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quinta-feira, 21 de novembro de 2024

Made in Ceilândia: Pedro Maia, um talento raro no jiu-jitsu candango

Com apenas 21 anos o faixa-preta vem fazendo o seu nome dentro do esporte com conquistas importantes e objetivos pessoais cumpridos

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Por Michael Nunes

Nascido no Hospital Regional da Ceilândia (HRC), Pedro Maia tem 21 anos e é um dos atletas promissores do jiu-jitsu brasiliense. Competindo em alto nível, o jovem faixa-preta tem nove anos de atuação na modalidade. No período, o lutador candango viu crescer o amor pela modalidade, alcançou grandes conquistas em importantes competições. Além disso, metas pessoais também foram cumpridas.

A paixão de Pedro pela arte suave começou bem cedo na cidade onde cresceu. “Quando eu tinha 12 anos, conheci a CEI Jiu-jitsu, maior equipe e escola da modalidade na Ceilândia”, conta. Foi amor à primeira vista. O ainda adolescente se encontrou rapidamente na modalidade. “Eu nunca mais parei de treinar. O jiu-jitsu mudou minha vida de uma forma que eu não esperava. Hoje não me vejo sem estar de kimono sentido a energia que o tatame possui”, disse o faixa-preta.

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O talento de Pedro Maia sempre foi nítido para quem acompanha os campeonatos da arte suave em Brasília. Antes de conquistar a tão sonhada faixa-preta na modalidade, o atleta candango já batia de frente com os lutadores Black Belt. “Ainda de faixa-marrom, eu lutei três eventos na categoria adulto de faixa-preta. Levei o ouro em todos eles”, comentou o casca-grossa.

Apesar de novo, Maia tem no currículo diversos títulos de expressão no cenário jiu-jitsu. Ele foi campeão Brasileiro, bicampeão Sul Americano, campeão do Grand-Slam na cidade do Rio de Janeiro, ouro no Europeu de jiu-jitsu e também bronze e um prata no Mundial da IBJJF (International Brazil Jiu-Jitsu Federation).

Foto: Arquivo Pessoal/Pedro Maia

Atualmente, o atleta representa a Ribeiro Jiu-jitsu, do mestre Saulo Ribeiro, uma das maiores equipes do mundo. Porém, com apenas 21 anos, o faixa-preta realizou o sonho de todo atleta profissional: ter a sua própria escola para ensinar a nobre arte da modalidade. “Abri a minha própria escola chamada We Flow jiu-jitsu”, detahou Pedro Maia.

Um ditado no mundo do esporte é representativo a respeito do esforço e dedicação necessários: “treino duro, luta fácil”, cita a máxima. Para se manter apto e na ponta dos cacos para os campeonatos, Pedro Maia tem um rotina pesada. “Todos os dias faço preparação física e dois períodos de treinos na academia um pela manhã e outro a noite”, explica o faixa-preta.

O atleta foi graduado com a faixa-preta em 2020. E, logo na estreia, Pedro Maia foi bicampeão pelo Summer League. Na ocasião, o brasiliense ganhou na categoria e no peso absoluto (sem divisão de peso). Competindo fora de Brasília desde os 16 anos, Pedro decidiu se testar em um evento a nível nacional, onde os melhores e mais renomados lutadores do esporte estavam presentes. O jovem brasiliense desembarcou no sul do país.

No evento South American Continental Pro (Sul-Americano da Abudhab Jiu-jitsu Pro), da federação dos Emirados Árabes Unidos, na cidade catarinense de Brusque, Pedro Maia não sentiu a pressão da nova faixa e do peso da competição, e só foi parado na disputa do ouro. O brasiliense voltou para casa com a medalha de prata, mas com a experiência de ter lutado em um evento desse porte. “Foi primeiro evento a nível nacional na faixa-preta. Fui o único atleta de Brasília a subir no pódio”, relembrou

Na flor da idade e com uma bagagem de veterano, Pedro sonha em disputar novamente o  Mundial de Jiu-jitsu, na Califórnia, nos Estados Unidos. Maior campeonato do esporte, o atleta foi bronze na faixa-roxa em 2018 e prata quando era faixa-azul. Persistência e foco não faltam para o brasiliense. “Sonho em lutar em um domingo na Pirâmide (ginásio americano onde acontece o Mundial), já que neste dia só luta quem se classifica para as quartas de finais. Já subi duas vezes no pódio, agora é buscar na faixa-preta”, detalha.

Foto: Arquivo Pessoal/Pedro Maia

Representar a capital federal em campeonatos de alto nível do esporte é privilégio para Pedro. Segundo o atleta o objetivo não pode ser outro. “Trabalho sempre pata trazer bons resultados para Brasília. O último faixa-preta campeão mundial foi em 2002. São quase 20 anos sem um título para a nossa cidade, e vou quebrar esse jejum”, prometeu o lutador ceilandense.

Pedro destaca ainda a necessidade de apoio para o esporte. Com bom material humano, muitos atletas candangos gostam de competir e vivem do jiu-jitsu. “A realidade é que em Brasília tem mais de três federações. Onde ninguém se junta para um bem maior. A máquina pública tem algumas ferramentas de incentivo, mas falta organização e menos politicagem”, lamenta o faixa-preta.

O jovem atleta tem a fórmula curta e certeira para chegar em novos objetivos no futuro profissional dentro do esporte. “As armas são treinamento, inteligente e constância. O resto é conversa”, garantiu.

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