No último fim de semana, foram realizadas as semifinais do Candangão BRB 2024. Em uma das chaves, o Gama acabou eliminado pelo Ceilândia, e amargou a terceira colocação da competição. Com a eliminação, este será o quarto ano consecutivo em que o Alviverde não avança à decisão no Distrito Federal. Este se torna o maior período do clube longe das finais do Campeonato Candango neste século. A última vez que os gamenses ficaram tanto tempo fora do top-2 do Candangão foi entre as temporadas de 2007 e 2010, quando o torneio tinha outra fórmula de disputa.
Apesar de ser o maior campeão da história do Campeonato Candango, os gamenses não chegam até a final desde 2020, quando foram campeões sobre o rival Brasiliense. Desde então, maus bocados assombram o Ninho do Periquito. No ano seguinte, na tentativa de defender o título, o clube ficou na terceira colocação do quadrangular final e viu o arquirrival levantar a taça sobre o Ceilândia. Em 2022, a fórmula de disputa foi mantida, e o alviverde novamente amargou a eliminação precoce – desta vez, o Periquito ficou com o quarto lugar.
Na última temporada, a equipe terminou na quinta colocação do Candangão 2023 e nem chegou à segunda fase. Por conta dos imbróglios judiciais com a antiga SAF, o elenco foi montado de última hora, mas surpreendeu. Com apenas oito gols marcados durante a competição – o pior de todo o torneio -, o Gama ainda conseguiu frequentar a zona de classificação em oito das nove rodadas disputadas naquele ano. Mas, na última rodada, para avançar às semis, tinha de bater o Capital – não venceu – ou torcer para que Brasiliense, Paranoá e Ceilândia saíssem com a derrota em seus confrontos. Todos venceram.
Após uma reformulação na diretoria e no elenco, a torcida gamense ansiava por uma volta por cima do clube em 2024. De qualquer forma, diversas confusões nos bastidores do Gama certamente influenciam o longo período distante das decisões do Campeonato Candango. Questões internas como a criação e desfazimento da SAF, a ausência do Bezerrão – inicialmente para o hospital de campanha para a Covid-19 e depois para a lenta reforma do estádio – e trocas na presidência podem ser algumas das razões da decadência do alviverde.
Clique e leia mais sobre o Gama
- Cícero Júnior se despede e não seguirá como treinador do Gama
- Destaque do Gama no Candangão pode defender o Brasiliense na Série D
- Confusão alviverde: torcida do Gama entra em confronto durante partida
Jejum semelhante
Entre os anos de 2007 e 2010, o alviverde passou por uma sequência parecida à essa dos últimos anos. Naquela época, o Candangão passava por mudanças e adotou alguns formatos diferentes, mas o Gama não ficou entre os dois melhores times nas respectivas temporadas. Dentre os anos de 2007 e 2008, o torneio foi disputado em pontos corridos do início ao fim, em turno e returno. Em ambas as ocasiões, o Alviverde ficou de fora do top-2 e ocupou a quarta colocação por dois anos seguidos.
Em 2009, a fórmula de disputa foi novamente trocada pela Federação de Futebol do Distrito Federal (FFDF). Agora, o primeiro turno seria disputado em pontos corridos, como os anos anteriores. Entretanto, os quatro melhores se classificavam à um quadrangular final e se enfrentarem em turno e returno. As duas primeiras equipes avançavam à final do Candangão. Novamente, o Alviverde ficava de fora: em 2009, ocupou a terceira colocação; no ano seguinte, em 2010, ficou na quarta posição.
De qualquer forma, à época, a sequência longe do top-2 não atrapalhou os planos do Gama, que não ficou sem calendário naquele período. O alviverde ainda disputava a Série B do Campeonato Brasileiro, além de ser figura carimbada na Copa do Brasil.