Por Bruno H. de Moura, João Marcelo e Danilo Queiroz
Não há consenso entre os 8 presidentes dos times que disputarão a fase final do Campeonato Candango de 2020. De um lado, mandatários querem retomar a competição o mais rápido possível. Do outro, presidentes adotam cautela e preferem aguardar o desenrolar da crise médica mundial do coronavírus.
A reportagem do Distrito do Esporte procurou os 8 presidentes das equipes que garantiram uma vaga à próxima fase. Gama, Brasiliense, Real Brasília, Formosa, Taguatinga, Capital, Luziânia e Sobradinho foram as agremiações mais bem posicionados na primeira metade do torneio, que garante vagas à Série D de 2021, Copa do Brasil e Copa Verde.
De um lado cautela, de outro pressa
Presidente do time líder da competição e atual campeão, Weber Magalhães vê com calma as discussões, neste momento, sobre reinício das atividades. Para o mandatário do Gama é necessário analisar quais medidas preventivas e garantidoras da saúde de atletas, comissão técnica e imprensa podem ser efetivadas. “Ninguém pode voltar na marra. Um jogo envolve 60, 70 pessoas. Nós precisamos ver quais as medidas preventivas e como podem ser efetivadas”.
Edmilson Marçal, presidente do Taguatinga, equipe que faz uma campanha muito melhor que as previsões iniciais, acredita que a melhor solução é buscar alternativas para o torneio voltar “o mais rápido possível”. Segundo Marçal, é necessário “informações, autorização da Federação (de Futebol do Distrito Federal) e da CBF”.
Diretor de futebol do Luziânia, Bruno Mesquita também seguiu a linha de que é preciso aguardar orientações da entidade mandatária do futebol candango sobre a viabilidade do retorno. O clube goiano, inclusive, diz que só tomará decisões internas após um contato oficial da FFDF. “Acreditamos que isso irá acontecer só em junho. Estamos na torcida para que volte logo, mas com segurança”, ressaltou.
Henrique Botelho, líder do Formosa Esporte, quarto colocado na primeira fase, criou um cronograma de volta do torneio que será apresentado aos seus pares. O plano é reiniciar os treinos em 20 de maio e terminar a competição ainda em junho deste ano. Henrique adiantou, em primeira mão, ao Distrito do Esporte sua proposta.
06/06 – Última partida 1ª Fase
10/06 – Quartas Ida
13/06 – Quartas Volta
17/06 – Semi Ida
20/06 – Semi Volta
24/06 – Final Ida
30/06 – Final Volta
Testagem em massa de atletas
Weber Magalhães e Henrique Botelho acreditam que é preciso ver como os atletas estarão. Ambos defendem a testagem em massa dos envolvidos com os jogos, especialmente os atletas. “como eles veem de várias regiões, quando do retorno dos treinos, fazer os exames em todos eles para certificar que não tem nenhum problema e a gente em 40 dias concluir a competição”, afirma Botelho.
Weber Magalhães acredita que a testagem geral é uma das melhores opções, mas se preocupa com quem irá arcar com os custos. Hoje, um teste rápido sai a R$ 126,00 para o governo, mas esse preço pode ficar maior para entidades privadas, como a Federação de Futebol do Distrito Federal. “Vamos fazer testagem em massa? quem vai arcar com os custos”, indaga.
Assim como o presidente do Gama, Bruno Mesquita também ressaltou as dificuldades financeiras provocadas por uma testagem em massa, mas não descartou adotar a medida para garantir a segurança dos envolvidos com o esporte. “Os testes são caros, mas se estamos na chuva é para se molhar. Faremos o que for melhor para todos, pensando nossa saúde e na dos nossos atletas, torcedores e amigos”, garantiu.
Presidentes pensam soluções para os estádios
A forma que as partidas ocorreriam é outro ponto a se solucionar. Para Weber Magalhães é preciso se pensar alternativas para proteger os jogadores e árbitros. “Jogar de máscara, treinar de máscara? Grandes clubes tem dinheiro para fazer uma super higienização. E os que não tem tantos recursos?”, indaga.
Henrique Botelho quer o retorno da competição com a presença de público nos estádios. O mandatário do Tsunami do Cerrado acredita que diminuir a carga máxima de público é uma alternativa viável. “Presença da torcida, porém utilizando 20% da capacidade de cada estádio. Estádio para 10 mil pessoas venderia 2 mil apenas. As pessoas tomando distância de 1,5 m para 2m, todos de máscaras, tendo as mãos higienizadas na entrada e saída dos estádios, assim como os vendedores ambulantes.”
Já Weber Magalhães prefere aguardar mudanças no cenário do DF para pensar na volta do torneio. “Eu voltando a responsabilidade é minha, são 70, 80 pessoas sob minha responsabilidade. Qual vai ser o protocolo? qual a segurança. Temos de voltar seguro de que tudo vai correr bem, até porque a gente sabe que aqui em Brasília está se chegando na periferia. Classe C e classe D”, completa.
A reportagem procurou Paulo Henrique, diretor de futebol do Brasiliense, Pedro Ayub, diretor de futebol do Real Brasília, Godofredo Gonçalves, presidente do Capital, Jean Dávos, presidente do Sobradinho. Nenhum destes respondeu aos questionamentos da reportagem. O espaço permanece aberto aos mandatários.
[…] mais: – Daniel Vasconcelos diz que futuro do Candangão 2020 ainda é incerto – Presidentes finalistas discordam sobre volta do Candangão – Clubes e FFDF ainda não têm sinalização da CBF sobre Copa Verde […]