O Governador Ibaneis Rocha decidiu vetar repasse de 5% da arrecadação com a loteria distrital para os times de futebol profissional de Brasília ontem (13/06), quando sancionou a Lei nº 7.155, de 10 de junho de 2022.
A previsão constava de artigo da Lei que institui a Loteria do Distrito Federal e foi incluído num amplo acordo com a base governista no dia da votação do projeto na Câmara Legislativa do DF.
Apresentada pelo deputado distrital Eduardo Pedrosa, a emenda, aprovada como artigo 6º do PL pela Câmara, prevê que “6º Ficam destinados 5% dos recursos arrecadados, em cada sorteio, com a exploração de jogos lotéricos de que trata a presente Lei para as entidades de prática desportiva da modalidade futebol, sediadas no Distrito Federal, que cederem os direitos de uso de suas denominações, marcas, emblemas, hinos ou símbolos para divulgação e execução do Serviço Púbico de Loteria do Distrito Federal.”
Porém, Ibaneis Rocha decidiu retirar da lei por ele sancionada o trecho que beneficiava o futebol profissional de Brasília, masculino e feminino. A medida atinge o Real Brasília, Cresspom, As Minas e Legião femininos. Além disso, Brasiliense, Ceilândia, Gama, Capital, Brasília, Taguatinga, Paranoá e várias outras agremiações de primeira e segunda divisão do futebol masculino perdem uma grande oportunidade de receber repasses da loteria com consequente divulgação da mesma em troca.
Presidentes lamentam decisão do governador
Dois presidentes de clubes consultados pela reportagem se mostraram surpresos e chateados com a medida do governador em relação à loteria distrital, que vai de encontro a acordo costurado, inclusive, com a base governista de Ibaneis na CLDF.
Godofredo Gonçalves, presidente do Capital, afirmou que a decisão é ruim e atrapalha aqueles que lutam pelo crescimento e melhoria do esporte candango:
É uma decisão bastante ruim para nós que estamos lutando pelo futebol do DF e por dar oportunidade aos jovens da nossa cidade em realizar seus sonhos! O esporte é profissão para muitos, mas também inclusão social, desenvolvimento motor e psíquico para milhares de jovens. A loteria prevê em seu EVETEC a modalidade esportiva, então penso ser uma injustiça ter arrecadação explorando o esporte e não devolver nada ao esporte, especificamente ao futebol! Torço para nossos deputados distritais repararem tal inconsistência e derrubarem o veto, dando ao esporte e ao futebol do DF o valor que merecem!
Ari de Almeida, presidente do Ceilândia, salientou que a medida foi negociada com os parlamentares e que confia que os deputados do DF irão derrubar o veto do governador e retomar os repasses aos times de futebol profissional de Brasília:
Isso mostra o compromisso que o Governador tem com o futebol. Depois dos descasos com os estádios do Distrito Federal. O governo passado entregou o estádio Bezerrão no Gama completamente reformado, a FIFA fez o investimento, tivemos Mundial lá. O governo passado ainda entregou o gramado do Augustinho Lima todo reformado, o gramado do estádio JK, do estádio Rorizão em Samambaia, e tínhamos um estádio que era o Mané Garrincha que hoje não temos mais. Então esse é o compromisso do governo com o futebol do Distrito Federal. Mas não tenho a menor dúvida que a Câmara Legislativa, os parlamentares compromissados com o futebol do Distrito Federal, irão derrubar o veto do governador e mostrar que o futebol precisa ser visto com o outro olhar na capital da república.
Outros Vetos:
Ibaneis também vetou na loteria distrital o artigo que previa repasse de 3% da arrecadação com a loteria para o Fundo Penitenciário do Distrito Federal e não permitiu o “financiamento de custeio e investimento em atividades prestadas pela Defensoria Pública do Distrito Federal aos hipossuficientes, por meio do Fundo de Aparelhamento da Defensoria Pública do Distrito Federal — Prodef”.
