19.5 C
Brasília
quinta-feira, 21 de novembro de 2024
Guia do Campeonato Candango Feminino
  • Há tempos, o futebol feminino do Distrito Federal é sinônimo de excelência em competições nacionais, principalmente quando comparado ao masculino. Com representantes nas principais divisões no Campeonato Brasileiro da modalidade, o Campeonato Candango começa, neste fim de semana, prometendo emoção, mas com uma importante missão: diminuir a disparidade entre quem joga os torneios da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e quem almeja ter tal status.
  • Maiores campeões locais em atividade na temporada de 2023, Real Brasília (Série A1), Minas Brasília (Série A2) e Cresspom (Série A3) surgem com os principais candidatos ao título. Entre eles, inclusive, já existe certa diferença de nível. Ceilândia, Estrelinha, Legião e Sobradinho correm por fora. Com elencos mais modestos, devem ter, praticamente, uma disputa entre si para definirem quem será o novo representante brasiliense na terceira divisão.
  • Até mesmo na história há diferença. Representante do Distrito Federal na elite, o Real Brasília fez valer a força do status e estabeleceu uma impressionante dinastia no futebol feminino da capital. São quatro títulos consecutivos e a oportunidade de se tornar o primeiro pentacampeão em sequência da competição local. Vice em todas essas ocasiões, o Minas Brasília quer impedir o feito e faturar o tetra. Maior detentor com sete taças, o Cresspom luta para sair de uma fila de oito temporadas.
  • As quatro equipes da segunda prateleira do Candangão Feminino querem ser zebras e conquistar o primeiro título. O formato de disputa simples da competição torna a competição local ainda mais interessante. Na fase inicial, todos se enfrentam com a missão de se posicionarem entre as quatro primeiras posições para chegarem na semifinal. Daí em diante, o bom e velho mata-mata promete emoção para definir quem será o grande campeão da temporada 2023.
  • Ciente da importância de valorizar e incentivar o crescimento do futebol feminino, a Federação de Futebol do Distrito Federal (FFDF) tomou uma valiosa decisão para amplificar a divulgação da competição. A entidade decidiu transmitir todas as partidas do Candangão Feminino para deixar o torneio local mais próximo e acessível aos torcedores. A expectativa é, também, gerar o interesse do público nas partidas com possibilidade de acesso às arquibancadas.
- Continua após a publicidade -

Como os clubes chegam para a disputa

Ceilândia

De olho nas disputas nacionais, o Ceilândia quer chegar longe nesta edição do maior torneio de futebol feminino do DF. O talento nos pés não foi suficiente para o alvinegro surpreender nas últimas competições que jogou. No Candangão 2022, a equipe amargou na quinta colocação e foi incapaz de avançar para a segunda fase do torneio. Foram apenas sete pontos somados. Depois, o Ceilândia teve um motivo para sorrir ao herdar uma vaga para representar a capital federal na Série A3 do Campeonato Brasileiro Feminino no último dia de organização do torneio. As alvinegras foram despachadas pelo Capital em um placar agregado de 6 a 2.

Agora, porém, o objetivo é conquistar resultados melhores. De acordo com o técnico Moacir Júnior, o grupo se manteve praticamente o mesmo da disputa da Série A3. O dono da prancheta também explicou que o primeiro grande objetivo é terminar a primeira no G-4. Só depois disso, caso aconteça, o treinador quer idealizar a taça do Candangão Feminino 2023. "O Ceilândia vem trabalhando há cerca de dois meses, se preparando para essa competição. Esperamos alcançar o nosso objetivo, que é classificar nossa equipe entre as quatro melhores da capital e conseguir a vaga na Série A3", comentou.

O Ceilândia começa a briga pela classificação como visitante, diante do Minas Brasília. O duelo abre a disputa do Candangão Feminino, no sábado (5/8), às 10h. A bola rola no Estádio Ciro Machado, o Defelê, na Vila Planalto. As alvinegras folgam na rodada seguinte e só voltam a campo na terceira, quando enfrentam o Real Brasília. O encontro será no sábado (19/8), no Abadião. Na sequência, as comandadas de Moacir Junior ainda jogam contra Legião, Estrelinha, Cresspom e Sobradinho.

