O DF Legal, órgão de fiscalização do Governo do Distrito Federal (GDF), decidiu nesta terça-feira (10/10) interditar o Estádio JK, no Paranoá. Atual dono das chaves da arena, o Capital publicou uma nota nas redes sociais e lamentou a ordem. No texto, o clube afirmou que foi uma “decisão unilateral” e expressou consternação devido a situação. Em contato com o Distrito do Esporte, o DF Legal justificou a medida.
Em vídeo divulgado nas redes sociais do clube azul, o presidente do time, Godofredo Gonçalves, se mostrou contrário a medida do DF legal e ressaltou que o fechamento do Estádio JK atinge diretamente as mais de mil crianças atendidas no local. “A gente foi golpeado com uma situação dessa. A gente tenta se manter motivado, mas infelizmente tem hora que não dá. Estamos tomando as devidas providências para comprovar a situação de regularidade”, disse.
O mandatário ainda definiu o momento como “situação de desconforto” e concluiu: “fazer futebol é algo sério e deveria ser apoiado, incentivado”. Segundo Godofredo, a partir desta quarta-feira (11/11), o Complexo JK não irá receber nenhuma atividade até que o “órgão reveja suas ações”. Na mesma publicação, escreveu que “para ajudar são poucos, para ajudar e prejudicar, inúmeros”. Além disso, o texto também cita que os trabalhos sociais feitos com mais de mil crianças em situação de vulnerabilidade social.
Confira a nota do clube
É com muita consternação que informamos que o Estádio JK, onde mais de mil crianças em vulnerabilidade praticam atividades esportivas totalmente gratuitas e com toda alimentação e estrutura necessária e algumas dezenas de profissionais desempenham seu digno trabalho diário, foi interditado nesta terça-feira (10/10). Em uma decisão unilateral, o DF Legal estabeleceu o fechamento do local e a consequente e lastimável interrupção de todas as iniciativas sociais desenvolvidas no local.
É importante frisar que o estádio foi totalmente revitalizado com verba própria do Capital CF após 11 anos esquecido e completamente inativo. Além da profunda reforma, todas as normas de segurança, acessibilidade, saúde e integridade física dos usuários do espaço foram rigorosamente obedecidas, o que podem ser comprovados por laudos emitidos pelas forças de segurança e pelos órgãos fiscalizatórios competentes do DF. O espaço, bem como sua estrutura e destinação de uso, está amplamente amparado pela Lei Geral do Esporte e pela lei que criou o Programa Adote uma Praça, do Governo do Distrito Federal.
Em 2023 o estádio recebeu mais de 40 agremiações profissionais e amadoras que utilizaram o espaço em suas competições, o que também deixa de ser possível agora. Desde já o Capital CF enfatiza que já toma as medidas cabíveis com vista a reversão da infeliz imposição e, cientes de que o órgão vai repensar essa decisão; coloca-se inteiramente à disposição para prestar quaisquer que sejam os esclarecimentos e apresentar todos os laudos necessários já e devidamente endossados por todas as entidades competentes.”
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O que diz o DF Legal
Procurado pela equipe do DDE, o DF Legal confirmou que as atividades no Estádio JK devem ser encerradas imediatamente. Além disso, a pasta informou que o pedido de análise do Capital já está sendo analisado. Confira a nota na íntegra:
“A Secretaria DF Legal informa que lavrou o auto de interdição pelo desenvolvimento de atividade de gestão de instalação esportiva (Estádio JK) para organização de eventos esportivos e prática de esporte sem todas as autorizações específicas expedidas. Por se tratar de atividade com grau de risco alto, conforme os itens III e IV, do anexo VI do Decreto 36.948/2015, o estádio foi interditado, devendo encerrar as atividades imediatamente. Após a interdição, o Capital CF enviou um ofício a esta pasta contestando a autuação e o recurso já está sendo analisado.”