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quinta-feira, 21 de novembro de 2024

Lutadores relatam dificuldade em se profissionalizar e viver do esporte

Miguel Brito e Andrei Ribeiro, lutadores do Distrito Federal, comentaram as adversidades encontradas para angariar recursos financeiros

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Ser lutador profissional envolve treino, foco e força de vontade. Somado à rotina intensa de exercícios, outro fator é recorrente na vida de um atleta de luta: falta de patrocínio. A realidade atinge grande parte dos atletas que mesmo conquistando muitos títulos, ainda não conseguem viver apenas do esporte. No Distrito Federal, existe uma vasta vitrine de lutadores talentosos e vencedores, mas a falta de investimento e a pouca visibilidade são alguns dos motivos que os fazem buscarem outras profissões.

A equipe do Distrito do Esporte conversou com dois deles: Miguel Brito, atleta de jiu-jítsu, e Andrei Ribeiro, atleta de boxe chinês e jiu-jítsu. Os lutadores da capital federal relatam a dificuldade de angariar recursos financeiros e como isso impacta nas competições que disputam. Miguel citou vontade de ingressar em uma universidade e aliar ao esporte, enquanto Andrei enfatiza o esforço excessivo de um atleta para viver da luta.

Os percalços por trás do tatame

O atleta de jiu-jitsu, Miguel Brito, explicou que mesmo sendo vice-campeão do Campeonato Brasileiro de Jiu-Jítsu (CBJJ) de 2021 em sua categoria com apenas 16 anos, ainda não tentou um custeio. “Pela falta de visibilidade no esporte, ainda não tentei nenhum patrocínio. Geralmente o patrocínio vem com muita divulgação, então se o atleta não tem muito alcance ou seguidores nas redes sociais, dificilmente terá um patrocinador”, assumiu.

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Foto: Arquivo Pessoal/Miguel Brito

O lutador brasiliense revelou que pretende fazer uma faculdade, mas que sonha em se sustentar apenas do esporte. “Eu quero fazer faculdade de Direito. Porém, eu gostaria de viver apenas da luta. Só que hoje em dia sabemos que viver apenas do esporte é muito arriscado, principalmente do jiu-jítsu que não é um esporte com tanta visibilidade”, confessou.

Miguel revelou que para participar do CBJJ, no Rio de Janeiro, contou com a ajuda dos pais para financiar sua viagem. “Temos que pagar alimentação, material e até a inscrição para o campeonato. Tudo isso acaba se tornando um valor muito alto custeado pelo atleta. É a mesma coisa em relação às Olimpíadas: todo mundo quer que o competidor ganhe medalhas, mas para isso acontecer é necessário investimento”, finalizou.

Realidade de muitos atletas

Para Andrei Ribeiro, atleta de boxe chinês e jiu-jítsu, o sentimento de desvalorização é grande. O lutador do Distrito Federal comentou que conseguir uma bolsa integral foi primordial para seu desempenho. “Eu luto desde os 20 anos, hoje com 30, percebo que tudo sempre foi muito difícil. A minha sorte foi ter conseguido em uma academia uma bolsa de 100%”, mencionou.

Foto: Aline Pereira

Hoje, próximo de concluir a graduação de Educação Física, ele relata que não da para viver apenas do esporte em Brasília e que a adversidade é presente regularmente na vida de um atleta. “A maioria das vezes, tudo sai do seu bolso. E você acaba elevando o nome apenas de uma equipe, e fica por isso mesmo. A luta no país ainda é muito criminalizada”, concluiu.

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2 COMENTÁRIOS

  1. Muito interessante o conteúdo da matéria e também bastante necessária! Já conheci muitos atletas que por conta da falta de recurso desistiram de continuar seu caminho no esporte.

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