O Ceilândia vem trabalhando há cerca de dois meses, se preparando para essa competição. Esperamos alcançar o nosso objetivo, que é classificar nossa equipe entre as quatro melhores da capital e conseguir a vaga na Série A3

Moacir Júnior

Técnico do Ceilândia

Cresspom

O heptacampeão Cresspom chegará neste Campeonato Candango Feminino com foco total na competição e em busca de bons resultados. Com uma campanha péssima na Série A2 do Brasileirão e a queda para a Série A3, as Tigresas do Cerrado estão obstinadas em não cometerem o mesmo erro na competição local.

Com um elenco reformulado e com muitas saídas, o Cresspom tem como principal objetivo conseguir uma boa colocação e voltar a participar de uma final. A equipe contou com a saída de 15 jogadores e do alicerce da equipe, Robson Marinho. O comandante estava há 10 anos a frente do clube.

Já atletas novas para o elenco, além das remanescentes que vem do Brasileirão sub-20, foram: Luana, Meire, Ana Clara, Mariana, Manuela, Gabriela, Bruna e o técnico Adão de Jesus. A preparação do Cresspom começou na última sexta-feira (28/7), com os treinos acontecendo em dois períodos.

Quando perguntado sobre as expectativas em relação ao campeonato, o técnico Adão de Jesus foi otimista. "Estamos com expectativas positivas para a competição, estamos com trabalhos intensos com as meninas que se apresentaram ao time. E estamos focados para alcançarmos bons resultados no campeonato".

Estamos com expectativas positivas para a competição, estamos com trabalhos intensos com as meninas que se apresentaram ao time. E estamos focados para alcançarmos bons resultados no campeonato

Adão Jesus

Técnico do Cresspom

Estrelinha

Uma proposta inovadora e o desejo de brilhar são os guias do Estrelinha para uma campanha de sucesso no Campeonato Candango Feminino. Fundada em Ceilândia, a instituição chega na 27ª edição da elite do Distrito Federal com uma proposta inovadora em comparação às participações anteriores. A principal novidade está no abandono da parceria com o Arraias. Agora, o clube caminhará com as próprias pernas.

Embora ainda não tenha sido campeão do principal torneio do cenário local, o Estrelinha se orgulha de ser o primeiro a ter uma comissão técnica e coordenação totalmente feminina. Ex-jogadora do CFZ, Rosanne Delmira Ferreira é a dona da prancheta e conta com o auxílio de Wanessa Carla, ex-zagueira de Grêmio, Flamengo, Seleção Brasileira, além da preparadora física Tatiana Mariana e da coordenadora Eliane Macêdo. O presidente do clube recém-empossado é Reginaldo dos Santos.

O Estrelinha completará, até a estreia contra o Cresspom, 26 dias de preparação. Os trabalhos começaram em 11 de julho, de forma intensa na Caesb Esportiva Social e no Clube da Saúde, ambos no Guará. Os jogos da equipe como mandante estão previstos para o Estádio Joaquim Domingos Roriz, o Rorizão, em Samambaia.

O investimento em estrutura e na comissão técnica trazem otimismo para a quinta participação do Estrelinha no Campeonato Candango Feminino. A expectativa é fazer melhor que nas campanhas anteriores, nas quais o clube jamais rompeu a fase de grupos.

“Há soma entre diretoria, comissão técnica e atletas. Estamos mais que felizes por esse momento do futebol de Brasília e do próprio clube. Nosso elenco é jovem, mas com espinha dorsal muito forte, trazendo algumas atletas experientes de fora, que se alinharão com as mais novas. Cremos em um desempenho bom. Sabemos que não somos as favoritas, mas o nosso trabalho e de formiga. Estamos comendo pelas beiradas e fazendo nosso melhor”, disse a treinadora.

Há soma entre diretoria, comissão técnica e atletas. Estamos mais que felizes por esse momento do futebol de Brasília e do próprio clube. Nosso elenco é jovem, mas com espinha dorsal muito forte, trazendo algumas atletas experientes de fora, que se alinharão com as mais novas

Rosanne Delmira Ferreira

Técnica do Estrelinha

Legião

O Legião disputará o Candangão Feminino 2023 de olho em uma das vagas na Série A3 do Futebol Nacional. O time segue no comando dos treinadores Singo Santos e Damião e a comissão técnica ainda contará com os preparadores físicos Torres e Breno Marcena. Os jogos serão disputados no CT do Legião.

Ainda não fechado, o elenco da equipe está bastante renovado, mas não desperdiçou a base. Passaram pelo time e voltaram para a temporada as atletas Drika, Dayara, Érika, Ketellin, Ana Júlia, Laura Veloso, Meiryly e Rafaela. Entre as renovações estão nomes como Thayla Raiane, Larissa Castro, Andressa Santos, Isabella Kimberly, Rebeca Neves, Nathy, Tamires. Tanto jogadoras que vieram de outros estados, quanto atletas que já jogaram em Brasília.

