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terça-feira, 26 de novembro de 2024

Edmilson Marçal rebate Júnior Araújo e diz: “não fui eu que o procurei”

Presidente da Águia deu sua versão sobre as acusações do ex-treinador do time e o planejamento para a última e decisiva rodada do Candangão

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Por Bruno H. de Moura e João Marcelo Pepi

Após saída conturbada do comando do Taguatinga, o treinador Júnior Araújo criticou o trabalho interno do presidente da Águia, Edmilson Marçal. O Distrito do Esporte procurou o mandatário que rebateu todas as acusações, disse não ter procurado o técnico, e sim que o próprio havia se disponibilizado para assumir o clube na reta final do Campeonato Candango BRB 2022. Marçal descreveu o treinador como alguém de personalidade difícil, falou sobre fatos antigos e a possibilidade de treinar a equipe no último jogo da competição.

Em áudio enviado à equipe de reportagem do Distrito do Esporte, Marçal falou sobre as acusações de Júnior e como sempre o protegeu. “Eu nunca imaginei que ele chegasse a esse ponto. Isso só demonstra que realmente eu tinha razão. Sempre fiz de tudo para protegê-lo, sempre protegi dos problemas que ele atrai. Ano passado ele teve problemas com pessoas da crônica desportiva e xingou a pessoa, mas mesmo assim eu contornei, protegendo-o”, disse.

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Na primeira passagem do treinador pela Águia, houve atrito entre o comandante da equipe e os atletas, segundo Marçal. “No primeiro ano dele aqui, houve uma reunião com os atletas e eles pediram a saída dele. Eu tentei contornar a situação e os jogadores falaram que pediriam demissão em massa caso ele não saísse. Eu não gostaria de expor isso, mas como ele está me expondo, eu tenho que contar alguns fatos”, explanou.

Ainda falando sobre o primeiro ano do treinador no TEC, Marçal disse ter tentado proteger o treinador e que a decisão pela saída foi somente de Júnior Araújo. “Nessa situação, eu ainda conversei com ele, mas foi o primeiro a dizer que não ficaria se fosse daquele jeito. Ele não quis nem minha intervenção para tentar ajudá-lo e por isso ele saiu”, complementou.

Procura, acordo e saída

Ao falar sobre a última passagem, Marçal foi enfático. “Com relação a esse ano, eu não o procurei. Eu quero deixar bem claro, não fui que o procurei. Ele me procurou e fez questão de vir. Eu passei para ele o que estava a situação do time: muito cansado e estressado. A gente tinha duas partidas e seria ideal poupar alguns atletas para tentar uma última tentativa contra o Brasília. De pronto, ele concordou e também deu a mesma ideia”, ressaltou.

O mandatário explicou o acordo que tinha com Júnior. “Ele não veio trabalhar para mim de graça. Ele fez uma exigência de que depositasse R$ 20 mil na conta dele para ele vir. Eu disse ‘pera aí, não é assim’. E aí ele fez uma nova proposta: faria os dois jogos para mim e caso salvasse o time, ele receberia R$ 30 mil posteriormente. Houve uma contraproposta e fechamos em R$ 25 mil caso ele salvasse o time. Por isso, também ele concordou em poupar alguns atletas, não fui eu que mandei. Eu não decidi em nenhuma escalação dele, isso foi combinado”, esclareceu.

Sobre a procura pelo comando técnico, o presidente do TEC disse não ter ido atrás de Júnior Araújo. “Ele não pode falar isso, que eu fui atrás dele para me ajudar. Eu não vou ofendê-lo, mas vou tomar minhas providências. Ele costuma ofender todas as pessoas e ficar impune. Ele já ofendeu atleta e os jogadores me procuram para falar, mas não tem coragem de falar com ele (Júnior Araújo), isso é normal, natural. Então, quando chega ao ponto de um atleta falar com o presidente, é porque está insuportável. Atleta não gosta de pedir coisas para presidente”, argumentou.

Outra acusação rebatida foi de colocar uma jovem promessa em campo. “Houve dois treinos antes daquele jogo (partida contra o Brasiliense). Ele testou esse menino de 17 anos que ele falou na matéria. Testou e retestou. E ele decidiu pôr o menino, pois daria conta. O menino não cometeu um erro no jogo, só não foi um Zico, mas ele não perdeu uma bola, não cometeu uma falha, ele (Júnior) está querendo só jogar merda no ventilador. Eu não sei o porquê, ele acaba só se queimando. Eu por mim, protegeria ele disso aí”, expôs.

Edmilson Marçal afirmou não ter demitido o treinador. “Eu não o demiti. Eu falei que o grupo estava muito, que eu estava preocupado com o comportamento do grupo e com o sentimento do grupo com ele para esse último jogo (contra o Brasília) e que iria conversar com ele. Eu até disse que às vezes seria melhor até eu assumir, mas que iria conversar com ele e aí ele me bloqueou, e começou a falar esse um monte de coisa. Eu chamei ele para vir falar comigo e ele não veio. Então, não houve facada pelas costas”, assegurou.

“Isso é tudo errado. Quem me conhece, sabe que eu não sou canalha e eu gostaria de fazer minha defesa dessa forma. Eu acho que tudo tem um limite. Os planos dele não deram certo. Inclusive, eu sugeri a escalação de um atleta e que no final acreditei que eu tinha razão porque achei que ele errou em não ter escalado, mas não vou falar nomes. E também eu só sugeri ‘olha, seria bom’ como presidente, como amigo que eu pensei que fosse”, lamentou.

Marçal analisou o desempenho dos dois treinadores. “Pelo insucesso do trabalho, não só pelo resultado, mas pelo insucesso da forma de trabalho dele nesses dois últimos jogos que eu precisaria que realmente fechasse o grupo, que tivesse uma motivação. Eu não tirei o (Luís Carlos) Prima por falta de trabalho, eu achava que o grupo precisava de um choque para reagir e trouxe ele (Júnior Araújo). Só que o choque dele foi muito além, muito diferente do que os treinadores costumam fazer e isso afetou o grupo. Afetou de tal forma que o trabalho para mim, no meu ponto de vista, ficou inviável”, descreveu.

O presidente do Taguatinga fez questão de deixar claro, mais uma vez, que não dispensou o treinador. “Mas eu não o demiti, chamei para conversar e aí ele já interpretou dessa forma. As poucas pessoas que o conhecem, eu não precisaria nem dar a resposta”, finalizou.

Futuro do comando técnico do Taguatinga

Perguntado pela equipe de reportagem do Distrito do Esporte se comandaria o Taguatinga na última e decisiva rodada do Candangão BRB, Edmilson Marçal disse ser grande a possibilidade.  “Provavelmente. Entendo que a chegada de qualquer outro treinador não iria ajudar. Talvez até atrapalhar”, afirmou o mandatário.

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