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sexta-feira, 22 de novembro de 2024

No UFC Brasília mais silencioso da história, saldo para os brasileiros não foi tão positivo

Com seis vitórias, cinco derrotas e um empate de brasileiros, UFC Brasília deixa a sensação de que poderia ter sido mais vitorioso para o país sul-americano

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Por Michael Nunes e João Marcelo

Não era o que público brasiliense queria, porém não teve outra opção, o UFC Fight Night Brasília, o terceiro na história da capital federal, foi com portões fechados devido ao decreto do governador Ibaneis Rocha. Se por um lado o evento não teve o calor humano, dentro do octógono não faltou emoção. Em uma noite de finalizações, nocautes e um empate, o histórico evento no Distrito Federal agradou a quem viu, mesmo pela televisão, os combates.

Com 12 lutas e 12 brasileiros no card, o saldo para o Brasil não foi tão positivo. Com seis vitórias (Charles do Bronx, Gilbert Durinho, Renato Moicano, Francisco Massaranduba, Amanda Ribas e Elizeu Capoeira ), cinco derrotas (Demian Maia, Johnny Walker, Jussier Formiga, Mayra Sheetara e Bruno Bulldoguinho) e um empate (Rani Yahya), o equilíbrio marcou a terceira edição da capital federal.

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2-0-1 para os brasiliense do card

O primeiro a entrar no evento foi o experiente Rani Yahya. Em três rounds de pura guerra e muita movimentação, o faixa preta de jiu-jitsu impôs seu jogo e buscou a finalização, mas o peruano Enrique Barzola, também queria a vitória e lutou fechadinho sem dar espaço para Rani. Após o final do terceiro round, por decisão unânime, o combate terminou sem vitória para ambos e a luta foi declarada empatada.

O casca-grossa Francisco Trinaldo, o Massaranduba, abriu o card principal. A luta era esperada por ser dois strikes, que tem como especialidade o jogo em pé com a trocação franca. Massaranduba controlou o gás e dominou a luta nos três rounds e não deu chances para o duro lutador canadense Jonh Makdessi. O participante do primeiro The Ultimate Fight (TUF) Brasil mandou o recado: “Apesar que eu estou tiozão, vou lutar até aonde o corpo aguentar. E eu vou aguentar esses fujões”, brincou o atleta de 41 anos.

Vindo de duas derrotas seguidas e estreando na categoria peso-leve até 70 quilos, Renato Moicano entrou com a responsabilidade de vencer. Um novo revés poderia custar o fim da linha para o brasiliense na organização. Em um evento social na terça-feira (10/3), na cidade de São Sebastião, o atleto disse com exclusividade ao Distrito do Esporte que iria entrar com sangue nos olhos. ” Eu vou sair na porrada. Estou puto, essa vitória é minha”, disse Moicano.

E o faixa preta de jiu-jitsu cumpriu o que prometeu. Ainda no primeiro round, após levar o bósnio Samir Hadzovic para o chão, o brasiliense teve calma para impor seu jiu-jitsu, ir para as costas do adversário e aplicar um mata leão com menos de um minuto. Daí em diante só foi correr para o abraço e mandar para bem longe a má fase.

Dois confrontos de arrepiar

No confronto entre os brasileiros Demian Maia e Gilbert “Durinho” Burns, melhor para o carioca. Durinho sabia que tinha uma pedreira pela frente, o experiente Demian Maia tem um jiu-jitsu fino que impõe respeito. Mas Burns não perdeu tempo e após uma luta movimentada, o atleta que fez uma parte do seu camp na capital federal, teve um sequência de jabs e só parou quando foi interrompido pelo árbitro ainda no primeiro round. Mais uma vitória de Durinho que vem crescendo dentro da organização.

Na luta principal da noite, os pesos-leve Charles “do Bronx” Oliveira e o americano Kevin Lee sabiam que o vencedor poderia cavar uma vaga para a disputa do cinturão da categoria. O atual campeão é o russo Khabib Nurmagomedov, que está invicto na carreira, mas terá pela frente o impiedoso Tony Ferguson na defesa de cinturão em 18 de abril, no UFC 249.

Logo no primeiro assalto, Do Bronx partiu para cima mostrando que o seu boxe está em cima. Tanto que o americano levou a luta para o solo e quase foi finalizado. O brasileiro mostrou o seu arsenal de posições da arte suave e por pouco não saiu com a vitória no primeiro round.

O segundo round iniciou como no primeiro, Do Bronx na caça do forte Kevin Lee. O americano mais uma vez foi obrigado a usar o westriling para não levar o prejuízo em cima. Embaixo, o brasileiro tentou raspar o americano e mesmo não conseguindo, ele controlou os ímpetos de Lee os cinco minutos.

No último round, Lee – que estava com a contagem de pontos baixa – veio para cima a todo vapor. O americano, que tem a mão pesada, assustou com seus overhands de direita. Charles do Bronx não conseguia mais achar Kevin Lee na luta e o americano ficou confiante. O adversário do brasileiro tentou levar para o solo com uma queda, mas aí foi um presente na mão do maior finalizador da história do UFC, agora com 13 vitórias por finalização, Charles encaixou uma guilhotina e só esperou os três tapinhas de Kevin Lee.

Vitória do paulista que ainda mandou um recado. “Eu vou esperar a luta do Khabib e Tony Ferguson. Quem vencer, eu vou enfrentar. Eu sou o melhor dessa categoria, são sete vitórias seguidas por finalização ou nocaute”, disse Charles do Bronx.

Evento silencioso e nas mãos dos árbitros

As outras sete lutas da edição teve o mesmo final: decisão dos árbitros. A primeira foi o único combate onde não havia brasileiros, entre a venezuelana Veronica Macedo e a sueca Bea Malecki. Melhor para a europeia que venceu pelo triplo 29-28. Pelo mesmo resultado do confronto inaugural do evento, o tcheco David Dvorak venceu o brasileiro Bruno Bulldoguinho. Ainda nas preliminares, a ucraniana Maryna Moroz derrotou, também pelo triplo 29-28, a brasileira Mayra Sheetara.

Seguindo o triplo 29-28 dos três primeiros confrontos, o brasileiro Elizeu Capoeira derrotou o russo Alexey Kunchenko na quinta luta do card preliminar. Um verdadeiro massacre pôde ser resumido na luta entre a brasileira Amanda Ribas contra a canadense Randa Markos. A vitória, por decisão unânime, teve os seguintes pontos computados pelos árbitros: 30-26, 30-25 e 30-25.

Outra derrota de brasileiro foi de Jussier Formiga. O mexicano Brandon Moreno não deu chances para o atleta sul-americano e venceu por decisão unânime. A contagem dos árbitros foi anotada com 30-27 e dois 29-28. Em mais um revés para os atletas do Brasil, o irreverente Johnny Walker não teve motivos para sair do octógono sorrindo. O lutador carioca não foi páreo para o ucraniano Nikita Krylov, que venceu por decisão unânime com 30-27 e duplo 29-28.

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