Por Bruno H. de Moura
A pandemia de coronavírus interrompeu uma ótima campanha do Formosa Esporte. A equipe goiana estava em franca ascensão, havia garantido a melhor colocação do time na última década e vinha embalada para encarar o Taguatinga nas quartas-de-final do Campeonato Candango. Mas todo o bom trabalho de Heli Carlos teve de ser interrompido e os quatro meses e meio entre o último jogo da Tsunami do Cerrado, contra o Gama, e a partida da próxima quarta-feira (12/08) diante do Taguatinga, mexeram com o clube e com a cidade.
O Formosa passou por maus bocados na pré-temporada para a fase final. Próximo da data inicialmente planejada para o retorno, o governo de Goiás decretou um lockdown intermitente – 14 dias aberto, 14 dias fechado. A prefeitura municipal de Formosa foi a única cidade entre as 12 do entorno do DF que aderiu a esse modelo de isolamento. O clube precisou adiar sua volta aos treinos. À época, o presidente do clube, Henrique Botelho, disse ao Distrito do Esporte que considerava vir com todo o plantel para o Distrito Federal, o que não se concretizou pelo altíssimo custo.
Dinheiro, inclusive, é uma pedra no sapato do Formosa. O clube rescindiu todos os contratos com seus jogadores ainda em março. FGTS, INSS e outros benefícios caíram na conta dos atletas e o alviverde goiano economizou três meses de folha de pagamento. Mas nem por isso a equipe tem um caixa comparável a possíveis adversários nas semifinais, como Brasiliense e Real Brasília. Por outro lado, seu antagonista nas quartas-de-final também demitiu todo o plantel e criou um time rapidamente, formado por jovens jogadores, para finalizar o campeonato.
Três amistosos, duas vitórias
Em 22 de julho, uma quarta-feira, o time de Heli Carlos reapresentou-se no estádio Diogão. Além de 14 atletas que estavam com o grupo de janeiro à março, outros 12 jogadores, muitos conhecidos da torcida do Tsunami do Cerrado se reapresentaram. Michael Paulista, Marcos Paullo, Foguinho, Matheus e Mário Paiva foram alguns que voltaram ao Formosa. Taison, Zé Wilson e Edinho Guerreiro são novidades para a torcida alviverde. Do antigo grupo, Wesley Brasília, João de Deus, Lennon, Caio Carioca e Andrezinho se destacaram antes da pandemia e seguem na equipe. Glauber e Jessuí se despediram do Formosa Esporte.
Com pouco tempo de preparação, o Formosa realizou três amistosos. O primeiro contra a Evangélica/GO desagradou a torcida. A menos de 10 dias do retorno o time de Heli Carlos entrou sem ritmo de jogo, preparo físico e articulação. Acabou derrotado por 1 a 0. Na segunda partida amistosa o treinador alterou peças, rodou o time e fez vários testes. Funcionou. O alviverde saiu com o placar mínimo do estádio Diogão diante do amador Estrela Vermelha. Por fim, o clássico entre Formosa e Sobradinho marcou o último amistoso do Tsunami do Cerrado. Quem viu o jogo sentiu uma evolução, mesmo que tímida, no Formosa Esporte. Rodando bastante o elenco pré-pausa com os reforços deste segundo semestre, Heli Carlos anotou a segunda vitória em três amistosos, novamente por 1 a 0.
Heli Carlos acredita na força do elenco alviverde
Ao Distrito do Esporte, o comandante do Formosa Esporte há mais de dois anos, Heli Carlos, disse sobre esse período de preparação e retomada das atividades do Tsunami do Cerrado. Para Heli, cria esportiva do Formosa, o time tem todas as condições de superar as dificuldades impostas pelos problemas da pandemia. “O Formosa Esporte se encontra na fase final de preparação para fazer a retomada do campeonato. Agora estamos com muitas dificuldades, o trabalho não está fácil, o tempo foi muito pouco, não foi hábil para colocar em condições físicas e técnicas e táticas para fazer esse retorno novamente.”
O preparo para o confronto da próxima quarta-feira não foi fácil. Com dificuldades de tempo e com a imposição de um novo protocolo de saúde pela pandemia, o Formosa terá de superar o tempo exíguo de preparação física. “Dentro de um protocolo de saúde pública, tendo muito cuidado, e estamos retomando na quarta-feira contra o Taguatinga para a gente tentar prosseguir nesse campeonato. Precisamos pular algumas etapas, passar por cima de carências físicas e retornar. Nosso time vem com 70% do elenco de volta ao Formosa Esporte, tivemos algumas contratações para recompor a falta de 100% do elenco”, afirmou o treinador.
Mas as dificuldades não assustam Heli Carlos. O comandante crê que a força do grupo e dos jogadores levará o Tsunami do Cerrado longe nesse campeonato. “Estamos com grande expectativa, esperança, com muita fé de que podemos conseguir o nosso objetivo de passar de fase, mesmo sabendo que serão dois jogos duríssimos, às 10h30 da manhã, um horário cruel, duro, mas a gente crê muito na força de vontade, na determinação, no querer os nossos objetivos. Que Deus possa nos abençoar, iluminar, que a gente esteja num dia bom, porque mata mata é um campeonato diferente, decisão é diferente, são jogos diferentes, o que já foi feito ficou para trás, não faz parte mais. Agora as coisas têm de acontecer positivamente agora da frente, esse é nosso sonho, objetivo e nosso interesse. Nós acreditamos muito na força do grupo, na força que esse grupo tem de vontade e determinação.”
Elenco do Formosa para o retorno do Candangão 2020
Goleiros: Lennon, Alison e Matheus;
Zagueiros: Bruno Costa, Elton, Mário Paiva e Taison;
Laterais: Andrezinho, Rafinha e Gabriel Costa;
Volantes: Everton Cézar, Caio Carioca, Zé Wilson, Edinho Guerreiro, Thiaguinho e Foguinho;
Meio-campistas: Maiqui, Mário Neto, Ronan e Marcos Paullo;
Atacantes: João de Deus, Weslley Brasília, Cardoso, Michael Paulista, Formiga e Raí.
Comissão técnica
Técnico: Heli Carlos;
Preparador Físico: Rodrigo Ferreira;
Preparador de Goleiros: Rodrigo Sales;
Massagista: Batatinha;
Mordomo: Luciano Sombra.
Roupeiro: Tallys Dantas.
Patrocinadores
Shimizu Fertilizantes, PR Industrial, Grama Shimizu, G7 Net, Promove Consultoria, Café Estrela Dalva, Tratortem, Clube e Pousada Martins, Academia Kayto e Clínica de Fisioterapia Oshiro
