O Distrito Federal tem uma série de clubes que já não exercem mais o futebol de forma profissional. Muitos deles, inclusive, contam com conquistas de taças do Campeonato Candango em sua história. Porém, o tempo foi cruel com essas agremiações e hoje elas estão apenas no imaginário dos torcedores locais, longe das disputas de torneios distritais – seja de primeira ou segunda divisão.
O futebol candango conta com cinco clubes que foram campeões locais e que não figuram na elite: Brasília, Taguatinga, Guará, CFZ e Tiradentes. Ao todo, esses times possuem 16 taças do Campeonato Candango. Mesmo tão gloriosos, o quinteto acabou caindo no ostracismo, com poucas histórias de recuperação.
Deles, apenas dois ainda estão em atividade: Brasília e CFZ tentarão retornar aos seus dias de glória disputando mais uma edição da segundona do futebol candango no segundo semestre. Os demais estão apenas na história do esporte do Distrito Federal. Tiradentes, Guará e Taguatinga estão licenciados da Federação de Futebol (FFDF) e não dão qualquer sinal de que um retorno possa acontecer.
Veja a situação de cada uma das equipes que já foram campeãs locais:
Brasília
O Brasília é uma das equipes mais tradicionais e com mais história no futebol do Distrito Federal. Com seus oito títulos candangos, o time foi por muito tempo a principal equipe local. O colorado, inclusive, é a equipe local com mais tempo de atividade profissional. Porém, o clube entrou em crise e amargou rebaixamentos em 2001 e 2002.
Sem disputar o retorno à elite em 2005, o time acabou sendo obrigado a recomeçar e disputar a terceira divisão local em 2006. Após recuperação nas temporadas seguintes, o Brasília voltou à Série A do DF e acumulou quatro vice-campeonatos – em 2009, 2013, 2014 e 2015.
Em meio à isso, o clube teve outra queda em 2011, retornando logo no ano seguinte. No período, o colorado também conquistou o título da Copa Verde sobre o Paysandu em 2014, o que lhe deu direito de jogar a Copa Sul-Americana em 2015. Com isso, o colorado foi o primeiro clube local a disputar um torneio organizado pela Conmebol.
Porém, em 2017 o colorado protagonizou mais uma mancha em sua gloriosa: o time foi rebaixado após péssima campanha no Candangão daquele ano. Nesta temporada, o Brasília voltará a disputar a segunda divisão local buscando o terceiro acesso de sua história para retornar aos seus dias mais brilhantes na elite do Distrito Federal.
Taguatinga
Dono de cinco títulos do Campeonato Candango, o Taguatinga é um dos maiores exemplos da má-gestão que assola a história de boa parte dos clubes profissionais do Distrito Federal. E a queda da Águia começou logo após de um dos seus períodos mais gloriosos, quando o clube havia acabado de conquistar seu tricampeonato local – 1991, 1992 e 1993.
Após o período de sucesso, a equipe começou um verdadeiro vai-e-vem na elite do futebol candango. Após o rebaixamento em 1996, o Taguatinga se recuperou e conseguiu o acesso logo no ano seguinte. Porém, em 1999, a Águia sofreu a queda que culminaria no fim de seu departamento de futebol.
Com dividas astronômicas e a saída de Froylan Pinto – homem forte do time, a equipe saiu de cena no futebol local. Hoje, o Taguatinga não está mais filiado à Federação de Futebol do Distrito Federal (FFDF), o que lhe dá o status de agremiação extinta.
CFZ
Fundado em 1999 para ser a filial do time de Zico no Distrito Federal, o CFZ alcançou o topo do futebol local em 2002, quando venceu o Campeonato Candango de futebol sobre o poderoso Gama. O campeonato vencido pelo time é conhecido até hoje como um dos mais bizarros da história do esporte local. O clube foi alçado ao título sob a batuta do atacante Tiano e do técnico Reinaldo Gueldini.
Porém, o sucesso na primeira divisão local não durou muito tempo e a equipe começou a descer os degraus de divisões do Candangão. Depois de ser rebaixado para a segundona do campeonato local em 2006, o CFZ sofreu outra queda no ano seguinte e foi parar na terceira divisão de 2008, de onde conseguiu o acesso que o colocou de volta na segundona na mesma temporada.
Em 2010, o CFZ conquistou o título da 2ª divisão do Candangão conseguindo assim sua volta para a para a divisão principal do futebol local. Com uma campanha pífia, o time voltou para a segundona logo na temporada seguinte e sumiu de cena, sendo que não disputou nenhuma competição oficial nos anos de 2012 e 2014. Desde então, luta para retornar à primeira divisão. Neste ano, disputará o acesso pela nona vez em sua história.
Guará
Com 61 anos de história, o Clube de Regatas Guará conquistou o Campeonaoto Candango em 1996. Porém, o primeiro grande feito alcançado pelo Lobo foi o vice-campeonato de 1960. Logo na sequência, o time deu seu primeiro flerte com a inatividade, ficando um tempo sem disputar competições oficiais. Na década de 70, o clube voltou a ativa após ser resgatado por outros times amadores.
O título candango de sua história foi conquistado após duas vitórias sobre o Gama, que era considerado o bicho-papão daquela época – o alviverde conquistou seis taças locais na década de 90. O Lobo-Guará ainda acumula outras cinco vice-campeonatos da era profissional, em 1981, 1982, 1983, 1988 e 1991. O time, inclusive, foi quem revelou o zagueiro Lúcio ao futebol. Foi pelo clube que o pentacampeão disputou a partida que o levou ao Internacional de Porto Alegre.
Após figurar entre os times da elite local por várias temporadas consecutivas, o Guará sofreu a primeira queda de sua história na temporada de 2006 ao ficar na última posição do Candangão daquele ano. Após tentar o acesso por dois anos consecutivos sem sucesso, o clube se licenciou da FFDF em 2009 e 2010.
Entre 2011 a 2016, o Guará voltou à ativa nas competições profissionais do futebol do DF, mas permaneceu todos esses anos na segundona local, o que fez o time se afastar novamente em 2017. Atualmente, o clube está inativo e não existe previsão de sua volta do futebol local.
Tiradentes
O Grêmio Esportivo Tiradentes foi um dos clubes mais tradicionais do futebol local na década de 80 e 90. Em 1988, alcançou aquele que seria seu único título no Campeonato Candango, o que o credenciou para a disputa da Copa do Brasil de 1989. No torneio nacional, o Tiradentes foi eliminado nas oitavas de final pelo Corinthians.
Nos anos 90, o rubro-negro do DF ainda figurou entre as Séries B e C do futebol nacional. Em 1995, o time passou a ser chamado de Flamengo Tiradentes. Porém, em 1996, após seu primeiro rebaixamento para a segundona, o clube se licenciou das atividades profissionais pela primeira vez em sua história.
O retorno aconteceu em 2000, quando o Tiradentes entrou em campo para disputar a segunda divisão do Campeonato Candango. Após duas temporadas sem conseguir garantir seu retorno para a primeirona, o time encerrou de vez suas atividades. Desde então, não se houve mais falar sobre um possível retorno da equipe à cena esportiva do DF.