Por Bruno H. de Moura
Não é apenas a torcida e os jogadores que sofrem com a antiguidade e falta de condições estruturais das praças esportivas do Distrito Federal. Os jornalistas que cobrem o dia a dia do futebol candango também são vítimas da precariedade de grande parte dos estádios.
Pensando em como melhorar essa situação, a diretoria da Associação Brasiliense de Cronistas Esportivos apresentou requerimento à Federação de Futebol do Distrito Federal, pois “se as forças da FFDF, dos Clubes e da Imprensa forem somadas, a chance de obtenção de êxito junto aos órgãos responsáveis (Governo, Administrações e Prefeituras) no sentido de ter essas dificuldades amenizadas será muito maior”, diz no documento.
Cada um dos estádios teve comentários dos cronistas esportivas do DF.
O Abadião, por exemplo, é considerado um “Estádio em boas condições, porém há número insuficiente de cabines para atender a demanda das emissoras de rádio e tv em jogos de maior apelo”.
Já o Bezerrão, que acabou de receber a Copa do Mundo Sub-17, está”em perfeitas condições no que se refere à demanda da imprensa”, precisando apenas reservar um portão exclusivo para uso da imprensa e a manutenção dos elevadores do estádio.
O Mané Garrincha, que passou a ser administrado pela iniciativa privada, também está em plenas condições. Mas a logística ainda peca. “Necessário conferir e, se for o caso, disponibilizar ao menos duas cadeiras em cada ponto de transmissão nas bancadas da tribuna de imprensa; limpar as bancadas nos dias de jogos; viabilizar instalação de internet nos pontos de transmissão.”
O estádio é o único do DF que faz uso de posições de transmissão, mesmo possuindo diversas cabines para emissoras de rádio e tv. A ABCD relembra um antigo desejo da categoria: “Há um pedido antigo dos profissionais de imprensa, por intermédio da ABCD, no sentido de que as bancadas atualmente utilizadas sejam substituídas pelas cabines de transmissão que ficam no anel inferior do estádio”.
Em Sobradinho, o Augustinho Lima deve receber partidas do time da cidade e do Paranoá, mas a situação para a imprensa não é nada boa. ” Em todas as transmissões dos jogos ali realizados, duas das quatro cabines, senão todas, são invadidas por abelhas, bem como de sujeiras constantes oriundas de insetos que alojam nas referidas cabine”, afirma o documento.
Os estádios do entorno, Diogão e Serra do Lago, além do Serejão, estão em boas condições, com pedidos pontuais, como a disponibilização de mesas e cadeiras e instalação de internet para uso dos profissionais. Já o Urbano Adjuto tem situação desconhecida.
O Frei Noberto em Paracatu, que vinha sendo usado pelo time que hoje está em Unaí, é ” o Estádio cuja estrutura de imprensa é a mais grave de todas. Existem apenas duas cabines de transmissão que só atendem às duas emissoras de rádio da cidade, sendo que uma delas é uma cozinha em mal estado de conservação, com fogão, geladeira e outros utensílios. Nessa cozinha, o ponto de energia é precário, exigindo muita dificuldade para se obter ligação elétrica. Há uma janela que dá para o campo de jogo. Não existe ponto de transmissão para a imprensa visitante que vai ao local.”
O documento pondera, ainda, que se deve especial atenção à acessibilidade das praças esportivas, pois torcedores e jornalistas com deficiência física tem grande dificuldade em acessar as praças esportivas do DF.
Esse é o segundo ano seguido que a presidência da ABCD, comandada pelo jornalista Jânio Gomes, apresenta as sugestões à Federação e aos clubes. Ano passado houve melhora em estádios como o Diogão e Bezerrão após pedidos da entidade.
A partir de 2020 haverá transmissão, via televisão aberta, de ao menos um jogo por rodada, o que aumento a necessidade de se ampliar e melhorar as condições de trabalho de que, diariamente, cobre o esporte na capital federal.
Veja a íntegra do documento: REQUERIMENTO Nº 09.2019 com sugestões