Em contato com a reportagem, o treinador Signo Santos tem boa expectativa para competição. “Estamos com um time mesclado, com muitas atletas novas e é nisso que a gente vai apostar, na força da juventude para superar os desafios. Acreditamos na força do nosso trabalho e no potencial de cada uma que integra esse elenco. Queremos surpreender.”

A missão não será fácil. Além do Real Brasília, tetracampeão seguido, o Legião terá como missão superar os tradicionais Minas Brasília - da Série A2 - e Cresspom - garantido na A3. A busca pela classificação será complicada e terá como principais adversários Sobradinho, Ceilândia e Estrelinha. Ano passado, por saldo de gols, o Legião ficou de fora de competições nacionais.

“O time tá com grandes expectativas. Nós sabemos jogar, temos boas condições para as partidas e o principal é que temos foco na competição. Confiamos no que a comissão técnica nos orienta, fazer o que eles passam e sair com bons resultados.”, disse a jogadora Dayara Santos.

Estamos com um time mesclado, com muitas atletas novas e é nisso que a gente vai apostar, na força da juventude para superar os desafios. Acreditamos na força do nosso trabalho e no potencial de cada uma que integra esse elenco. Queremos surpreender

Singo Santos

Técnico do Legião

Minas Brasília

O Minas Brasília chega ao Campeonato Candango Feminino de 2023 em busca de voltar ao topo do pódio após cinco anos. Antes disso, o clube tentou iniciar a hegemonia, mas teve os planos frustrados pelo Real Brasília, algoz nos últimos vice-campeonatos da competição local. A equipe se vê pronta para superar tal barreira e triunfar outra vez.

Na atual temporada, a equipe fez uma campanha irregular em âmbito nacional, não conseguindo o acesso para a Série A1 do Campeonato Brasileiro. Foram apenas duas vitórias, um empate e quatro derrotas. A equipe, entretanto, apostou em algumas mudanças estruturais para cumprir um papel mais competitivo no Candangão Feminino.

Com calendário nacional garantido no próximo ano com a permanência na Série A2, o Minas Brasília não terá a missão de correr atrás de classificação para outros torneios. Desta forma, a briga pela classificação às semifinais e, posteriormente, pelo título, surge como ponto central da equipe no segundo semestre.

Enfim, chegou o momento de virar a chave e focar no estadual. O novo técnico da equipe, Jorge Marinho falou sobre a expectativa do time neste candangão. “Se tratando de Minas, a expectativa é a melhor possível. Não só pela história, mas por toda estrutura e condição que o clube nos oferece. As atletas são de alto nível e com muita experiência, elas estão com sede de adquirir as nossas ideias. Somado a tudo isso, nossas expectativas são boas para chegarmos ao título”, avaliou.

Se tratando de Minas, a expectativa é a melhor possível. Não só pela história, mas por toda estrutura e condição que o clube nos oferece. As atletas são de alto nível e com muita experiência, elas estão com sede de adquirir as nossas ideias

Jorge Marinho

Técnico do Minas Brasília

Real Brasília

Em busca do pentacampeonato candango, o Real Brasília desponta como favorito para a conquista do principal torneio de futebol feminino da capital federal. As Leoas do Planalto venceram os últimos campeonatos da categoria e em caso de triunfo, podem se aproximar ainda mais do posto de maiores campeãs do Distrito Federal.

Apesar da frustração no cenário nacional (no Brasileirão Feminino, o Real amargou apenas a 11ª colocação, fora do G8 e da segunda fase do certame), em solo candango, o time aurianil mostra-se cada vez mais imponente, principalmente, levando em consideração o momento atual das rivais. O Minas Brasília, principal oponente dos últimos anos, não foi bem na Série A2 e ficou bem longe do acesso. Já o Cresspom, caiu para a terceira prateleira do desporto feminino.

Outro ponto forte do Real Brasília é a manutenção da espinha dorsal do elenco. Nomes como o de Sassá, Gaby Soares, Nenê, Dani Silva e da goleira Dida dão esperanças para uma dobradinha do Real Brasília no Masculino/Feminino em 2023, feito nunca alcançado no futebol regional. As Leoas do Planalto ainda contam com duas atletas na Copa do Mundo Feminina. Lorena Bedoya e Lady Andrade estão ajudando a Colômbia na histórica campanha da seleção, que contou, inclusive, com vitória sobre a poderosa Alemanha.

