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segunda-feira, 25 de novembro de 2024

Com lockdown, maioria dos dirigentes apoia jogos do Candangão no Entorno

Reportagem do DDE conversou com cartolas de sete clubes sobre a possibilidade de transferências de partida do torneio local. Medida pode ser proposta pela FFDF

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Por Bruno H. de Moura e Lucas Espíndola

O bastidor do futebol local foi pego de surpresa com a decisão do governador Ibaneis Rocha (MDB) de decretar lockdown total na capital federal como medida de prevenção à disseminação do novo coronavírus. No dispositivo, publicado na noite de sexta-feira (26/2), o chefe do Executivo local, entre outras medidas, proibiu a realização de todo e qualquer evento esportivo no DF, inclusive campeonatos de qualquer natureza. Com isso, o Campeonato Candango pode parar no Entorno.

Baseada na possibilidade, a reportagem do Distrito do Esporte consultou dirigentes dos clubes do Candangão para saber como cada equipe vê a possibilidade de se mudar provisoriamente para o Entorno. Até o fechamento desta matéria, representantes de Ceilândia, Taguatinga, Brasiliense, Real Brasília, Unaí, Formosa e Capital retornaram à solicitação para comentar a proposta que deve ser encaminhada para votação na segunda-feira (1º/3). Em caso de novos posicionamentos, o texto será atualizado.

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No dia da publicação do decreto, foi estabelecido que as restrições teriam validade a partir da 0h01 deste domingo (28/2). Com isso, somente quatro jogos da segunda rodada da competição local tiveram tempo hábil de serem realizados. Na sexta-feira (26/2), o Capital venceu o Real Brasília, por 3 a 0, no Mané Garrincha, e o Gama ganhou do Ceilândia, por 2 a 0, no Abadião. No sábado (27/2), o Taguatinga goleou o Formosa, por 5 a 2, e o Unaí somou três pontos contra o Santa Maria, por 1 a 0.

Ademais, os jogos entre Brasiliense x Samambaia e Sobradinho x Luziânia foram suspensos. As rodadas seguintes do Candangão também estão, a priori, sem data para serem realizadas. Para contornar o problema, a Federação de Futebol do Distrito Federal (FFDF) agendou para segunda-feira (1º/3), às 10h, uma reunião com os presidentes das 12 agremiações participantes da competição para debater os rumos com o lockdown.

Apesar de ter sido surpreendida com a adoção repentina da medida, a FFDF já tinha em mente diversos cenários para a continuidade do campeonato em caso de proibição de jogos na capital federal. Uma das ideias consideradas internamente é a transferência de jogos para cidades do Entorno que não tenham tais restrições. O cenário, inclusive, deve ser proposto no encontro da cúpula de cartolas do Candangão.

Brasiliense
Procurada, a presidente do Brasiliense, Luíza Estevão, se desculpou e pediu para não comentar a possibilidade de transferência, mas afirmou que o clube “seguirá os protocolos que forem passados”. O DDE apurou com fontes do Jacaré que não deve haver resistência caso a FFDF sugira jogos fora da capital federal.

Capital
Em contato com o DDE, o presidente do Capital, Godofredo Gonçalves, disse que Godofredo ainda iria “analisar o texto do decreto” publicado pelo GDF. Porém, o mandatária do Coruja acrescentou “que não se opõe a jogar no Entorno do Distrito Federal”

Ceilândia
O presidente Ari de Almeida afirmou se contra a transferência de jogos para fora do DF. “Sou totalmente contra ir para o Entorno. O Ceilândia não topa. A federação deve trabalhar para resolver essa situação. Se o governo suspender por 90 dias, suspende o Candangão por 90 dias. Não estou apaixonado pelo campeonato. Já deixei isso claro. Inclusive, sempre deixei em alerta que iria acontecer lockdown. Chamei o Daniel em encontros e disse isso. Sou a favor de suspender o torneio e não levar para o Entorno. Estou tranquilo e a decisão que tomarem eu acato, mas sou totalmente contra levar os jogos para Goiás.”

Formosa
Presidente do Formosa, Marcelo Lucas Ribeiro se posicionou favoravelmente à transferência de jogos. “Acho que é justo, humano é o ideal. Pois, se dizer uma conta simples de que cada equipe emprega diretamente 50 famílias entre atletas, comissão e funcionários, fora os indiretos, são 600 famílias que dependem disso. Sou totalmente a favor. E, levando em consideração, que em nosso evento são 100% testados e que, sendo assim, não leva risco algum a ninguém. O risco é ir à padaria, no supermercado, onde ninguém está testado e ninguém sabem quem é quem, mas, mesmo assim, sabemos que são trabalhos essenciais.”

Real Brasília
Procurado pelo DDE, o presidente Luis Felipe Belmonte disse ser contra a suspensão do Candangão pelo lockdown. “Não há motivo que justifique a paralisação do campeonato. Todos são testados e só entra no estádio que passou por esse processo. São mantidos todos os cuidados. No feminino não teve problema nenhum. No masculino também não. Não há justificativa real e razoável para que seja suspenso o campeonato profissional. Todos os cuidados estão sendo tomados e não tivemos nenhum caso de Covid-19 registrado até agora com esse tipo de atividade. O primeiro ponto que questiono é a razão de interromper algo que não tivemos problema e está tudo controlado. Não sou a favor de ir para outro lugar. Sou a favor que, nesse caso, seja mantida a liberação porque não há causa que justique pela absoluta ausência de um caso sequer por conta da realização do Campeonato Candango.”

Taguatinga
Contrário à paralisação do campeonato, o presidente Edmilson Marçal alertou para os prejuízos causados pelo adiamento de jogos. “Falei com o Careca (diretor de competições da FFDF). O jogo do Brasiliense não tinha como suspender porque eles já tem um jogo atrasado e irão ficar com dois. Terão que cumprir para poder atualizar nossas rodadas, mas eles disseram que não conseguem. Vamos ter que decidir. Eu não sou a favor disso. Na outra vez fizemos em CT. O importante é fazer. São todos com portões fechados mesmo.”

Unaí
Lamentando a restrição no Distrito Federal, o presidente do Unaí, Major Elias Andrade, também não se opôs à transferência. “É uma pena esse lockdown. A sugestão é fazer os jogos em Unaí, Luziânia e Formosa se não tiver nenhum problema lá. O Campeonato Candango não pode parar, senão teremos prejuízos demais”.

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