Por Luís Moreira e Vitoria Carvalho
No último sábado (30/9), chegou ao fim a trajetória do Sobradinho no Campeonato Candango Feminino, após sofrer uma nova derrota para o Minas Brasília, por 6 a 0. O time, porém, enfrentou problemas além do resultado. Antes do pontapé inicial, as atletas do alvinegro expuseram cartazes nas grades do Estádio Defêlê, nos quais cobravam condições mínimas de trabalho. Frases como “respeitem o futebol feminino” eram facilmente avistadas durante a transmissão do jogo. Após a partida, o elenco relatou a denúncia de que a diretoria do clube teria abandonado o local, o que teria as deixando sem água e alimentação. As gestoras dão outra versão.
Há de se observar que o clima dentro do clube não era ameno, mesmo com a classificação para a Série A3 do Campeonato Feminino. Durante as últimas semanas, as atletas denunciaram que o clube estava com falta de estrutura básica e um grande descaso com a modalidade. Outra polêmica se deu com o desligamento do técnico Pedro Henrique, que esteve sob o comando da equipe de forma interina durante a primeira fase.
Após o jogo das semifinais contra o Minas Brasília, as meninas alegaram que a diretoria se retirou do local antes do fim do jogo, o que teria as deixado sem comida e bebida. A situação foi solucionada junto ao clube adversário, que disponibilizou alimentação e água às garotas do Sobradinho. Segundo o Minas Brasília, as donas da casa haviam apenas disponibilizado algumas garrafas de Gatoredes e água, ainda relatando que as atletas do alvinegro estavam com algumas frutas e outros alimentos.
Em contato com a reportagem do Distrito do Esporte, Andréa Pontes, gestora do Sobradinho, negou as acusações. Segundo a dirigente, foi recomendado que a coordenadora técnica Leila Arnold se retirasse do banco de reservas após ser intimidada por uma das atletas. Na versão do Sobradinho, o assistente da coordenação Bruno de Souza se prontificou de levá-la até um local seguro e, quando retornou ao estádio, foi novamente intimidado. Em vídeo enviado pela diretoria, é possível ver as atletas impedindo a saída do carro, xingando-o e batendo palma de forma irônica.
Sobre a alimentação: sucos, frutos e água saborizada teriam sido servidos durante o pré-jogo, como de costume. Entretanto, Leila Arnold, que havia se retirado do local temendo pela sua integridade física, levou consigo seus pertences, incluindo um cooler onde estavam os sanduíches e Gatorades que seriam servidos às atletas após o término da partida. A coordenadora técnica e o assistente Bruno de Souza compareceram à delegacia e prestaram boletim de ocorrência por crime de ameaça.
A gestora ainda finaliza prometendo tomar as médicas jurídicas cabíveis quanto às acusações.