- Continua após a publicidade -
Estádio não deve ser problema para o Candangão, mas laudos preocupam Foto: André Borges/Agência Brasília |
Por Danilo Queiroz
Nos últimos anos, o maior problema da Federação de Futebol do Distrito Federal (FFDF) na organização do Campeonato Candango está relacionado a regularização dos palcos do torneio. Ano após ano, as arenas da capital federal apresentam problemas que impossibilitam seu uso no torneio local. Estádio da Copa do Mundo de 2014, o Mané Garrincha deve estar presente no Candangão, mas a sina de laudos provisórios ameaça ter sequência em 2019.
Reformado para o mundial realizado no Brasil ao custo de R$ 1,7 bilhão, o Estádio Nacional de Brasília virou uma dor de cabeça para o Governo do Distrito Federal (GDF). Com a falta de clubes candangos nas principais divisões do futebol brasileiro, a arena ficou ociosa, se tornando um imenso elefante branco que acumula prejuízos para a capital federal. Em 2017, por exemplo, o valor arrecadado durante 11 meses não cobriu os custos de um mês de uso do local.
Em 2018, o Mané Garrincha foi palco de apenas sete jogos do Campeonato Candango (cinco na primeira fase e as duas finais da competição). A arena recebeu ainda jogos do Brasiliense na Copa Verde, Copa do Brasil e Série D do Campeonato Brasileiro. Além disso, o estádio foi utilizado em um jogo do Campeonato Carioca e escolhidos para jogos da primeira divisão nos clássicos Flamengo x Vasco, Flamengo x Fluminense e Vasco x Corinthians.
Para a próxima temporada, a Secretaria de Esporte, Turismo e Lazer, responsável por administrar o maior equipamento esportivo do Distrito Federal, informou que, no momento, o Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha está apto para receber eventos e o gramado segue o cronograma de manutenção” visando o inicio do Campeonato Candango de 2019, que terá seu pontapé inicial em 26 de janeiro.
Entretanto, a assessoria de comunicação da secretaria deixou dúvidas sobre a obtenção dos laudos de segurança necessários para o recebimento dos jogos. Nos últimos anos, os responsáveis pelo Mané Garrincha se habituaram a viabilizarem documentos provisórios, o que colocou em cheque diversos eventos realizados no local. Segundo a pasta esportiva do governo, ainda não é possível dizer como serão os procedimentos para 2019.
“Como nós temos a previsão de o estádio ser colocado no modelo de parceria público-privada (PPP) da Arena Plex (formada pelo Mané Garrincha, Ginásio Nilson Nelson e Complexo Aquático Cláudio Coutinho), não temos como saber como vai ser a partir disso a liberação dos documentos. No futuro ainda temos como falar. A previsão do governo é entregar o estádio para a iniciativa privada em 2019”, pontuou a secretaria.
Troca de governo deve atrasar processo da PPP
O fato de o procedimento depender da passagem de bastão da administração para o setor privado é a principal ameaça, pois a troca de comando no GDF deve travar o processo. Vencedor da corrida ao Palácio do Buriti nas urnas em outubro, Ibaneis Rocha (MDB) manifestou a intenção de suspender todos os processos de PPP iniciados no atual governo de Rodrigo Rollemberg (PSB) para passar um “pente-fino” nos projetos.
Segundo reportagem do portal Metrópoles colocada no ar no último sábado (03/11), Ibaneis anunciou que as PPPs iniciadas pelo socialista serão suspensas num primeiro momento. Apesar do emedebista se colocar “simpático” à ideia de passar o complexo ao empresariado, uma reavaliação demandaria tempo. Com isso, a prática de laudos provisórios deve continuar sendo praticada no Mané Garrincha nos primeiros meses do próximo ano.
A menos de dois meses do fim do seu mandato, os projetos iniciados pelo governo Rollemberg praticamente não saíram do papel. Em março deste ano, o Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) suspendeu o processo licitatório de concessão do Mané Garrincha após identificar supostas irregularidades no edital lançado pela Agência de Desenvolvimento do DF (Terracap). O órgão identificou, por exemplo, irregularidades nos orçamentos.
Segundo parecer de agosto feito pelo Ministério Público de Contas, a Terracap precisaria reescrever as regras da licitação para corrigir “graves falhas”, como falta de projetos ou de estimativa de gasto para reformas estruturais. No documento, o procurador Marcos Felipe Pinheiro Lima argumenta que o principal entrave da licitação está na falta de detalhamento dos serviços e no cálculo dos custos das obras e reformas que as empresas vencedoras terão que realizar
- Publicidade -