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quarta-feira, 4 de dezembro de 2024

Mais que azarão: cinco motivos para entender liderança do Real

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Em 2017, o Real estreou no futebol do Distrito Federal carregando grande expectativa de que seria uma dor de cabeça aos grandes times do Distrito Federal. Porém, os resultados em campo ficaram um pouco aquém do esperado e o time alcançou apenas a 7ª posição no torneio local – sendo eliminado nas quartas de final para o Brasiliense.

Porém, mesmo com a queda precoce, o Leão já deu alguns indícios de que, em breve, se tornaria uma pedra no sapato dos principais favoritos ao título local. O bom desempenho em jogos diretos contra clubes que já foram campeões em Brasília chamou a atenção. Foram 15 pontos conquistados em 27 disputados.

Após vencer o Brasiliense na estreia do Campeonato Candango de 2018, o Real dá mais uma mostra de que não quer ser mero coadjuvante nesta temporada. Após vencer o Santa Maria na tarde de quarta-feira, o Leão assumiu a liderança do regional. Além disso, o auri-anil também dá outras mostras de que pretende brigar pela taça do torneio local. Manutenção do elenco, contratação de medalhões e ascensão da base são algumas das características que provam que a vitória contra o Jacaré não foi um fato isolado.

O Distrito do Esporte lista cinco motivos para acreditar que o Real pode surpreender os sempre favoritos e ir longe no Campeonato Candango:

Elenco mantido e reforços experientes

Pedro Ayub, Héverton e Baiano somam experiência ao elenco do Leão – Divulgação/Real e Brasília
Fato raro no futebol do Distrito Federal, o Real conseguiu manter boa parte do elenco que disputou o primeiro Campeonato Candango de sua história, em 2017. Ao todo, onze jogadores permaneceram no Leão para a atual temporada: Dedê, Vitor Hugo, Hyago, Raphinha, Pedro Ayub, Jorginho, Kaká, Renan, Kaio, Pedrinho e Willian continuam vestindo a camisa do time.

Para se ter uma ideia da força da manutenção do elenco no atual trabalho, dos 11 titulares que iniciaram a primeira partida do Candangão de 2018 contra o Brasiliense – vitória do Real por 2×0 -, seis são jogadores que permaneceram no clube entre uma temporada e outra. 

Seguindo uma recente tradição do futebol de Brasília, o Real também investiu em medalhões para agregar experiência ao grupo, que conta com vários jovens jogadores. Para 2018, o Leão trouxe o volante Baiano, de 39 anos, e com passagens por Palmeiras e Boca Júniors, e o meio-campo Heverton, de 32, pivô do rebaixamento da Portuguesa na Série A de 2013. A manutenção de Ayub também é um dos trunfos para acreditar que o auri-anil pode ter sucesso nesta temporada.

Brasiliense x Real – 15 de abril de 2017
Leo Rodrigues, Dedê, Vitor Hugo, Hyago, Tom, Pedro Ayub, Jorginho, Glauber, Giba, Willian e Rafael Mineiro

Brasiliense x Real –  21 de janeiro de 2018
Rafael Dida, Dedê, Vitor Hugo, Hyago, Murilo, Pedro Ayub, Robinho, Baiano, Daniel, Willian e Kaio
Em destaque os jogadores que estavam relacionados nas duas partidas

Zaga de 2017 mantida

Hyago, Vitor Hugo e Dedê: trio permaneceu na zaga do Real para 2017 – Divulgação/Real
Um dos grandes benefícios obtidos pelo Real com a manutenção do elenco para a atual temporada é o entrosamento que os jogadores titulares terão por estarem jogando juntos a mais tempo. O setor defensivo do time, por exemplo, é o que mais ganha com essa continuidade de atletas.

