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segunda-feira, 25 de novembro de 2024

CBF nega venda de mando, mas regulamento cita “jeitinho” para transferência

De acordo com regulamento da competição, clubes podem organizar partidas por conta própria, mas deverão obedecer critérios estabelecidos

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Por Danilo Queiroz

O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, foi ao encontro do presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Rogério Caboclo, no último sábado (29/2) para tentar reverter a decisão que impede que os clubes participantes da Série A do Campeonato Brasileiro vendam seus mandos de campo para terceiros. A informação da visita foi veiculada inicialmente pelo Correio Braziliense e confirmada pelo Distrito do Esporte. Porém, o encontro acabou não tendo efeito prático.

Para o chefe do Executivo local, a decisão afetaria diretamente o Estádio Nacional Mané Garrincha, que, na visão de Ibaneis, ficaria impedido de receber jogos da competição nacional. Entretanto, apesar de proibir que os clubes vendam suas partidas para fora de seus estados de origem, o regulamento da principal competição do futebol brasileiro diz que a prática de transferência das partidas ainda poderá ser feita, desde que seja respeitado um prazo de 30 e que a agremiação não tenha “interesse econômico” na mudança.

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Procurada pelo Distrito do Esporte, a CBF não confirmou o encontro entre o governador Ibaneis Rocha e seu presidente. Em nota oficial, a entidade máxima do futebol brasileiro se limitou a relembrar que o regulamento da Série A do Campeonato Brasileiro já foi aprovado pelo Conselho Técnico da competição, que conta com a participação dos vinte clubes da elite, e listou as situações em que uma transferência sem viés econômico possa acontecer durante o torneio nacional.

Foto: Stefany Fernanda/Distrito do Esporte

O artigo 22 do texto diz que “o mando de campo das partidas deverá ser exercido no limite da jurisdição da Federação a que pertença o clube mandante, devendo cada clube informar à Diretoria de Competições, antes do início do campeonato, o estádio por este indicado, situado na cidade onde o clube tenha sua sede permanente”. Uma possível transferência deverá ser informada à entidade com, no mínimo, 30 dias de antecedência e deve cumprir alguns requisitos. São eles:

A prática não pode representar:
1- prejuízo ao equilíbrio técnico da competição;
2- prevalência do interesse econômico particular do clube, em detrimento dos aspectos técnicos da competição;
3- prejuízo da presença dos torcedores do clube mandante no estádio escolhido;
4- privilégio de qualquer natureza em favor do clube adversário, como inversão ou comercialização do mando de campo;
entre outros aspectos a serem avaliados pela DCO.

Desta forma, o Distrito Federal poderia receber partidas de clubes como Flamengo, Vasco da Gama, Corinthians, São Paulo e Palmeiras, equipes que possuem ampla torcida na capital federal. Os jogos, porém, terão que ser organizados pelos clubes, o que impede empresas de terceiros realizarem a compra. Equipes com baixo índice de adeptos em Brasília como Sport, Bragantino e Coritiba, por exemplo, ficariam impedidos pelo item 3 descrito na sessão que regulamenta a transferência.

Arena BSB não participou das tratativas

Uma das partes mais interessadas nos jogos da Série A do Brasileirão em Brasília, a Arena BSB, empresa vencedora da licitação de transferência à iniciativa privada e que tem a posse do Estádio Nacional Mané Garrincha por 35 anos, disse não ter participado do encontro entre Ibaneis Rocha e Rogério Caboclo no Rio de Janeiro. Em contato com a reportagem do Distrito do Esporte, a assessoria de imprensa da nova mantenedora disse que também não foi informada oficialmente de nenhuma mudança.

Após os clubes decidirem vetar a venda de mando de campo durante a disputa da competição nacional, o consórcio afirmou, também através de nota oficial, que havia tomado conhecimento da medida através das notícias veiculadas pelas imprensa e estava “avaliando as implicações da medida na operação do Mané Garrincha”. Na última temporada, o principal estádio do Distrito Federal. Na última temporada, o palco esportivo recebeu cinco jogos durante o Brasileirão.

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