Por Olavo David
Reconduzido à elite do Candangão para 2022, o Colorado do Plano Piloto terá uma baixa na montagem do elenco para a elite do futebol local. O Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT-4) penhorou receitas oriundas de contratos de patrocínio do Brasília Futebol Clube. O bloqueio se originou em ação trabalhista movida pelo lateral Luiz Filipe Bentancur, mais conhecido como Filipe Jamanta, que defendeu o clube por cerca de 45 dias em 2014.
O bloqueio atinge a todos os cinco patrocinadores da agremiação. Grupo Fusion, empresa de comunicação gráfica do atual presidente Colorado, Flávio Simões, Viper Energy Drink, Centro Ortopédico de Taguatinga, Clube da Saúde e Rede Gol não devem mais encaminhar as verbas relativas a publicidade ao Brasília, e sim à Justiça trabalhista. Nenhum dos parceiros retornou as tentativas de contato do Distrito do Esporte. O espaço, claro, segue aberto a manifestações.
A ação foi protocolada em 2016 e pedia cerca de R$ 30 mil de indenização. De acordo com Jamanta e sua defesa, o atleta firmou contrato para atuar no clube de junho a agosto de 2014. De acordo com o jogador, o contrato foi rescindido sem justa causa no meio de julho, o que configurou apenas um mês de efetivo vínculo empregatício com o Brasília, com salários de R$ 700 – abaixo dos R$ 724 pagos como piso no Brasil à época.
Até mesmo a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) foi acionada, em 23 de agosto de 2017, para indicar o endereço registrado pelo Brasília junto à entidade, a expoente do futebol nacional. A CBF, entretanto, respondeu apenas que não havia competições pelos próximos seis meses, como pedira o magistrado Márcio Lima do Amaral. Atual mandatário, Flávio Simões foi procurado pela reportagem enquanto proprietário do Grupo Fusion e cartola, mas também não se manifestou.
A sentença
Diversas intimações foram enviadas às sedes do clube e residências de cartolas. Nenhuma foi respondida. Enfiando a cabeça n’areia, o Brasília agiu de forma a admitir tudo que a parte autora – ou seja, Jamanta – alegava nas audiências às quais comparecia sozinho. Desta forma, a maior parte dos pedidos do atleta foi atendida pela juíza que proferiu a sentença em 30 de maio de 2018 condenando o clube, entre outras medidas, ao pagamento de R$ 10 mil.
A ação segue em aberto, já que não houve quitação do débito. O clube foi inserido no Banco Nacional de Devedores Trabalhistas (BNDT) em meados de 2019 por conta deste processo. Representante de Filipe, a advogada Mariju Maciel Ramos – conhecida no Direito Desportivo e que entrou com o pedido de penhora –, lamenta a forma como foi conduzida a disputa. “Nada foi pago até hoje. Não temos respostas nem do clube, nem dos patrocinadores. Mesmo assim, não há prazo para o fim do bloqueio”, comenta a jurista ao DDE.
De acordo com ela, os repasses feitos pela Federação de Futebol do Distrito Federal (FFDF) referentes à participação do Brasília no Candangão também serão alvos de bloqueio. “No futebol brasileiro, o atleta que sair sem pagar multa não pode assinar com outro clube, mas a recíproca não é verdadeira; clubes devem e saem contratando novos atletas sem nenhum tipo de ônus”, queixa-se a advogada.
Despensou porquê não joga nada
Isso mesmo. Foi dispensado porque é fraco, não rendeu o esperado. Acho que o clube pagar esse valor e não vai “quebrar” por causa de 10 mil reais. Quanto a esse jogador, é melhor mudar de profissão e buscar outro meio de sobrevivência, haja vista que é limitado. Observação: falo isso porque o vi jogar, pois acompanho o clube.
Aplicou um golpe no Brasília.
Tem um jeito de ser jogador mercenário,