Na noite de quarta-feira (6), chegou ao fim mais uma edição de Campeonato Brasileiro. Com 70 pontos conquistados, o Palmeiras conquistou o duodécimo título no Estádio Mineirão, após empatar com o Cruzeiro, por 1 a 1, com gol do brasiliense Endrick. Quinze anos atrás, era a vez de um estádio do DF sediar uma festa de título. Em 7 de dezembro de 2009, o São Paulo vencia o Goiás por 1 a 0 no Bezerrão, na cidade do Gama. Foi o sexto Campeonato Brasileiro da história do Tricolor e o único tricampeonato consecutivo da história dos pontos corridos.
Antes de tudo, para entender o porquê de o jogo ter sido realizado no Bezerrão, é preciso retornar rodadas antes daquele Campeonato Brasileiro. O esmeraldino não pôde mandar a partida no Serra Dourada por ter sido punido pelo STJD, já que torcedores do clube alviverde brigaram com a torcida do Cruzeiro em um compromisso disputado em novembro daquele ano, ainda na 33ª rodada.
Aquele São Paulo ficou conhecido por não desistir. Depois do bicampeonato consecutivo, o time do Morumbi assumiu a liderança do Brasileirão 2008 apenas nas rodadas finais. Na base da determinação, com o estilo de jogo moldado pelo técnico Muricy Ramalho, além da liderança e eficiência de Rogério Ceni, o São Paulo chegou à consagração máxima ao conquistar o tricampeonato inédito, fato que até hoje nunca se repetiu, dentro do Estádio Bezerrão, a segunda maior arena esportiva do DF.
E fiel ao estilo, o São Paulo marcou logo aos 23 minutos de partida. Rogério Ceni bateu falta e, na sobra, o atacante Borges mandou para o fundo da rede. Na etapa final, desabou a chuva em Brasília, tornando o jogo mais truncado e de briga pela bola. O líder até teve chances de ampliar, mas esbarrou no goleiro esmeraldino Harlei. Não importava. Ao apito final, explodiu a alegria do primeiro tricampeão consecutivo do Brasileirão. O São Paulo era soberano no Brasil.
Campanha do São Paulo
Assim como no ano anterior, a eliminação na Libertadores abalou a equipe são-paulina. Em 2008, o time do Morumbi acabou despachado pelo Fluminense, que viria à ser o vice-campeão daquela competição. Sem o torneio sul-americano dentro do calendário, o Tricolor voltou às atenções ao Brasileiro. O time parecia distante do título após sair atrás na largada durante as primeiras rodadas do campeonato, mas a equipe de Muricy Ramalho não abaixou a cabeça.
Após o péssimo início, o São Paulo se recuperou e chegou a ficar cinco jogos invicto, com destaque para a goleada diante do Atlético Mineiro, por 5 a 1, e triunfo sobre do Flamengo por 4 a 2. Mesmo com os lampejos, o Tricolor ainda oscilava entre boas atuações e tropeços impediam uma melhor colocação na tabela. Ao fim do primeiro turno, o líder era o Grêmio, com oito pontos à frente do atual bicampeão. Vantagem essa que seria aumentada para onze já na abertura do segundo turno, após o Tricolor Gaúcho superar a equipe de Muricy Ramalho por 1 a 0 dentro de casa, no antigo Estádio Olímpico.
A partir dali, não haviam mais espaços para tropeços e perdas de pontos. Rodadas adiante, o Tricolor Paulista seguiu a cartilha e assumiria a liderança na 33ª rodada, quando despachou o Internacional por 3 a 0 e viu o Grêmio empatar com o rebaixado Figueirense dentro de casa. Até a penúltima rodada, o São Paulo se mantinha na primeira colocação até encontrar com o Fluminense, no Morumbi. Era apenas vencer que o título estava garantido. Entretanto, o time carioca estragou a festa com um gol de Tarta, deixando a decisão para a última partida, contra o Goiás, no Estádio Bezerrão.
Para o jogo do título, essa foi a escalação das equipes:
São Paulo: Rogério Ceni, André Dias, Miranda e Rodrigo; Joilson (Jancarlos), Richarlyson, Hernanes, Hugo e Jorge Wagner; Dagoberto (Bruno) e Borges
Goiás: Harlei, Henrique, Ernando e Rafael Marques; Vitor, Fahel (Romerito), Ramalho, Paulo Baier, Júlio César (Adriano Gabiru) e Thiago Feltri; Fausto (Alex Terra)