Por Lucas Espíndola e Bruno H. de Moura
Na tarde desta quinta-feira (27), os clubes da primeira divisão aprovaram que não será permitida a venda de mando de campo na Série A do Campeonato Brasileiro de 2020. No ano passado, a venda de mando de campo era permitida durante o certame, menos nas rodadas finais.
A decisão, em conjunto, foi tomada na na sede da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) no Rio de Janeiro durante a construção da tabela da competição.
A proposta partiu do presidente da CBF, Rogério Caboclo. Na reunião na sede da entidade, representante dos 20 clubes da Séria A discutiram sobre a possibilidade de impedir as vendas de mando de campo, que costumava ser comuns nos campeonatos anteriores e beneficiava, especialmente, o público de Brasília.
“É um tema que incomoda alguns clubes há muito tempo, em alguns momentos, porque pode desequilibrar a competição. Então a CBF defende que cada clube tenha seu “home field”, ou seja, jogue na sua casa. Salvo em situações determinadas, por motivos justificados. Mas cada situação pode ser apreciada e julgada a cada momento”, afirmou Caboclo.
Com isto, o Estádio Nacional Mané Garrricha está fora da rota do Brasileirão neste ano. O palco esportivo da Capital Federal costumeiramente recebia jogos da Série A. O Flamengo, time rubro-negro que tinha com hábito jogar no Distrito Federal, se posicionou contra o veto e argumentou que o time é nacional e tem torcidas em todos os lugares.
Além dos torcedores flamenguistas, outros que deverão sentir saudades de ver seu clube de coração atuando na Capital do país, são os inchas de Corinthians, Fluminense e Vasco – times que já jogaram no novo Mané Garrincha. A grande responsável pela promoção dos jogos em Brasília foi a empresa Roni7, do ex-atleta Roni, que até foi preso por suspeita de fraude financeira no DF.
Decisão afeta privatização do Mané Garrincha
A decisão deve afetar sobremaneira os planos do Consórcio Arena BSB, que assumiu o controle do complexo Mané Garrincha pelos próximos 35 anos. A decisão será um entrave para transformar em rentável o local com partidas de futebol, já que o esporte local não atrai em valor e público sequer próximo do arrecadado em partidas nacionais.
Somente na final da Super Copa do Brasil a renda do duelo entre Flamengo e Atlético Paranaense ultrapassou os R$ 7 milhões de reais. Deste total, a Federação de Futebol do Distrito Federal (FFDF) embolsou 5%, o equivalente a R$ 371.188,00, segundo borderô financeiro divulgado no site oficial da CBF.