No comando técnico, Adilson Galdino deu lugar à Camilla Orlando. Campeã da Série A2 com o Red Bull Bragantino em 2021 e com história escrita pelo Cresspom nos tempos de atleta, Camilla comentou as expectativas para o torneio. "Eu estou indo para o meu 5º mês no clube e o Candangão é a oportunidade perfeita para dar continuidade ao trabalho, para o desenvolvimento do time e que favoreça o jeito de jogar das atletas, um jogo ofensivo e coletivo. Será meu primeiro Candangão como treinadora, já disputei como atleta e as expectativas são as melhores possíveis", disse.

Eu estou indo para o meu 5º mês no clube e o Candangão é a oportunidade perfeita para dar continuidade ao trabalho, para o desenvolvimento do time e que favoreça o jeito de jogar das atletas, um jogo ofensivo e coletivo

Camilla Orlando

Técnica do Real Brasília

Sobradinho

Com a missão de beliscar a vaga na Série A3 do Campeonato Brasileiro Feminino, o Sobradinho quer surpreender na competição local na atual temporada. No ano passado, quando a equipe disputou o certame após uma parceria com o Fúrias, equipe da cidade comandada por Shara Figueredo, as Leoas da Serra foram eliminadas na primeira fase, após amargar a lanterninha do Candangão com nenhum ponto.

Neste ano. com a proximidade da competição local, o presidente do clube, Túlio Lustosa, fez alterações na diretoria do departamento de futebol feminino e acabou tirando Shara do comando da equipe. Com isso, as atletas que vinham desde o ano passado também deixaram o Sobradinho. A equipe se movimentou para formar o elenco para a disputa.

O time fez uma modificação até no nome. O projeto vai se chamar Arena Sobradinho Futebol Feminino e ficará sob o comando da gestora Andréa Pontes. Mesmo com todas as mudanças às vésperas do Campeonato Candango Feminino, o esquadrão alvinegro superou os imbróglios, está pronto para entrar em campo em busca de surpreender.

De olho na terceira divisão nacional, Tiago Santiago, técnico das Leoas da Serra, comentou sobre o objetivo ao final do campeonato. "A gente tá focado em buscar essa vaga na Série A3. Cada menina que contratamos foi muito bem pensada, seja pelo alto nível técnico, seja pela capacidade de fazer mais de uma função ou pela experiência em disputar grandes competições e estar acostumada a brigar por títulos", afirmou. A preparação para o Candangão Feminino começou em 11 de julho, cuidando da preparação física e fortalecimento muscular.

A gente tá focado em buscar essa vaga na Série A3. Cada menina que contratamos foi muito bem pensada, seja pelo alto nível técnico, seja pela capacidade de fazer mais de uma função ou pela experiência em disputar grandes competições e estar acostumada a brigar por títulos

Tiago Santiago

Técnico do Sobradinho
- Continua após a publicidade -

Regulamento

  • A fórmula de disputa do Campeonato Candango Feminino de 2023 foi acertada entre os clubes e a Federação de Futebol do Distrito Federal (FFDF) em reunião do Conselho Arbitral. Na primeira fase, todos os clubes jogam contra si ao longo de sete rodadas, com uma equipe folgando em cada jornada.
  • Os quatro mais bem colocados avançam às semifinais da competição local e se enfrentam em um cruzamento olímpico (1º x 4º e 2º x 3º). As semifinais serão jogadas em sistema de ida e volta. A decisão será em partida única, com o mando de campo pertencendo à FFDF.
  • Cresspom, Minas Brasília e Real Brasília têm vagas garantidas em torneios da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) em 2024. Com isso, os demais participantes lutam por uma vaga na Série A3 do Campeonato Brasileiro Feminino. Quem terminar em melhor posição abocanha o calendário nacional.
- Continua após a publicidade -
  • Expediente
  • Distrito do Esporte - Guia do Campeonato Candango Feminino 2023
  • Textos: Bruno H. de Moura, Danilo Queiroz, Lucas Espindola, Maurício Carvalho, Michael Nunes, Rayssa Loreen, Victor Parrini e Vitória Carvalho.
  • Edição e revisão: Danilo Queiroz e Lucas Espíndola
  • Artes: Danilo Queiroz
  • Projeto Visual: Danilo Queiroz
P