Distante dos tempos áureos onde competia com outros estados, o futebol do Distrito Federal ainda coleciona personagens, histórias e curiosidades pra lá de peculiares. Em breve, em 18 de janeiro, dez equipes, tradicionais e mais novas, entrarão em campo pelo Campeonato Candango em mais uma temporada. Cada um desses clubes conta com uma particularidade e torcedores diferentes, que seguem o clube em fases boas e ruins. Na série Fanáticos, o Distrito do Esporte contará a história de entusiastas de cada um dos times do Candangão 2025.
O Rio de Janeiro, além de conhecido como ‘Cidade Maravilhosa’, também é famoso pelos grandes clubes de futebol ali situados. Vasco da Gama, Fluminense, Flamengo e Botafogo costumam liderar as pesquisas de torcida no estado. Mesmo assim, existem aqueles que se apaixonam por outras tradicionais equipes cariocas, como América, Bangu e Madureira. Mas, Ronison José, nascido em Coelho Neto, na Zona Norte da capital fluminense, se apaixonou ainda cedo por um clube situado à 1.167km de casa: o Brasiliense Futebol Clube.
Ronison se apaixonou pelo Jacaré ainda criança, aos nove anos, sem qualquer influência de família ou amigos. “Eu assisti um jogo pela televisão, quando o Brasiliense estava na Série B (do Campeonato Brasileiro). Não sei porquê, mas eu gostei e não parei mais de acompanhar. Eu assistia todas as partidas. Se tivesse algum compromisso marcado em dia de jogo, eu não ia e ficava em casa assistindo. Depois que eu vim para Brasília em 2018, estou em praticamente todos os jogos, sempre acompanhando”, relembrou.
O carioca ainda conta que quando criança chegava a chorar quando não assistia aos jogos do time. “Eu ficava chateado, chorando. Se eu perdesse o jogo do Brasiliense, sendo pelo computador, eu ficava com raiva. Até hoje é assim. Agora que moro aqui e dá pra assistir de perto, me sinto mal se não estou lá no jogo.” Ronison ainda realça que não tem simpatia ou torce para outro time. “Todo mundo fica espantado quando eu falo que eu sou carioca e torço só pro Brasiliense. Não tenho outro time e jamais vou abandonar o Jacaré”, reforçou.
Hoje, Ronison mora em Brasília junto ao pai, mas relembra que a primeira vez que viu o time de coração de perto foi enquanto ainda morava no Rio de Janeiro. “Foi contra o Madureira, em 2013, pela Série C do Campeonato Brasileiro. Só tinha eu de torcedor do Brasiliense no estádio. Por isso, eu até ganhei uma camisa autografada do técnico e um boné do médico da equipe. Tenho eles aqui até hoje.”
Mais velho e mais próximo do ‘Ense’, hoje o carioca de 25 anos conta com uma farta coleção de camisas do clube, mas relembra a dificuldade que tinha para conseguir os itens enquanto residia na terra natal. “Lá no Rio era difícil conseguir camisa do Brasiliense. Eu fui ter minha primeira camisa porque um amigo do meu pai, o Carneiro, trazia de Brasília. Aí depois que eu vim morar aqui, passei a colecionar e tenho mais de 20 camisas”, contou.
Clique e leia mais sobre o Brasiliense:
- Fim da linha: Brasiliense é derrotado pelo CRB e dá adeus à Copinha 2025
- Campeão da Série C com o Volta Redonda é anunciado pelo Brasiliense
- Atleta que atuou na Série C em 2024 é contratado pelo Brasiliense
Mesmo com a traumática eliminação nas quartas de final da Série D de 2024, Ronison é otimista para esta edição do Campeonato Candango. “Em relação à temporada passada, todos nós sabíamos que naquele jogo do acesso ou o Brasiliense ressurgia pro cenário nacional ou teríamos que recomeçar tudo do zero. Mas, particularmente, estou muito tranquilo em relação a esse ano. Teve a continuidade do excelente técnico e dos jogadores que quase subiram para a Série C. Isso tranquiliza.”
O Jacaré entra em campo pela primeira vez em 2025 diante do Samambaia. O time de Ronison estreia em casa, no Estádio Serejão, às 16h, em 19 de janeiro.
Esse seu amor pelo Brasiliense é inexplicável!!!
Parabéns pela matéria, Luís! A série fanáticos tá incrível!