Por João Marcelo Pepi
A semana decisiva do Taguatinga na briga contra o rebaixamento no Campeonato Candango BRB 2022 ganhou um elemento interno desagradável. Na penúltima posição da classificação e precisando vencer para não voltar para a divisão de acesso, o TEC resolveu demitir o técnico Júnior Araújo após somente uma partida no comando do clube. Com sentimento de injustiça, o profissional teceu críticas ao presidente Edmílson Marçal.
Figurinha carimbada no comando técnico da Águia Branca nas últimas temporadas na primeira divisão, Júnior Araújo foi escolhido por Marçal para liderar o time na briga contra a queda após a demissão do Luiz Carlos Prima. O treinador ficou à frente da equipe somente na goleada por 5 a 0 sofrida para o Brasiliense. Segundo o técnico, a dispensa ocorreu pois o presidente “achou melhor assumir o time”.
Em contato com a reportagem do Distrito do Esporte, Araújo disse ter sido informado de que o seu método de trabalho gerou uma insatisfação em todos os jogadores. Ele discordou e rebatou as críticas. “Quem o conhece sabe que ele se acha mais esperto que todos. A única insatisfação que os próprios jogadores me passaram foi em relação ao fato de tantos serem poupados de uma só vez e eu segurei a peteca”, disse.
No comunicado, Júnior Araújo contou especificamente sobre o jogo contra o Brasiliense. “Agora faz sentido sua exigência de poupar tantos jogadores de um elenco pequeno e limitado e colocar um menino de 17 anos de titular para jogar sem qualquer minutagem no profissional”, ressaltou.
O desabafo do agora ex-treinador do Taguatinga seguiu com críticas diretas ao presidente da Águia Branca. “Marçal não passa de um canalha. Sempre soube que esse ano eu não mexeria com futebol por estar muito envolvido em outros projetos. Fui ajudar nesse momento delicado pela amizade que tinha a ele, sem qualquer remuneração, e ele me deu essa facada nas costas.”
Relembrando a campanha de 2021, Júnior disse que foi dispensado sob a mesma alegação: o modelo de trabalho. “Coincidência ou não, ele também justificou o meu método de trabalho para que o time não se classificasse para a semifinal. O meu método teria estressado os jogadores. O canalha nem sequer se preocupava com uma alimentação adequada. Em uma oportunidade, quase todo o time pegou infecção intestinal após uma refeição”, contou.
O Distrito do Esporte procurou Edmílson Marçal para comentar as alegações de Júnior Araújo, mas não obtivemos retorno até a publicação desta matéria. O espaço segue aberto para resposta. Agora sem um treinador de ofício, o Taguatinga fica ainda mais incerto para a partida de sábado (19/2), às 15h30, contra o Brasília, no Defelê. Para ficar na elite, a Águia Branca precisa vencer e torcer por derrotas de Unaí ou Santa Maria.
Leia, na íntegra, o comunicado de Júnior Araújo
Agora faz sentido sua exigência de poupar tantos jogadores de um elenco pequeno e limitado e colocar um menino de 17 anos de titular para jogar sem qualquer minutagem no profissional. Desde o início, o plano dele era esse: apostar todas as fichas no Brasília e nele mesmo. Quem o conhece sabe que ele se acha mais esperto que todos. A única insatisfação que os próprios jogadores me passaram foi em relação ao fato de tantos serem poupados de uma só vez e eu segurei a peteca. Marçal não passa de um canalha. Sempre soube que esse ano eu não mexeria com futebol por estar muito envolvido em outros projetos. Fui ajudar nesse momento delicado pela amizade que tinha a ele, sem qualquer remuneração, e ele me deu essa facada nas costas. Ano passado, caíam quatro e fizemos a melhor campanha da primeira fase em nosso grupo a base de muito sacrifício. Não tínhamos sequer suplemento. Coincidência ou não, ele também justificou o meu método de trabalho para que o time não se classificasse para a semifinal. O meu método teria estressado os jogadores. O canalha sequer se preocupava com uma alimentação adequada. Em uma oportunidade, quase todo o time pegou infecção inteatinal após uma refeição.