) a Sandro Torres Avelar, secretário de Segurança Pública do DF, para a adoção de medidas restritivas em relação à presença de público nos jogos entre Brasiliense e Ceilândia. Segundo a sugestão do órgão, os próximos dois confrontos entre as equipes (no mínimo) devem ser realizados com apenas uma única torcida possibilitada de assistir ao espetáculo.
A medida divulgada pelo Ministério foi uma clara resposta ao ato cometido por parte das duas torcidas nas últimas partidas, especialmente ao confronto entre organizadas no último duelo, no último sábado (2/2). Após a confusão, foi realizada uma reunião entre a Secretaria de Segurança Pública do DF (SSP-DF), a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), o MPDFT e os representantes de ambas as torcidas organizadas. O encontro tinha a finalidade de as partes encontrarem uma resolução para os recentes problemas.
Eduardo Sabo, procurador Distrital dos Direitos do Cidadão (PDDC), lembra que é um dever de toda a sociedade assegurar a paz nos estádios. “Essa medida visa proporcionar um ambiente seguro e controlado durante os jogos entre Brasiliense e Ceilândia, buscando prevenir incidentes de violência que possam colocar em risco a integridade física dos torcedores e demais envolvidos nas partidas”, frisou.
O documento também é assinado por representantes das Promotorias de Justiça Especiais Criminais, das Promotorias de Justiça Regionais de Defesa dos Direitos Difusos, da Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor e da Promotoria de Justiça de Ceilândia. A Polícia Militar do Distrito Federal emitiu uma nota sobre sua atuação diante do evento. Leia o posicionamento na íntegra:
– A Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) atuou de forma estratégica para conter um princípio de confronto entre torcedores ao final da partida entre Brasiliense e Ceilândia, realizada no último domingo (02/02), no Estádio Abadião. Durante o evento, as equipes do Grupo Tático Operacional (GTOP 28) escoltaram a torcida do Brasiliense, garantindo a segurança sem intercorrências até o término do jogo. No entanto, por volta das 17h45, durante a saída dos torcedores, parte do grupo rompeu o bloqueio policial e avançou contra a torcida do Ceilândia, iniciando uma tentativa de confronto.
Diante da hostilidade, a PMDF interveio imediatamente para evitar a briga, enquanto reforços eram acionados. Os torcedores do Brasiliense atiraram pedras e paus contra as viaturas, atingindo um dos veículos da corporação. Para conter o tumulto e garantir a segurança de todos, os policiais empregaram o uso seletivo e progressivo da força, conseguindo dispersar a multidão sem feridos ou detenções no momento da ocorrência, devido ao grande número de envolvidos.
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Segundo James Cruz, presidente da Camisa 13, torcida organizada do Ceilândia, os afiliados não estiveram envolvidos na confusão. No mesmo posicionamento, o representante conta que o início do desentendimento se deu por torcedores à paisana de ambos os clubes – estes que não fazem parte de nenhuma organizada. Ainda na declaração, o grupo foi surpreendido com a convocação para a reunião de emergência, e ainda mais surpreso com a punição, já que alegam não ter participado do entrevero. A torcida informou que irá recorrer à decisão do Ministério Público para tentar uma reversão.