Dos cinco jogadores que compõem o setor no Leão em 2018, três estão jogando juntos desde a temporada passada: o lateral-direito Dedê e os zagueiros Vitor Hugo e Hyago. Neste ano, apenas o goleiro Léo Rodrigues e o lateral-esquerdo Murilo estrearam no setor. No Candangão de 2017, o Real teve a 5ª melhor defesa da primeira fase, com 11 gols sofridos.

A base vem forte

Base do Real foi campeã do Campeonato Candango Sub-20 de 2017 – Divulgação/Real

Além de manter boa parte do elenco do ano passado, o Real também fez uma grande integração com jogadores das categorias de base auri-anil. Na última temporada, os garotos do Leão conquistaram o Campeonato Candango Sub-20 e garantiram uma vaga na Copa São Paulo de Juniores deste ano, na qual o clube foi além da primeira fase, fato que somente outras quatro equipes do DF haviam alcançado.

Do time que se destacou na Copinha, o Real puxou os goleiros Henrique Marchesan e Matheus Damasceno, o zagueiro Juan Pablo, o volante João Neto e o atacante Emanuel. Do elenco de meninos que foi campeões do Candanguinho, cinco foram alçados imediatamente ao time profissional: o goleiro Wender, o lateral Muriel e os atacantes Luan, Victor e Rangel – com exceção de Wender, todos também atuaram no torneio paulista.

A relação de aproveitamento da base extrapolou as quatro linhas e foi parar no banco de reservas do Leão. Evilásio de Almeida, atual treinador da equipe, também conquistou a vaga como comandante dos profissionais devido ao bom desempenho do time de juniores: ele era o treinador da equipe que venceu o Candango Sub-20 de forma invicta. 

Pedra no sapato dos gigantes

Real começou campanha no Candangão 2018 com vitória sobre o Brasiliense – Divulgação/Real
Conquistar pontos contra os bichos-papões do futebol brasiliense é fato corriqueiro na curta história do Real. Em duas participações na primeira divisão do Campeonato Candango – a primeira foi em 2017 – o Leão disputou nove partidas contra times que já foram campeões candangos em alguma oportunidade. E o histórico é positivo: quatro vitórias, três empates e duas derrotas, com aproveitamento de 55,5% dos pontos.

As vitórias foram sobre Brasiliense (2 vezes por 2 x 1), Ceilândia (por 1 x 0) e Brasília (por 2 x 0). Os empates aconteceram contra Luziânia (0 x 0), Sobradinho (1 x 1) e Gama (2 x 2). O único time que conseguiu vencer o Leão em partidas válidas pelo Campeonato Candango foi o Brasiliense: 2 x 0 pela primeira fase e 3 x 0 no jogo de ida das quartas de final de 2017.

Real contra os campeões do Candangão
Candangão 2017
Ceilândia 0 x 1 Real
Brasiliense 2 x 0 Real
Real 2 x 0 Brasília
Real 0 x 0 Luziânia
Real 1 x 1 Sobradinho
Gama 2 x 2 Real
Real 0 x 3 Brasiliense
Brasiliense 1 x 2 Real

Candangão 2018
Brasiliense 1 x 2 Real

Alto investimento e objetivo nacional

Luiz Felipe Belmonte é o nome à frente do projeto nacional do Real – Reprodução/Internet
Junto com o Brasiliense e Gama, o Real é uma das equipes que realizou maior investimento no cenário esportivo do Distrito Federal. Sob a tutela do presidente Luiz Felipe Belmonte – ex-mandatário do Brasília, onde conquistou a Copa Verde de 2014 -, o Leão inicia o segundo Campeonato Candango de sua história vislumbrando alçar voos mais altos.

E a chegada ao grande objetivo do projeto passa pelo bom desempenho no Candangão 2018. Em 2017, ano de fundação do clube, Belmonte revelou o objetivo de disputar a Série C do Campeonato Brasileiro em três anos (ou seja, até 2020). Para que a meta inicial seja cumprida, o clube precisa, ao menos, chegar a final do Candangão desde ano – desta forma, jogaria a série D em 2019 e teria a chance de chegar a série C em 2020.
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