Uma situação muito desagradável e inaceitável ocorreu no jogo entre Ceilândia e Sobradinho, válido pela sétima e última rodada do Campeonato Candango Feminino. As equipes se encontraram no Estádio Maria de Lourdes Abadia, o Abadião, em partida considerada como uma final antecipada, já que foi o confronto direto para a classificação para às semifinais do Candangão Feminino e a vaga na Série A3 do Campeonato Brasileiro. Ofensas racistas foram proferidas em direção a goleira do Sobradinho.
Myh, profissional das Leoas da Serra, foi alvo de racismo dentro das quatro linhas. Quando o relógio marcava 24 minutos do primeiro tempo no Abadião, a goleira chamou o árbitro Matheus de Moraes para relatar que estava sofrendo ofensas vindo da arquibancada. Então, Myllene Batista disse ao juiz que foi chamada de “cabelo de boneca” e “cabelo de barbante”. O jogo foi paralisado e Matheus Moraes conversou com o delegado da partida e as capitães de Ceilândia e Sobradinho.
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Seguranças foram deslocados para identificar o torcedor, mas o mesmo foi embora do estádio. A Polícia Militar do Distrito Federal chegou minutos depois. Ainda na súmula, Matheus Moraes informou que o Sobradinho Esporte Clube, equipe de Myllene Batista, fez um boletim de ocorrência online sobre o caso. Confira abaixo o que o árbitro relatou em documento oficial da Federação de Futebol do DF após a partida.
O Distrito do Esporte entrou em contato com a goleira, que mesmo com o ocorrido, demonstrou muita felicidade com a classificação para a próxima fase e a vaga na Série A3 do Campeonato Brasileiro. À reportagem, Myh relatou que além de ser chamada de “cabelo de barbante e cabelo de boneca”, sofreu outras ofensas. “Ele ainda me xingou de fraca, doida, ridícula, retardada, burra, mongol e rapariga. Tudo isso após uma jogada dentro da área”, afirmou.
Myllene continuou o relato sobre as ofensas. “Depois desses xingamentos, eu virei para ver quem estava me xingando, aí ele me deu dedo e me chamou de cabelo de boneca. O que mais me machucou foi ele ter me chamado de cabelo de boneco”, concluiu. A goleira ainda comentou que fez o boletim de ocorrência juntamente com o Sobradinho. Esta não é a primeira vez que um caso de racismo acontece no Candangão Feminino. Em 2021, Buga, ex-atleta do Cresspom, sofreu com as ofensas.